SAAB J 29 Tunnan

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O SAAB J 29 Tunnan (Jakt, caça; Tunnan, barril) foi um caça a jato sueco de primeira geração fabricado pela SAAB, Svenska Aeroplan AB, da Suécia que se tornou conhecida no pós segunda guerra mundial por ter, entre outros factos, projetado uma serie de caças a jato que se distinguiram pelas suas longas carreiras operacionais. A primeira dessas aeronaves foi o SAAB J 29 "Tunnan (Barril), um caça de fuselagem volumosa mas surpreendentemente rápido e ágil. Entrou em serviço da Flygvapnet (Força Aérea Suéca) em 1950, sendo operada até 1974, altura em que foi substituído pelo SAAB Draken. Um total de 661 unidades de diferentes variantes foram produzidas, incluindo 30 aeronaves exportadas para a Áustria em 1961, onde operaram até 1972.

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Ano
1948
Pais de Origem
Suécia
Função
Caça
Variante
J 29F
Tripulação
1
Motor
1 x turbojato Svenska Flygmotor RM2B
Peso (kg)
Vazio
4845
Máximo 
8375

Dimensões (m)
Comprimento 
10,23
Envergadura
11,00
Altura 
3,75
Performance 
(km/h; m; km)
Velocidade
1060
Teto Máximo
15500
Raio de ação
1100
Armamento
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4 x cenhões Hispano Mark V de 20 mm
12 x foguetes ar-ar de 75 mm
2 x misseis AAM Rb 24
14 x foguetes anti-carro de 145 mm, 150 mm ou 180 mm
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Países operadores
Suécia, Austria
Fontes
En.wikipedia.org
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GALERIA
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J 29A
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J 29B com foguetes ar-solo
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J 29C ao serviço da ONU no Congo
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J 29F, academia da força aerea sueca, 1968
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J 29F, esquadrão F16, Uppsala, 1968
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J 29F Saab J 29F "Gul Rudolf", 2014
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HISTÓRIA

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A queda da Dinamarca e Noruega sob domínio nazi na primavera de 1940 tiveram sobre os suecos um efeito intimidatório, levando-os a repensar a sua política de neutralidade. Conscientes da sua incapacidade militar de enfrentar uma hipotética invasão alemã, os suecos, levaram a cabo durante o período da guerra um enorme esforço para melhorar as suas forças de defesas, com forte enfase no desenvolvimento de aeronaves de combate que se prolongaria muito para além do fim da Guerra e que originaria uma forte e inovadora industria aeronáutica.

J 29A, num dos cinco angares construidos nas montanhas
perto de Gothenburg
No final do conflito tornara-se óbvio para os engenheiros da principal companhia aeronáutica sueca, a Svenska Aeroplan AB (SAAB), que os aviões com motor a jato seriam o futuro da aviação de combate. Porém o desenvolvimento de tais motores pelas forças do eixo e pelos aliados fora rodeado de um grande secretismo e os suecos tinham muito pouco conhecimento acerca daquela tecnologia.

Só no final de 1945 os suecos conseguiram obter um motor a jato britânico de fluxo centrifugo De Havilland Goblin, e uma licença para a sua produção na Suécia. O motor rapidamente foi adaptado para o que seria o primeiro avião a jato sueco, o J 21R, uma aeronave originalmente com motor de pistão em configuração de impulsão adaptada para ao novo motor a jato, resultando numa aeronave com semelhanças ao britânico De Havilland Vampire.

A primeira destas aeronaves voaria em 1947, e, apesar de ter características de voo modestas, representou um passo importante da indústria aeronáutica sueca em direcção à era do avião a jato.

O J 21R fora desde início considerado uma solução provisoria para a Flygvapnet, pelo que enquanto estava em produção a, a SAAB levava a cabo estudos para o projeto de um avião a jato avançado, começando pelo RX-1, com um design semelhante ao De Havilland Vampire, passando para o R-101 semelhante ao P-80 Shooting Star. Os engenheiros do SAAB não conheciam o P-80 quando elaboraram o design do R-101, e, quando descobriram o Shooting Star, perceberam que estavam atrasados vários anos, o que levou a equipa de projetistas a regressar ao estirador.

J 29B, do esquadrão F 7, sobre o lago Vänern.
Em outubro de 1945, a equipa da SAAB, chefiada por Lars Brising, havia elaborado um estudo de design de um caça a construir em torno do motor Goblin, com entrada de ar no nariz, um escape na parte traseira e a cabina do piloto inserida na fuselagem por cima do motor sob uma canópia de bolha deslizante. A asa de fluxo laminar reta seria muito fina, e por isso o trem de aterragem triciclo tinha que retrair para dentro da fuselagem resultando daí uma aparência volumosa. A fuselagem seria prolongada acima da exaustão do motor para suportar o conjunto da cauda, numa configuração que dava espaço adequado para descolagens em ângulos acentuados apesar do curto trem de aterragem.

No final da guerra a Suécia, tal como os aliados, beneficiou da fuga de muitos especialistas alemães, e em novembro de 1945, em segredo profundo, engenheiros da SAAB receberam na Suíça, de técnicos alemães em fuga, documentos alemães com estudos da aerodinâmica da asa em flecha. Na posse desses documentos, Brising e sua equipe, acabariam por decidir incorporar no R-101 uma asa enflechada num angulo de varredura de 25 graus substituindo a original asa reta. 

J 29B, do esquadrão F 7, 1955
Saindo como vencedor da guerra, o Império Britânico tinha no entanto uma economia esgotada pelo esforço de guerra e a tecnologia do motor a jato tornou-se um importante produto de exportação. No final de 1945, durante uma visita à empresa de Geoffrey de Havilland, Brising tomou conhecimento do novo e mais potente motor da empresa o Ghost acabando por decidir adapta-lo o R-101.

Porém o Ghost era um motor de fluxo axial de grande diâmetro e por isso a fuselagem teve que ser, literalmente, esculpida em torno dele. O resultado foi uma fuselagem com uma entrada de ar relativamente pequena no nariz que alargava visivelmente até ao lugar onde se encontrava o motor, e que era também o centro de gravidade da aeronave.

O estudo de design do conceito revisto designado de R-1001, com a integração do novo motor e da nova asa estava concluído no início de 1946.

J 29F do esquadrão F 3 em voo
Projetava-se para o novo caça uma velocidade máxima de 1000 Km/h e a Flygvapnet demonstrou bastante interesse no projeto, patrocinando o início do projeto formal em fevereiro de 1946 sob designação de R-1001. Os testes em túnel de vento foram levados a cabo pela SAAB que usou um avião com motor de pistão SAAB 91A Safir modificado, com a designado por SAAB 201, para testar a nova asa enflechada , em testes de voo iniciados na Primavera de 1946. 

No final de 1946 a Flygvapnet encomendou três protótipos do caça que designou por J 29 (J de Jakt-Caça) em posteriormente um quarto que voaria tardiamente em 1950.

O primeiro protótipo realizou o seu voo inaugural em setembro de 1948 com o piloto a afirmar no final, que se tratara de um voo agradável de um patinho, feio no solo, mas rápido no ar.

O primeiro protótipo era motorizado por um De Havilland Ghost 45 de 19.6 kN de empuxo, dispunha de ailerons movidos hidraulicamente e slats que se estendiam automaticamente quando os flaps eram accionados. O seu desempenho excedeu as melhores expectativas demonstrando uma surpreendente agilidade apesar do seu aspecto volumoso. Os dois primeiros protótipos não dispunham de armamento, mas o terceiro foi equipado com quatro canhões Bofors de 20 milímetros montados sob o ducto de entrada de ar do motor no nariz, com 180 munições por arma. 

Em geral, os testes de voo foram realizados sem surpresas embora revelassem algumas falhas que tiveram que ser corrigidas, a mais grave era a excessiva vibração do grupo de cauda a velocidades superiores a 900 Km/h que conduziu a um redesenho e reforço da estrutura de transição do corpo da fuselagem para a empenagem nas primeiras aeronaves de produção, J 29A, que começaram a ser entregues à Flygvapnet em maio 1951.

  • Produção e versões do SAAB J 29 Flygande Tunnan
Entre 1951 e 1954 foram construídos pela SAAB 224 J 29A cujas primeiras unidades entraram oficialmente ao serviço da Flygvapnet em janeiro de 1952. Estas aeronaves eram construídas com motor turbojato RM2 Ghost com 22.3 kN de empuxo (o De Havilland Ghost construído na Suécia sob licença pela Svenska Flygmotor).

Saab J 29F Tunnan "Gul Rudolf", com a fuselagem
envolvente do motor retirada
Foram adicionado compensadores (Trim tab) às superfícies de controlo, e travões aerodinâmicos de mergulho montados nas asas logo no início da produção de J 29A, mas estes, foram posteriormente para a fuselagem, à frente das portas principais do trem de aterragem.

Os pilotos acharam acharam a aeronave agradável de voar, embora tivesse algumas peculiaridades de pilotagem que se menifestavam em determinadas circunstâncias. Para as equipas em terra Tunnan era muito fácil de manter, dispondo de 145, escotilhas e portas para manutenção e a mudança de motor podia ser feita em poucas horas. 

A partir de 1953 até 1955 a produção transitou para o SAAB 224 J 29B, tendo neste período sido produzidas 332 unidades. O J 29B dispunha de uma capacidade de combustível aumentada em 50% conseguida pela instalação de tanques nas asas, que também receberam suportes para bombas e foguetes para missões de ataque ao solo. Por isso esta versão é por vezes identificada como A 29B (A de Attack-Ataque).

Nos suportes das asas podiam ser transportadas até 12 foguetes não guiados ar-ar de 75 mm, até 14 foguetes anti carro de de alto explosivo de 145 mm, até 12 foguetes anti navio de 180 mm ou dois tanques de combustível externos de 500 litros.

O primeiro voo do J 29B ocorreu em março de 1953, e ainda nesse ano teve opurtunidade de se bater com o F-86 Sabre demonstrando uma performance muito semelhante à aeronave norte americana. O Tunnan era um caça topo de gama segundo os padrões daquela época tendo inclusivé fixado em 1954 o record de velocidade num circuito fechado de 500 quilometros em 977.35 Km/h. 

J 29F, armados com dois misseis AAM Rb24
A SAAB construiu também, entre 1954 e 1956, 76 aeronaves S 29C Tunnan (S de “Spaning”-Reconhecimento) de reconhecimento, desarmadas, que podiam acomodar até cinco camaras de reconhecimento no espaço deixado vago pelos quatro canhões. O S 29C dispunha também de um radar de aviso inicialmente localizado no estabilizador vertical posteriormente deslocado para a fuselagem. Em 1955 dois S 29C fixaram o record de velocidade num circuito fechado de 1000 quilometros em 900,60 Km/h. 

Projetos de melhoria do Tunnan prosseguiam no decurso da produção. Um J 29B foi equipado com um motor RM2A uma versão do Ghost da Svenska Flygmotor com pós combutor que lhe permitia obter um empuxo de 27.5 kN. Esta única aeronave foi designada por J 29D sendo usada em testes até 1961.

Adicionalmente os engenheiros da SAAB procuravam refinar o design da asa do J 29, para incrementar o seu Mach Crítico (Critical Mach Number). Daí resultou uma asa com "dogtooth" e eliminação dos slats no bordo de ataque, que no entanto não afetou o comportamento da aeronave a baixas velocidades.

J 29F Tunnan Gul Rudolf, no festival aereo RAF,
 Waddington, 2013
Esta nova asa foi incorporada na nova variante, o J 29E cujo protótipo voou em dezembro de 1953 pela primeira vez. Apenas 29, J 29E foram construídos durante o ano de 1955, mas de seguida 308 aeronaves seriam convertidas para o novo padrão o J 29F. 

O J 29F a última variante do Tunnan incorporava para além da nova asa, o motor RM2A com pós combustor, testado anteriormente no J 29D, demonstrando capacitar o Tunnan de uma descolagem melhorada e de melhor taxa de subida.

A partir de 1963 todos os J 29F que permaneciam ao serviço na linha da frente foram capacitados para transportar um par de misseis AAM Rb24 (versão sueca dos AIM-9B Sidewinder construídos sob licença). A capacitação foi tarefa fácil uma vez que os Sidewinder faziam autonomamente a busca, captura e seguimento do alvo proporcionando ao piloto através de seus auscultadores um som em crescendo à medida que evoluía a fixação do alvo.

No início da década de 1950 a SAAB considerou construir uma versão de instrução Sk 29 (Sk de Skol - escola) porém a ideia não seguiria em frente tal como a de uma versão J 29R, um caça para todo o tempo que seria equipado com um radar de interceção a instalar numa redoma no nariz por cima da tomada de ar para o motor. Como a SAAB estava profundamente comprometida com a produção do Tunnan a Flygvapnet desencorajou a empresa a perseguir novas ideias.

  • O SAAB J 29 Tunnan em serviço
J 29B, do esquadrão F 22 no Congo ao serviço da ONU
A falta de uma versão de instrução do J 29 Tunnan dificultou a transição dos pilotos para a aeronave, uma vez que essa preparação apenas podia ser feita no J 28 De Havilland DH-115 Vampire T55 de instrução disponível na Flygvapnet antes de se sentasrem sós aos comandos do J 29. Consequentemente 99 pilotos suecos morreram em acidentes durante o treino militar com os J 29.

Alguns dias depois da independência da República do Congo (Léopoldville), motins contra os oficiais brancos e as populações europeias no Congo conduziram a uma intervenção militar da Bélgica na sua ex-colônia. Em 12 de julho de 1960, o governo congolês (então chamado Congo-Leopoldville) busca ajuda da ONU para proteger o país contra agressões externas e nos dois dias que se seguiram, o Conselho de Segurança da ONU pede a Bélgica para retirar suas tropas e autoriza a formação de uma força de manutenção de paz destinada a prestar assistência militar ao Congo até que seu governo considerasse necessário.

Neste contexto, em 1960 cinco J 29B da Flygvapnet foram enviados para o Congo como parte da força de manutenção de paz da Nações Unidas, sendo seguidos no ano seguinte por dois S 29C e mais quatro J 29B. 

J 29C, do esquadrão F 22 no Congo ao serviço da ONU
A maior parte das missões dessas aeronaves consistiam em operações de ataque ao solo com os canhões ou foguetes não guiados. A oposição aérea era praticamente inexistente mas os J 29 enfrentaram um intenso fogo do solo sem que nenhuma aeronave tenha sido perdida em combate. A missão da ONU terminou em 1964 e destas aeronaves, apenas quatro regressaram à Suécia enquanto as restantes foram destruídas na base e abandonadas no Congo. 

Para além da Suécia o único utilizador estrangeiro do Tunnan foi a Austria que adquiriu 15 J 29F em 1961, e em 1962 adquiriu mais 15, modificados para acomodaram um módulo de reconhecimento amovível montado no lado esquerdo do nariz da fuselagem em substituição de dois dos canhões. Estas aeronaves permaneceram ao serviço até 1972 sendo nessa altura substituídos por SAAB 105.

Saab J 29F Tunnan Gul Rudolf e um J 39 Gripen
Na Suécia permaneceram na linha da frente da Flygvapnet até 1967 e a partir daí algumas aeronavers foram reconfiguradas como rebocadores de alvos permanecendo ao serviço até 1976, ,ano em que os J 29 Tunnan foram oficialmente retirados de operação. 

No início da década de 1990 um grupo de entusiastas da aeronave conseguiram obter um J 29F Tunnan ainda equipado com tanques externos de combustível, armazenado desde a década de 1970 fazendo-o regressar à condição de voo em 1995. A partir daí a aeronave batizada de "Gul Rudolf", aparece com alguma regularidade em festivais aéreos.
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DESENHOS
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PERFIL
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FONTES
REVISÕES E RECURSOS ADICIONAIS
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  • Publicação e Revisões
# Publicado em 2017-08-20 #
  • Recursos Adicionais

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