Henkel He 111

.
.
.
.
O Heinkel He 111 foi, talvez, o mais famoso e reconhecível bombardeiro alemão da Segunda Guerra Mundial sendo o principal bombardeiro da Luftwaffe durante o período inicial do conflito. Extensivamente utilizado na Batalha da Inglaterra, revelou aí o seu fraco armamento defensivo, a relativa baixa velocidade e manobrabilidade reduzida, apesar de ter demonstrado capacidade para suportar danos graves e continuar a voar. Ainda que constantemente melhorado, o Heinkel He 111, tornar-se-ia rapidamente obsoleto perante a rapidez com que eram desenvolvidos novos caças, para os quais se tornou um alvo fácil. Porém o falhanço do projeto Bombardeiro B, fez com que se mantivesse em operação na Luftwaffe até ao final da Guerra.
Durante o conflito seria usado numa variedade de funções em todas as frentes do teatro europeu, como bombardeiro estratégico na Batalha de Inglaterra, como torpedeiro na Batalha do Atlântico, como bombardeiro médio e aeronave de transporte nas frentes Oeste , Leste , Mediterrâneo, Médio Oriente e Norte de África .
.
GALERIA

.
He 111A-0
.
He 111B-2
.
He 111C
.
He 111E
.
He 111P-1
.
He 111H-6









.
HISTÓRIA
.
Embora o Heinkel He 111 tivesse, alegadamente, sido projetado como um avião civil para a Lufthansa, o projeto tinha claramente um maior potencial militar do que civil. 

Foi desenhado pelos irmãos Siegfried e Walter Günter no início dos anos 1930 e tal como a maior parte dos aviões da sua classe criados pelos alemães no período que antecedeu a Segunda Guerra Mundial foi projetado sob a capa de um avião civil de transporte de passageiros para a Lufthansa, como forma de ultrapassar as limitações impostas pelo Tratado de Versalhes, embora o propósito era, desde inicio, criar um bombardeiro médio para a Luftwaffe.

  • Os Heinkel H 111 de primeira geração (Versões A a G)
Heinkel He 70 Blitz
O primeiro protótipo, Heinkel He 111V-1, largamente baseado no monomotor Heinkel He 70 Blitz, foi equipado com dois motores BMW VI de 600cv, e voou pela primeira vez em fevereiro de 1935. Seguiram-se lhes os segundo e terceiros protótipos (He 111 V-2 e V-3) com asas redesenhadas e de menor envergadura. O He 111V-2 era um avião de transporte civil, com capacidade para 10 passageiros e bagagem, enquanto o V-3 foi o primeiro protótipo da versão militar. 
Os primeiros protótipos eram equipados com motores BMW VI, de 600cv, mas o V-5, que viria a ser protótipo da serie B foi equipado com motores Daimler-Benz DB 600 com 1000cv.

O He 111 era um monoplano de construção cantilever, estrutura e revestimento totalmente metálicos, cabine fechada e trem de aterragem retrátil. A fuselagem, relativamente volumosa, fora desenhada para permitir uma cabina para transporte de passageiros ou de baías verticais (tipo cassete) para transporte de bombas, no caso da versão militar. As asas tinham uma forma elíptica mesmo no bordo de ataque, uma configuração testada anteriormente no He 70 com importantes vantagens aerodinâmicas. Os motores acionavam hélices de duas pás com passo variável VDM. 

Heinkel He 1111C da Lufthansa
Na versão militar, ao cockpit "escalonado" seguia-se um nariz mais alongado e estreito com janelas envidraçadas que terminava num cone oval transparente onde seria instalada uma metralhadora de 7,92 milímetros manobrada pelo navegador/bombardeador. Uma segunda arma do mesmo calibre seria colocada no dorso aberto da fuselagem logo a seguir à cabina e uma terceira numa cabina retrátil tipo cesto no ventre da fuselagem imediatamente antes do bordo de fuga das asas. A carga bélica máxima consistiria em oito bombas de 100 kg transportadas verticalmente noutros tantos compartimentos internos na fuselagem. A tripulação prevista seria um máximo de quatro pessoas, piloto, navegador/bombardeador, operador de rádio e artilheiro.

Durante o ano de 1936 os primeiros seis modelos de serie He 111C, para uso civil, baseados no V-2, foram colocados ao serviço da Lufthansa. Estas primeiras aeronaves foram colocadas nas ligações aéreas Berlim-Hannover-Amsterdão, Berlin-Nuremberg-Munique e Berlim-Colónia-Dortmund, e  mais tarde a Lufthansa receberia três outros He 111, equipados com motores mais potentes BMW 132Dc de 880cv que receberam a designação alternativa He 111L. Apesar disso, a fraca potência dos motores continuaria a ser um problema.

Heinkel He 111B-1
Paralelamente dez aeronaves de pré-produção He 111A-0 de uso militar baseados no V-3 foram construídos e colocados em avaliação em Rechlin, onde se tornou claro que a falta de potência dos motores limitavam de forma decisiva a carga bélica transportável. Consequentemente foram vendidos à China onde acabariam por entrar em combate pela primeira vez sendo destruídos por caças japoneses. 

Para resolver o evidente problema da falta de potência a Heinkel produziu a primeira pré-serie de sete He 111B-0 baseadas no V5 e equipada com motores Daimler-Benz DB 600A de 1000cv. O aumento da potência era contrariado pelo aumento de peso pelo uso dos novos motores mas mesmo assim no outono de 1936 as aeronaves He 111B-0 em testes atingiram os 360 km/h. Podiam transportar até 1500 kg de bombas em células verticais no interior da fuselagem e dispunham, para defesa, de uma metralhadora MG15 no nariz. Satisfeitos com as melhorias introduzidas na aeronave, o RLM (Reichsluftfahrtministerium) encomendou 300 He 111B-1, cujos primeiros foram entregues em janeiro de 1937.

O He 111B-1 tinha os motores atualizados para o Daimler-Benz DB 600C, sobrealimentado ou em alguns casos para o Daimler-Benz DB 600G e algumas pequenas melhorias no armamento defensivo, que incluíam a instalação de uma arma giratória-montada no nariz e outra numa montagem em anel flexível (Linsenlafette Z10d, desenvolvido pela Ikaria), sob a fuselagem, .

Heinkel He 111D
Satisfeita com as melhorias o RLM decidiu adotar os He 111B-1, com os quais compôs as primeiras unidades de bombardeiros da Luftwaffe (Kampfgeschwader). 

Com o início da Guerra Civil Espanhola em 1936, tropas italianas e alemãs foram enviadas clandestinamente para apoiar as forças nacionalistas do General Francisco Franco com o objetivo de derrotar os republicanos (apoiados pelos soviéticos e por uma brigada internacional). Além de tanques e tropas terrestres, Hitler enviou a Legião Condor, uma unidade de combate aéreo equipada principalmente com caças monopostos Arado Ar 68 e posteriormente Bf 109 e bombardeiros He 111B-1. 

 Um total de 419 aeronaves da serie B foram produzidas mas em paralelo foi desenvolvida e construida em pquenos numeros (apenas 30 aeronaves) a serie He 111D com motores Daimler-Benz DB 600Ga de 1047cv. No entanto como estes motores foram alocados à produção dos caças Messerschmitt Bf 109 e Bf 110, a Heinkel teve necessidade de utilizar motores Junkers Jumo, testados no protótipo V-6. O melhorado Junkers Jumo 211A-1 com 1000cv de potência equiparia a serie seguinte para a qual transitou a produção, o He 111E. A produção da nova serie foi iniciada em fevereiro de 1938 com um lote de aeronaves de pré-produção He 111E-0, a que se seguiu o He 111E-1 com uma capacidade bélica aumentada para 1700kg, aumentada na serie E-3 para os 2000kg, possibilitada pela maior potência dos novos motores Jumo 211A-1 com 1100cv.

Heinkel He 111E-3, 1940
A serie E-4 foi equipada com suportes externos nos quais podia ser transportada metade da carga bélica (1000Kg) deixando espaço livre na baía de bombas para um tanque suplementar com capacidade para 835 litros de combustível, aumentada na serie seguinte E-5

Os He 111E-1 entraram em produção a tempo de serem enviados para Espanha e integrarem a Legião Condor, onde o primeiro de 45 chegou em março de 1938. Neste momento da guerra civil espanhola os He 111E praticamente não tinham oposição e por isso o RLM convencido de que a velocidade do He 111E lhe permitiria fugir de algum fugaz ataque de caças inimigos não exigiu qualquer melhoria no seu armamento defensivo, uma decisão que se viria a provar errada mais tarde. A produção total de He 111E atingiria as 210 unidades.

Até este momento o He 111 tinha demonstrado ser particularmente difícil de construir especialmente devido à complexa estrutura das asas com o bordo de ataque elíptico. A partir de 1936 Gunter começara estudos de uma nova asa de construção simplificada pela substituição do bordo de ataque elíptico por um em linha reta. A nova asa foi testada no verão de 1937 num He 111B-1 (He 111V-11) e provou ser quase tão eficaz como a anterior mas prometendo grandes economias a nível construtivo. No entanto o RLM, temendo atrasos na produção, pela introdução das novas características, adiou a aprovação do novo design introduzido pala primeira vez na versão He 111F em 1938, semelhante ao E-5 com exceção das asas, da qual apenas foram construidas 45 aeronaves das quais 24 foram exportadas para a Turquia.

Heikel He 111F, da Força Aérea Turca
Em 1938 a versão He 111G, construída em número reduzidos (apenas 8 unidades) serviu fundamentalmente para testar novos motores nomeadamente os BMW 132Dc, e Daimler-Benz DB600G, DB600Ga e DB600GC, e nove aeronaves foram produzidas com motores Jumo 211A-3 de 1100cv, quatro dos quais vendidos à Turquia.

A performance de baixo nível do He 111 chamou a atenção da Kriegsmarine, que deu inicio a um programa de adaptação do He 111 para combate em ambiente marítimo, capaz de transportar minas e torpedos. A marinha largaria o programa por achar que uma tripulação de quatro homens era um desperdício de recursos mas apesar disso o RLM contrataria a produção durante o ano de 1938 de 90 He 111J que seriam incorporados no Küstenfliegergruppe 806 (Comando Aéreo de Costa). Estas aeronaves eram similares ao He 111F-4, mas equipadas com motores Daimler-Benz DB600CG e acabariam por ser reconfiguradas como bombardeiros dispensando o uso de torpedos, no entanto alguns seriam utilizados nos testes do torpedo ar-mar Blohm & Voss L 10, guiado por rádio. 

No inicio dos anos de 1940, já depois do inicio da Segunda Guerra Mundial todos os Heinkel He 111 desta primeira geração, versões B, D, E, F, J, tinham sido retirados das frentes de combate, a maior parte para escolas de pilotos ou para funções de transporte de pessoal ainda que de forma limitada.

Estas aeronaves tinham sido substituídas pelas versões P e H mais capazes e mais bem armadas.

  • A segunda geração do Heinkel H 111 (versões P e H)
Heinkel He 111P-1, sobre a Polónia, 1939
Um dos problemas reportados pelos pilotos dos He 111 era a fraca visibilidade proporcionada pelo cockpit "escalonado" convencional. Para resolver este problema em janeiro de 1938 o He 111V-8 foi testado com uma cabina de comando continua quase totalmente envidraçada até ao nariz, no qual era instalada assimetricamente uma metralhadora MG 15. Esta nova configuração, que se tornaria a imagem de He 111, para além de proporcionar uma excelente visão ao piloto e navegador, teve melhorias significativas sobre a aerodinâmica da aeronave permitindo-lhe alcançar os 475 km/h (embora a velocidade se reduzisse para 300 km/h com a carga completa).

A arma dorsal voltada para a retaguarda foi coberta por uma canópia deslizante e pela primeira vez, a arma ventral foi instada numa gôndola voltada à retaguarda (Bodenlafette), imediatamente a seguir à baía das bombas substituindo o anterior cesto retrátil, que se tornaria padrão em muitos bombardeiros da Luftwaffe. O design foi implementado em 1937 na serie He 111P.

A serie He 111P-1 foi motorizada por dois motores DB 601Ba com 1158cv e armada com três metralhadoras MG 15. Na versão P-2 foram adicionadas mais duas MG 15, uma de cada lado da fuselagem foi instalado um radio FuG III e os racks internos das bombas foram melhorados para o padrão ESAC-250/IX (Elektrische-Senkrecht-Aufhangung fur Cylinderbomben 250/IX), foi reforçada a blindagem e adicionados suportes externos sob a fuselagem para transporte de parte da carga bélica (à semelhança do que havia sido feito na versão E-4) libertando espaço interno para um tanque de combustível adicional de 835 litros. Os motores do P-4 eram DB601 A-1 (tal como os do P-3, uma versão de instrução com controlos duplos). 

Heinkel He 111H-3 da Força Aérea Romena
A versão P-6 era semelhante à P-4 mas construída com motores Daimler-Benz DB 601N, porém como esses motores foram afetos prioritariamente aos caças Messerschmitt Bf 109 e Bf 110, em 1940 o RLM decidiu pelo abandono da produção da serie P em favor da serie H, a que seria a derradeira e de longe a mais numerosa versão do He 111. Até ao abandono da produção, foram produzidos 834 aeronaves He 111P. 

No decorrer da produção da serie He 111P a Heinkel esteve sujeita à incerteza em torno das entregas dos motores Daimler-Benz DB 601, atribuídos prioritariamente à construção de caças. Este facto levara a Heinkel a equacionar o uso de motores Junkers Jumo 211 de 1100cv cujos maiores peso e tamanho eram consideradas características de menor importância num bimotor. O He 111P foi modificado para receber motores Jumo 211 e tornou-se no He 111H cuja produção foi iniciada em paralelo com a serie He 111P, tornando-se de longe a serie mais produzida de todas com 5898 aeronaves construidas em cerca de 20  diferentes versões até ao encerramento da produção no final da Guerra.

O He 111H-1 foi equipado com um conjunto padrão de três metralhadoras de 15 MG de 7,92 mm e a sua carga bélica era constituída por 8 bombas SC250 de 250kg ou 32 bombas SC50 de 50kg. O mesmo armamento foi usado no H-2, que iniciou a produção em agosto de 1939 com motores Jumo 211 A-3 de 1100cv substituindo gradualmente os He 111 de primeira geração ainda ao serviço.

Heinkel He 111H-6
Um inventário a setembro de 1939 revelou que a Luftwaffe tinha um total de 787 He 111 no ativo, dos quais com 705 aptos para combate que incluíam 400 H-1 e H-2, produzidos em apenas quatro meses. 

Em outubro de 1939 a produção deu lugar à versão H-3 com motores Jumo 211 D-1 de 1200cv, e um armamento defensivo mais robusto, fruto da experiência adquirida na campanha da Polónia. O numero de metralhadoras foi aumentado para cinco MG15 ou MG17 (duas nas janelas laterais da fuselagem) ou sete em algumas variantes que incluíam uma arma na cauda.

Após o início da batalha de Inglaterra, começou a produção em menor escala H-4, virtualmente semelhante ao P-4 com exceção dos motores, Jumo 211D-1 ou em alguns casos Jumo 211H-1. Esta variante podia transportar a carga bélica nas baías internas ou alternativamente em suportes externos (não podiam ser usados em simultâneo pois os suportes externos bloqueavam as portas das baía internas). Desta forma os H-4 podiam transportar duas bombas “Hermann” de 1000kg ou uma “Satan” de 1800kg, ou mesmo em alguns casos transportar e lançar torpedos. O uso dos suportes externos permitia também usar o espaço vago na baía interna para um tanque de combustível de 835 litros aumentando assim o raio de combate do He 111. 

Heinkel He 111H-8, abtido em Inglaterra
Alguns H-3 e H-4 foram modificados para transportarem o sistema Kutonase destinado a cortar cabos de balões de barragem, sendo redesignados como H-8 ou H8/R2.

A serie H-5 que começou a ser produzida a partir de Fevereiro de 1941 destinava-se a missões especiais podendo transportar grandes bombas incendiárias minas aéreas para operações anti navio e numa fase mais avançada foi equipada com um suporte externo ETC 2000 que lhe permitia transportar uma bomba SC2500 "Max" de 2300kg.

Com o H-6 foram implementadas melhorias no design, o armamento defensivo foi reforçado com um canhão de 20mm MG FF, no nariz em substituição da metralhadora MG 15 e uma metralhadora adicional na gondola ventral, ao mesmo tempo que o motor Jumo 211F-1 de 1350cv permitiu melhorias significativas no desempenho (maior taxa de subida, um teto ligeiramente superior e uma velocidade máxima de 435km/h nos 6000 metros de altitude, apesar do aumento de peso para os 14000kg. O He 111H-6 seria o mais produzido de todos os H com um total de 1745 unidades. 

He 111H-6, KG26, com dois suportes PVC1006B,
armados com torpedos
A versão H-7 deveria ter sido um bombardeiro noturno, mas não chegou a ser produzido e o H-9 deveria ter sido uma aeronave de instrução com controlos duplos e armamento defensivo completo.

No verão de 1942 foi introduzido o He 111H-11, equipado com motores Jumo 211F-2, blindagem reforçada e um armamento defensivo melhorado. As metralhadoras MG 15 de 7,92mm alimentadas por tambor foram substituídas por metralhadoras MG 131 de 13mm alimentadas por cinto no nariz, a posição dorsal de artilharia era agora totalmente fechada, protegida por vidro blindado e a arma era agora uma MG 81Z com uma taxa de fogo muito mais elevada, que tal como na gondola de artilharia ventral, substituiu as anteriores MG 15. Estas permaneceram apenas nas posições de artilharia na fuselagem lateral mas foram também substituídas nessa posição pela MG 81Z a partir de novembro de 1942 (He111H-11/R1).

O He 111H-12 foi uma modificação para permitir o transporte e lançamento de misseis Hs 293A guiados por radio, equipado com, transmissor FuG 203b Kehl e com a gondola ventral removida. O He 111H-14 era um bombardeiros guia equipado com equipamento rádio FuG FuMB 4 Samos e FuG 16, o He 111H-14 era uma modificação para rebocador de planadores e o He 111H-15 pretendeu ser uma plataforma de lançamento de bombas planadoras Blohm & Voss BV 246 Hagelkorn.

He 111H-16/R1, em voo na frente russa
A segunda sub-serie  mais produzida, com um total de 1100 unidades, foi introduzida no outono de 1942. O He 111H-16, era similar à versão H-11 mas podia transportar uma carga bélica de 3250kg necessitando para isso de utilizar foguetes auxiliares de descolagem. O canhão MG FF de 20mm do nariz foi substituído por uma metralhadora MG 131 e  o armamento dorsal foi substituído por uma torreta elétrica Drehlafette DL 131, na maior parte das unidades (He 111 H-16/R1). Os motores Jumo 211 F-2 davam ao H-16 uma velocidade máxima de 434 km/h aos 6000m e um teto máximo de 8500 metros e o equipamento rádio de comunicação e navegação noturna  (Funkgerät -FuG) foi amplamente melhorado incorporando equipamentos como, FuG 10P, FuG 16, FuBl Z ou APZ 6 e alguns um rádio altímetro. Um número indeterminado de H-16 foram equipados com radar FuG 200 Hohentwiel adaptado como detetor anti navio para operar de dia ou de noite.

Os oito compartimentos internos de bombas ESAC-250/IX foram mantidos mas como nas versões anteriores podiam ser substituídos por tanques de combustível para aumentar o raio de combate, sendo a carga bélica transportada em suportes externos ETC 2000 instalados por baixo das portas dos compartimentos internos.

A última das variantes de produção principais, com 770 unidades produzidas, foi o He 111H-20, que entrou em produção em inícios de 1944. Esta versão previa o uso de motores Jumo 213E-1 de 1750cv e hélices de três pás de passo variável Junkers VS11, no entanto este plano nunca foi totalmente cumprido mantendo-se os Jumo 211 F-2 como motor padrão. O armamento era similar ao H-16 com uma torreta elétrica Drehlafette DL 131/1C na posição dorsal. 

He 111Z (Zwilling)
Entre as sub variantes do H-20 incluem-se o He 111 H-20/R1 convertido para transporte de 16 tropas paraquedistas totalmente equipados, o He 111 H-20/R2 para reboque de planadores, o He 111 H-20/R3 equipado para operações noturnas e o He 111 H-20/R4 que podia transportar vinte bombas de 50kg SC 50. 

Algumas das aeronaves He111H-20/R3 foram equipadas com motores de Jumo 213E com1750cv (com compressores de dois estágios) sendo redesignado por He111H-21, enquanto outras designadas para He111H-22, foram equipados para transportar e lançar um míssil Fieseler Fi103 Reichenberg (V1) sob cada. 

Em meados de 1942 um pequeno numero de He 111 foram convertidos em rebocadores de planadores pesados como o Me 321 ou o Gotha Go 242. O He 111Z, consistia numa combinação de dois He 111H ligados pela asa por uma peça central que incluía um motor adicional. Os cinco motores do He 111Z davam-lhe uma potência total de cerca 6700cv, ainda assim isuficientes para para rebocar um planador Me 321 Gigant totalmente carregado, mesmo que a descolagem fosse feita com recurso a foguetes auxiliares. O planador era ligado ao He 111Z por um cabo de aço de 150 metros de comprimento e 16 milímetros de diâmetro. O He 111Z tinha o piloto e seus controles somente na fuselagem de bombordo enquanto que na secção de estibordo apenas permanecia os equipamento essenciais. A tripulação de sete era constituida por um piloto, um mecânicos, um operador de rádio e um artilheiro na fuselagem de bombordo, e um observador, um segundo mecânico e um artilheiro na fuselagem de estibordo. Foram construidos apenas 12 He 111Z, cuja atividde operacional foi bastante reduzida. Um deles foi abatido pela RAF em França em março de 1944 enquanto rebocava um Gotha Go 242 e outros oito foram destruidos no solo tambem nesse ano. 

CASA 2.111,USA, 1994
Ao todo foram construídos na Alemanha até ao outono de 1944 mais de 7603 He 111, incluindo prótotipos dos quais 871 das versões A,B,C,D,E,F,G e J, 834 da vesão P e 5898 da versão H . Para além dos construídos nas instalações da Heinkel em Oranienburg e Marienehe, os He111 foram construídos também pela Norddeutsche Dornier-werke em Wismar, e pela Arado em Babelsberg e Brandenburg.

A sua produção na Alemanha terminou em 1944 devido à prioridade dada à produção de caças, mas continuaria em Espanha até depois da guerra sob licença diferindo do avião alemão fundamentalmente nos motores. Em Espanha cerca de 236 He 111 foram construídos pela CASA durante e após a guerra, como CASA 2.111, cerca de 130 com motores Jumo 211F-2 motores e os restantes motores Rolls-Royce Merlin 500-29, já depois da guerra por indisponibilidade dos motores Jumo.

  • Atividade operacional
Formação de He 111 sobre o Canal da Mancha, 1940
As primeiras entregas de bombardeiros He 111 à Luftwaffe foram feitas no final de 1936, constituindo o esquadrão operacional 1 / KG 154 em Fassberg e em fevereiro de 1937, trinta e trinta e três foram enviados para a Legião Condor que combatia em Espanha.

A data da invasão da Polônia em 01 de setembro de 1939, a Alemanha possuía em condições de voo 705 He 111 das versões H, P, E e J que no momento em que as forças polacas recuaram para Varsóvia, lançaram violentos ataques contra a cidade. 

Durante a Campanha da Holanda, os He 111 da KG54 lançaram perto de 100 toneladas de bombas sobre Roterdão, depois da capitulação do governo holandês, matando, 814 civis.

Foi no entanto na batalha de Inglaterra que o He 111 sofreu o seu verdadeiro embate e onde ficaram marcadas as suas debilidades. Dos 34 Gruppen que participaram na campanha quinze estavam equipados com o He 111 das versões P e H, que se mostraram um adversário fácil para a RAF levando a necessidade de reforçar o seu armamento defensivo e no imediato reforçar as escoltas de caças. Apesar da sua estrutura ter demonstrado bastante robustez sendo capaz de suportar muitos danos, foram abatidos 246 dos 500 He 111H empregues na Batalha. 

Heinkel He 111H, abatido na Batalha de Inglaterra, 1940
Quando o 6º Exército Alemão, liderado pelo Generalfeld marshal Friedrich Paulus, suportava o cerco das tropas soviéticas a Estalinegrado, os He 111 foram usados para, transportar alimentos, munições e resgatar alguns feridos. A operação não seria no entanto capaz de evitar a rendição alemã.

Os He 111 estiveram em serviço na Luftwaffe até o final da guerra. A última operação bem sucedida foi realizada em junho de 1944, quando bombardearam o aeroporto soviético de Poltava, onde estavam 114 B-17 Flying Fortress e seus caças de escolta P-51 Mustang, destruindo 58 dos aparelhos ali estacionados. No final do ano, os He 111 eram a espinha dorsal do Transportgruppe 30, que lançou pára-quedistas disfarçados de americanos atrás das linhas aliadas na Batalha das Ardenas. 

Finda a Guerra o Ejército del Aire de España continuaria a utilizar operacionalmente o descendente espanhol do He 111, CASA 2.111 (os He 111B e He 111E do tempo da Guerra civil foram abatidos até 1956) equipado com motores Merlin (2.111B e 2.111D) como aeronave de reconhecimento, bombardeiro ou de transporte e foi usado em combate no papel de apoio aéreo próximo durante a Guerra Ifni (Guerra Olvidada) em 1957-1958. Serviram operacionalmente até finais da década de 1960, e algumas foram usadas em filmes como Battle of Britain e Patton , devido à semelhança com os Heinkel He 111 originais.

Ultimo CASA 2.111 em condição de voo, 1994
Um último CASA 2.111 manterse-ia em condições de voo até julho de 2003 altura em que sofreu um acidente durante a aterragem no Cheyenne Municipal Airport durante a deslocação de Midland, Texas para Missoula, Montana onde iria participar num espetáculo aéreo.

Atualmente o unico exemplar preservado de um He 111E, que pertenceu à Legião Condor, está em exposição no no Museo de Aeronáutica y astronáutica em Madrid e um He 111H-20 está exposto no Royal Air Force Museum no Reino Unido.


FICHA DA AERONAVE
GERAL:
  • ANO DO PRIMEIRO VOO: 1935
  • PAÍS DE ORIGEM:  Alemanha
  • PRODUÇÃO:  
  • PAÍSES OPERADORES: Alemanha, Espanha, Roménia, Turquia
ESPECIFICAÇÕES DE VARIANTE 
  • VARIANTE: He 111H-6
  • FUNÇÃO: Bombardeiro médio
  • TRIPULAÇÃO:  5
  • MOTOR:  2 x Junkers Jumo-211F-2
  • PESO VAZIO: 8690 (kg)
  • PESO MÁXIMO NA DESCOLAGEM:  14000 (kg)
  • COMPRIMENTO: 16,40 (m)
  • ENVERGADURA: 22,60 (m)
  • ALTURA: 4,00 (m)
PERFORMANCE
  • VELOCIDADE MÁXIMA:  440 (km/h)
  • RAIO DE COMBATE: 2300 (km)
  • TETO MÁXIMO:  6500  (m)
ARMAMENTO
  • FIXO: 
7 x metralhadoras MG15 ou MG81 de 7,92mm, podendo 2 ser substituidas por
1 x canhão MG FF de 20 mm (no nariz ou posição ventral para a frente)
1 x metralhadora  MG 131 de 13 milímetros  (dorsal ou ventral traseira)

  • CARGA BÉLICA:
Até 2,000 kg  de bombas em dois compartimentos internos ou em dois suportes externos (cada um dos suportes externos bloqueava as portas de uma das baias internas pelo que só era possivel usar as duas bais internas ou os dois suportes externos ou combinações de uma baia interna e um suporte externo); ou
2 x Torpedos ar-superficie

.
PERFIL
.

DESENHOS
.



FONTES
REVISÕES E RECURSOS ADICIONAIS
.
  • Publicação e Revisões
# Revisto em 2017-07-03 #
# Publicado em 2015-05-15 #
  • Recursos Adicionais
#
#
Asas da Luftwaffe - Heinkel: He 111


#