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Aeronaves militares portuguesas (Génese)

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Os primeiros passos no domínio do ar não passaram despercebidos em Portugal, graças em parte à ligação da estrutura militar à sua congénere francesa, o que permitiu a formação de um núcleo de militares com conhecimentos e interesse pela causa aeronáutica.
Em 1909, um grupo de oficiais do exercito, com um grupo de elementos da sociedade civil constituíram-se como membros fundadores do Aero Club de Portugal, a primeira organização aeronáutica nacional que influenciou decisivamente a divulgação e a sensibilização do grande publico para a aviação.

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Aeronave: Avro 500 "República"
Período:(1912-1912)
Unidade:Companhia de Aerosteiros do exército
Quantidade:1




A 8 de Outubro de 1912, chega a Lisboa, um biplano Avro 500, com um motor Gnome de 50 CV, adquirido em Inglaterra por 900 libras (valor obtido através de uma subscrição aberta pelo Partido Republicano Português), batizado com o nome "Républica”.
Foram efetuados 12 voos em Portugal pelo piloto inglês Copland Perry, pois não haviam pilotos portugueses, antes do avião ser entregue à recém formada Companhia de Aerosteiros do Exercito. Já nesta unidade do exército fez mais dois voos,o segundo dos quais em outubro de 1912, terminou com uma aterragem forçada no Tejo. O avião foi então desmontado, encaixotado e enviado para Vila Nova da Rainha, não havendo noticia de ter voltado a voar.
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Aeronave:Maurice-Farman MF-4 "Casta Suzana"
Período:(1912-1916)
Unidade:Companhia de Aerosteiros do exército
Quantidade:1



O Maurice-Farman Modelo MF-4 adquirido através de fundos recolhidos pelo jornal "O Comércio do Porto" em Agosto de 1912 era uma avião biplano de 15 m de envergadura, com motor Renault de 70 CV e com uma velocidade máxima de 80 km/h. Veio para Lisboa com o aviador Trescartes, que com ele fez vários voos em Lisboa e Porto, tendo sido depois oferecido ao Exército, recolhendo à E.M.A. em Vila Nova da Rainha. Entre 1912 e 1914 esteve atribuído à Companhia de Aerosteiros
Foi nesse avião, que era conhecido por "Casta Suzana", titulo de uma peça de teatro muito em voga na época, que Sacadura Cabral deu ao seu futuro companheiro de glória, almirante Gago Coutinho, o batismo de voo, na manhã de 23 de Fevereiro de 1917.
O Museu do Ar em Alverca, tem em exposição uma replica desta aeronave construída nas OGMA em 1971.
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Aeronave: Deperdussin Tipo B
Período:(1912-1916)
Unidade:Aeronáutica Militar
Quantidade:1




No dia 28 de Setembro de 1912 esta aeronave foi desembarcada no porto de Lisboa, oferecida ao Governo Português pelo Tenente-Coronel do Exército Brasileiro Albino Costa, português radicado e naturalizado no Brasil. Depois de, por cedência do Ministério da Guerra, ter sido utilizado por um piloto francês no Concurso Internacional de Lisboa, em Junho de 1913, foi entregue à Companhia de Aerosteiros de Tancos em 16 de Novembro de 1912.
Em 14 de Maio de 1914 foi criado o Serviço de Aeronáutica Militar, assim como a Escola de Aviação Militar (EAM) em Vila Nova da Rainha, para onde o Deperdussin B foi transferido.
Após ter realizado o primeiro voo oficial na EAM. em 17 de Julho de 1916, tripulado por Santos Leite, o Deperdussin foi utilizado como avião «rolador» (ou «pinguim») para treino no solo, com os extremos das asas cortados.

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Aeronave: Maurice-Farman MF-11
Período:(1916-1917)
Unidade:Aeronáutica Militar
Quantidade:2



Os dois Maurice-Farman MF-11 foram entregues à Escola de Aeronáutica Militar (EAM) de Vila Nova da Rainha em agosto de 1916 onde em conjunto com o Maurice-Farman MF-4 e o Deperdussin B foram utilizados no primeiro curso de pilotagem em Portugal. Mantiveram-se na instrução de pilotagem até serem retirados de serviço no ano seguinte.
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Aeronave: Caudron G.3
Período:(1916-1933)
Unidade:Aeronáutica Militar
Quantidade:56




Durante o ano de 1916 Portugal adquiriu seis Caudron G.3 destinados à Aeronáutica Militar (AM), que os colocou na Escola de Aeronáutica Militar (EAM) em Vila Nova da Rainha.
Em 1918 é criada na EAM a Esquadrilha Mista de Depósito (EMD), equipada com dois Caudron G.3, e que, num curto espaço de tempo, foi transferida para Alverca e posteriormente para Tancos, cuja pista foi inaugurada em 27 de Outubro de 1924 com a aterragem de dois Caudron G.3 pilotados pelos Capitães Ribeiro da Fonseca e Luís Gonzaga (nascia assim a que viria a ser futuramente a Base Aérea Nº3).
Em 1920 é extinta a EAM de Vila Nova da Rainha, substituída pela Escola Militar de Aviação (EMA), instalada na Granja do Marquês em Sintra, para onde os Caudron G.3 foram transferidos passando a ostentar uma faixa azul - a cor da EMA - pintada em diagonal na fuselagem, com o algarismo da matrícula sobreposto, ao mesmo tempo, foi adoptada a 'Cruz de Cristo' como insígnia militar - por iniciativa do Comandante do Grupo de Esquadrilhas de Aviação República, da Amadora (em substituição dos círculos verdes e vermelhos anteriores).
Em 1921, os seis Caudron G.3 originais foram destacados para Angola, reforçando o Grupo de Esquadrilhas de Aviação de Angola (GEAA). Foi num deles que o piloto Emílio de Carvalho, acompanhado do mecânico Américo Rodrigues, realizou um voo que ficou conhecido como o Circuito ao Norte de Angola, ligando pela primeira vez pelo ar Luanda, Ambriz, Ambrizete e Santo António do Zaire, com regresso pelo mesmo trajeto, feito realizado entre 13 e 28 de Setembro de 1924.
Beneficiando do ambiente na época, fértil em factos promissores para o desenvolvimento aeronáutico português, o Parque de Material Aeronáutico (PMA), situado em Alverca, (hoje, OGMA - Oficinas Gerais de Material Aeronáutico), criado em julho de 1918 ao abrigo da reorganização do Serviço Aeronáutico Militar, constrói entre 1922 e 1924, com a assistência de técnicos franceses 50 aviões Caudron G.3.
Os primeiros Caudron G.3 construídos em Portugal (por vezes referidos por PMA-Caudron G.3) usavam a torção das asas para controlo de voo, tal como as aeronaves originárias de França, porém, os últimos eram já equipados com ailerons.
Em 1925 a EMA utilizava 14 Caudron G.3 na instrução básica de pilotos, que, prova da sua excecional resistência e facilidade de pilotagem, foram utilizados com êxito, até 1933.
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Aeronave: Caudron G.4
Período:(1918-1923)
Unidade:Aeronáutica Militar
Quantidade: 9
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Aproveitando a deslocação do Tenente de Marinha Sacadura Cabral a França para negociar a aquisição de aviões para a Aviação Naval, foi o mesmo encarregado pelo Exército para proceder à seleção e aquisição de aviões para a Aeronáutica Militar (AM), destinados a Angola.
A escolha recaiu nos bimotores Caudron G.4, dos quais foram adquiridos nove que chegaram a Portugal em 1918 e depois de alguns vos de experiências na Escola de Aeronáutica Militar (EAM) em Vila Nova da Rainha, foram embarcados no navio «Quelimane», que largou de Lisboa no dia 1 de Setembro de 1918 rumo a Angola, onde chegaram a 18 de Setembro.
As aeronaves, embaladas em enormes caixotes, seriam transportadas através das picadas do sertão e das vertentes da Serra da Chela, até ao planalto de Huíla, local escolhido para a instalação da Esquadrilha Expedicionária de Angola (EEA), onde chegariam seis meses depois. No entanto a Guerra terminou antes de estar instalada a esquadrilha, e por isso a EEA perdeu o interesse operacional, que era a vigilância da fronteira sul de Angola.
Para além disso depois de devidamente instalada em Huíla, os primeiros tempos da EEA não foram auspiciosos, com um incêndio que destruiu parte do material de voo e das instalações, seguido do acidente com o primeiro voo de ensaio durante o qual uma avaria à descolagem obrigou a uma aterragem de emergência, provocando ligeiros ferimentos no piloto e graves danos materiais.
Em 1921, a EEA é extinta e é criado o Grupo de Esquadrilhas do Huambo, para onde foi transferido todo o pessoal e material, e no ano seguinte, os Caudron G.4 foram substituídos por Caudron G.3 e Breguet Br14 A2, sendo abatidos ao serviço em 1923.
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Aeronave: Farman F-40
Período:(1916-1920)
Unidade:Aeronáutica Militar
Quantidade:5
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Os cinco Farman F-40 chegaram a Lisboa no dia 6 de Outubro de 1916, a bordo do navio cargueiro francês «Garrone». Foram entregues à Escola de Aeronáutica Militar (EAM), inaugurada a 1 de Agosto de 1916, situada em Vila Nova da Rainha, que os utilizou na instrução de pilotos e missões de observação.
Em 1917, os efeitos da II Guerra Mundial fizeram-se sentir na Colónia Portuguesa de Moçambique, com a invasão da fronteira Norte pelas tropas alemãs. Foi então criada a Esquadrilha Expedicionária de Moçambique (EEM), com a finalidade de colaborar e dar apoio aéreo às forças luso-britânicas que se opunham ao invasor.
Composta por 3 pilotos, 3 observadores e 3 mecânicos, dois dos quais contratados à firma Farman, e 3 aviões Farman F-40, a EEM embarcou em Lisboa no navio «Niassa» no dia 3 de Julho de 1917, chegando dia 8 de Agosto a Mocímboa da Praia, onde foi estabelecida a base operacional.
O primeiro voo teve lugar a 7 de Setembro de 1917, sobrevoando Mocímboa da Praia. Foi o primeiro voo de uma aeronave portuguesa em terras africanas e um dos primeiros realizados no Continente Africano.
No dia seguinte, quando repetia o voo, o Alferes Jorge Gorgulho, ao manobrar para aterrar, despenhou-se no solo. O avião incendiou-se de imediato, vitimando o jovem aviador, que seria o primeiro da lista dos mortos da Aviação Militar Portuguesa.
A EEM nunca entrou em operações devido ao pouco esclarecimento do Estado-Maior da Força Expedicionária. Manteve-se em Mocímboa da Praia até 1918, sendo então transferida para Matola, nos arredores de Lourenço Marques, recebendo a designação de Esquadrilha da Província de Moçambique (EPM). A EPM foi extinta em 1920, sendo provável que os dois aviões restantes tenham sido abatidos ao serviço nessa altura.
Os Farman F-40 que ficaram na EAM protagonizaram alguns acontecimentos em Portugal:
  • No dia 1 de Janeiro de 1917, o Primeiro-tenente Sacadura Cabral, na altura a prestar serviço na EAM, foi saudar o Presidente da República num F-40, o que causou grande sensação.
  • Durante uma revolução que eclodiu em Lisboa no dia 8 de Dezembro de 1917, o Segundo-Tenente Caseiro, instrutor na EAM, e o aluno Tenente-Coronel Martins de Lima, ao sobrevoarem a zona actualmente conhecida por parque Eduardo VII, a baixa altitude, num F-40, foram atingidos pelo fogo das armas ligeiras dos revoltosos. O avião despenhou-se, provocando a morte dos dois ocupantes.
No que respeita à pintura, os dados disponíveis levam a crer que a gôndola estava pintada em verde escuro e as asas em castanho-terra. O leme de direção estava pintado com as cores nacionais, tendo sobreposto uma grande letra “F” (de Farman) com um minúsculo algarismo encastrado, a branco, representativo do número atribuído ao aparelho. Em ambos os lados das asas ostentavam a insígnia circular a encarnado e verde.
O abate ao serviço dos Farman F-40 é referida como tendo acontecido em 1920.
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Aeronave: - Nieuport Ni.21E1, Ni.80E2 e Ni.83E2
Período:(1917-19??)
Unidade:Aeronáutica Militar
Quantidade:18



Durante o ano de 1917 chegaram a Portugal 7 aviões Nieuport Ni.83E2, que foram colocados na Escola de Aeronáutica Militar (EAM) em Vila Nova da Rainha.
Nesse ano, para os substituir na instrução, adquiriram-se em França mais 3 aviões bilugar Nieuport Ni.80E2, e  8 monolugares Nieuport Ni.21E1, antigos caças convertidos para treino, com motores de 80cv, em substituição dos de 110cv, que equipavam o modelo original.
Todos os Nieuport foram posteriormente adaptados para utilizar motores Rhône R-9C de 80 hp, uniformizando a motorização da frota.
Em 1920 foram transferidos  para a Escola Militar de Aviação (EMA), instalada na Granja do Marquês, Sintra, a quando da extinção da EAM.
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Aeronave:FBA Tipo B
Período:(1917-1918)
Unidade:Aeronáutica Naval
Quantidade:2









Os primeiros passos para a formação do Serviço e Escola de Aviação da Armada, embrião da Aviação Naval (AN), começaram a ser dados em 1916 na Escola de Aviação Militar (EAM), em Vila Nova da Rainha.
Em Janeiro de 1917, dois hidroaviões FBA Tipo B, adquiridos em França para a Armada Portuguesa chegaram a Portugal. Montados na então designada Escola de Aeronáutica Militar (EAM), realizaram os primeiros voos em Março desse ano. Em 14 de Dezembro de 1917, o pessoal aviador da Marinha e os dois hidroaviões F.B.A. foram transferidos para o recém-formado Centro de Aviação Marítima (CAM) de Lisboa, instalado na Doca do Bom Sucesso, perto de Belém.
Em 1918 um terceiro FBA. Tipo B foi construído nas oficinas do CAM, utilizando peças sobressalentes e um motor novo, comprado em França. A estrutura foi inteiramente construída pelos carpinteiros do CAM, numa afirmação das suas excelentes qualidades profissionais.
Os aviões voaram até 1918, ano em que foram abatidos. Um dos exemplares adquiridos em França encontra-se exposto no Museu de Marinha-Pavilhão das Galeotas, em Lisboa.
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Aeronave:Georges-Lévy GL-40 HB2
Período:(1918-1920)
Unidade:Aeronáutica Naval
Quantidade:2










Em fins de 1917, o Governo Português autorizou a França a instalar um Centro de Aviação Naval (CAN) em S. Jacinto, perto de Aveiro, que foi equipado com pessoal e material francês. Operaram 8 hidroaviões Donnet-Denhaut D.D.8, e dois Georges-Lévy GL-40 HB2, também conhecidos por «Le Pen-Blanchard».
Os GL-40 destacados para S. Jacinto já tinham bastante uso. Começaram a voar em Portugal a partir de Abril de 1918, efectuando missões de patrulhamento marítimo até 11 de Novembro do mesmo ano, dia em que terminou o conflito mundial.
No final da Guerra o destacamento francês foi desativado e a Aviação Naval (AN) recebeu as instalações e o material existente, onde se incluiam os dois Georges-Lévy GL-40 HB2, em péssimo estado de conservação.
Em 11 de março de 1920 devido ao mau tempo e a uma avaria do motor uma da aeronaves fez uma amaragem forçada ao largo de S. Pedro de Moel, danificando a estrutura do avião. O piloto enviou um pombo-correio com o pedido de socorro urgente que foi apanhado em Montemor-o-Velho, mas uma greve dos serviços telegráficos dos Correios impossibilitou a imediata transmissão da mensagem, que só chegou ao conhecimento da AN no dia 13. O avião afundou-se e com ele os três tripulantes.
O outro GL-40 foi retirado de serviço em 1920.
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Aeronave:Donnet-Denhaut D.D.8
Período:(1918-1922)
Unidade:Aeronautica Naval
Quantidade:18












Ainda antes do final da Primeira Guerra Mundial Portugal adquiriu em França vária aeronaves, entre as quais quatro hidroaviões de casco Donnet-Denhaut D.D. 8 com motor Lorraine de 160 hp, destinados a formação de uma esquadrilha expedicionária a África (a aquisição foi realizada por Sacadura Cabral). Como só chegaram a Portugal em 1918, numa altura em que a situação da Guerra já não justificavam o seu envio para África. Acabaram por ser colocados no Centro de Aviação Marítima de Lisboa, inaugurado a 1 de Setembro de 1917. Em 1918, foram recebidas mais seis Donnet-Denhaut D.D.8, estes equipados com motores Hispano-Suiza de 200 hp, aumentando a frota para 10 unidades. A estes, juntaram-se os oito hidroaviões franceses que operaram em S. Jacinto (Aveiro) durante a Guerra.
Até ao seu abate em 1922, quinze destas aeronaves (3 dos aviões deixados pelos franceses nunca chegariam a voas) foram utilizadas pela AN no patrulhamento marítimo da costa Portuguesa.
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Aeronave:Tellier T-3
Período:(1918-1928)
Unidade:Aeronautica Naval
Quantidade:5



Em 1917 a Aviação Naval (AN) adquiriu em França 5 hidroaviões Tellier T-3, tendo em vista a constituição da Esquadrilha Expedicionária para África. 
Como os aviões só foram recebidos em 1918, três deles já depois de terminada a Guerra, não se justificava o seu envio para África, pelo que foram integrados no Centro de Aviação Naval (CAN) do Bom Sucesso, em Lisboa. 
Em 1921 estavam colocados no CAN de S. Jacinto, Aveiro, que estava a ser reativado depois da saida dos franceses.. 
Estes hidroaviões tinham a fuselagem em castanho com o casco preto, as asas em amarelo torrado com a Cruz de Cristo, sem círculo branco, a toda a largura dos planos inferiores e  planos superiores. A bandeira nacional com escudo ocupava todo o leme de direção, em ambas as faces. Nos lados da fuselagem, na direção da cabina de pilotagem, estavam pintados os números das matrículas, em grandes algarismos pretos.
Foram retirados de serviço em 1928.
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Aeronave:Breguet Br-14
Período:(1919-1932)
Unidade: Aéronautica Militar
Quantidade: 29
























Sendo Portugal um dos países vencedores da I Guerra Mundial, pôde assim obter um considerável número de aviões de combate em bom estado, dos excedentes de guerra. Assim em 1919 foram adquiridos 16 Breguet Br-14 A2 que, em conjunto com os aviões SPAD VII, adquiridos nas mesmas condições, constituíram, o Grupo de Esquadrilhas de Aviação República (GEAR), instalado nas recentes instalações da Amadora, inauguradas em 5 de Fevereiro de 1919. 
É a partir da constituição do GEAR, que é adotada a Cruz de Cristo como insígnia da Aeronáutica Militar e da Aviação Naval, substituindo o círculo concêntrico vermelho e verde usado até então. 
Os Breguet Br-14 estavam totalmente pintados em alumínio. A numeração, seguida a partir de 1, foi pintada nos lados da fuselagem em algarismos pretos.
Em Outubro de 1919 foi adquirido outro Breguet Br-14, que seria batizado "Portugal", este na versão T2, tendo em vista estabelecer o recorde da ligação aérea entre Paris e Lisboa. Foi pilotados pelos Capitão Maya e Alferes Lello Portela, que partiram de Paris no dia 3 de Outubro de 1919. No entanto as sucessivas avarias forçaram aterragens em Bordéus (França) e Arevalo (Espanha). Quando chegou a Portugal foi integrado no GEAR, não tendo recebido matricula.
No dia 22 de Janeiro de 1920, um Breguet Br-14 A2 pilotado pelo aviador militar Sarmento de Beires, descolou do campo da Amadora à uma hora da manhã, aterrando uma hora depois, realizando o primeiro voo noturno em Portugal. Tanto a descolagem como a aterragem foram feitas unicamente com a claridade do luar. 
Em meados de 1920 os pilotos militares Sarmento de Beires e Brito Pais começaram a trabalhar no projeto de uma viagem de ida e volta à Madeira, mas não obtiveram autorização governamental, sendo-lhes recusada a utilização de um avião militar. 
Com a presumível conivência do comandante do GEAR, repararam o velho Breguet Br-14 A2 número 1 do GEAR, há muito retirado de serviço e a 18 de Outubro de 1920, a bordo deste avião, totalmente pintado de preto e batizado de "Cavaleiro Negro", com uma enorme estrela branca de cinco pontas nos lados do estabilizador vertical, à frente da bandeira nacional, lançaram-se na temerária aventura de voarem até à Ilha da Madeira, com voo direto de cerca de 800 Km sobre o mar, sem navios de apoio ou quaisquer outras ajudas para além da bússola magnética. Um cerrado nevoeiro não lhes permitiu descortinar as ilhas, pois que, se as não sobrevoaram, andaram nas suas proximidades, uma vez que a população ouviu o ruído motor do avião. Frustradas as suas intenções e como o combustível não era suficiente para regressar a Portugal, voaram em direção ao norte de África, ao encontro da rota que os navios normalmente usavam entre a África e a Europa. Foram recolhidos pelo navio inglês «Gâmbia River».
Em 1921 são adquiridos mais 12 aviões Breguet Br-14 A2 que seguem diretamente para Angola na companhia de seis Caudron G.3 para reforçar o Grupo de Esquadrilhas de Aviação de Angola (GEAA), instalado inicialmente na Huíla e depois transferido para o Huambo. Foram substituir os bimotores Caudron G.4, velhos e corroídos pelo clima tropical. No dia 27 de Março de 1925, o piloto Sérgio de Almeida, o navegador Pinheiro Correia e o mecânico Manuel António, partiram da Amadora a bordo do Breguet Br-14 A2 número 15 do GEAR, baptizado de "Santa Filomena", a caminho de Bolama, na Guiné Portuguesa (agora Guiné-Bissau), onde chegaram no dia 2 de Abril, depois de percorrerem 3.960 Km com escalas em Casablanca, Agadir, Cabo Juby, Vila Cisneros, S. Luís e Dacar.
Foi a primeira viagem aérea à África portuguesa e, curiosamente, a primeira ação anti-guerrilha efetuada pela Aeronáutica Militar, pois que os aviadores participaram, a pedido do Governador da Guiné, numa operação militar contra os rebeldes, em Cauliabaque, lançando granadas rudimentares com estabilizadores feitos em chapa de flandres e de latas de conserva, situação tão humorística como eficiente. 
Os Br-14 A2 que operaram em Angola regressaram à metrópole em 1928 sendo colocados no Grupo Independente de Aviação de Bombardeamento (GIAB), criado em 1924 e instalado em Alverca.
Os Breguet terminaram a sua vida operacional em 1932.
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Aeronave: Spad S.VII C1
Período:  (1919-1932)
Unidade: Aeronáutica Militar
Quantidade: 22






Portugal recebeu 22 SPAD S.VII C1 em 1919, como excedentes e compensação da 1ª Guerra Mundial, onde atuaram aviadores portugueses.(Foi num avião deste tipo, integrado na Esquadrilha SPA-65, que o capitão Óscar Monteiro Torres foi abatido nos céus de França no dia 20 de Novembro de 1917.)
Dado que na época não existia em Portugal qualquer unidade operacional, foi criado em 5 de Fevereiro de 1919, e instalado na Amadora, o Grupo de Esquadrilhas de Aviação República (GEAR), dependente da Arma de Aeronáutica Militar (AM). Foi nesta unidade que os SPAD formaram a primeira Esquadrilha de Caça existente em Portugal, que, a partir de 13 de Dezembro de 1921 tomou a designação de Esquadrilha Capitão Monteiro Torres.
Estes aviões estavam totalmente pintados em alumínio, usando a insígnia da Cruz de Cristo sobre círculo branco, nos lados exteriores das asas superiores e inferiores, com a bandeira nacional, com escudo, cobrindo o leme de direção. Os números de matrícula, de 1 a 22, encontravam-se pintados a preto nos lados da fuselagem.
É a partir da constituição do GEAR e por ação do seu comandante, o veterano de guerra Capitão Maya, que se adota a Cruz de Cristo como insígnia da aviação militar, quer na Aeronáutica Militar, quer na Aviação Naval, substituindo o círculo vermelho com centro verde.
Em 1925 só existiam 11 destes aviões, que foram abatidos ao efetivo em 1932.
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Aeronave: Martinsyde F-4 Buzzard
Período:(1919-1933)
Unidade: Aeronáutica Militar
Quantidade: 4











Durante o ano de 1919, a fase de entusiasmo pela aviação levou a colónia inglesa em Lisboa a oferecer ao Governo Português o primeiro Martinsyde F-4 Buzzard.
Tratava-se do avião de demonstração da Martinsyde registado civilmente, para esse efeito, pelo construtor - e que foi pilotado pelo aviador inglês Raynham, em Outubro de 1919, de Londres a Madrid para ser exibido perante as entidades espanholas. Em Novembro desse ano, Raynham repetiu as demonstrações em Lisboa. 
A oferta da aeronave foi então formalizada pelo Embaixador inglês em Portugal, e  batizada de «Vasco da Gama», por lady Drummond, sua esposa.
Em 1923, o Governo Português, satisfeito com os resultados obtidos pelo Martinsyde F.4 oferecido, aquiriu mais três caças desse tipo, que se juntaram aos SPADS na nova base, a EMD (Esquadrilha Mista de Depósito) de Tancos.
A EMD foi extinta em 1926 e, em sua substituição, foi criada  a Esquadrilha de Caça nº 1, sediada em Tancos, e equipada com os quatro Martinsyde F-4 e com os SPAD VII ainda no ativo.
Totalmente pintados em alumínio, ostentavam a Cruz de Cristo sobre círculo branco no extra-dorso das asas superiores e no intradorso das asas das inferiores. A bandeira nacional, com escudo, cobria a totalidade do leme de direção. Quando colocados em Tancos apresentavam, nos lados da fuselagem, o característico galgo a correr, pintado a amarelo, símbolo da Base de Tancos. 
Os Martinsyde f-4 Buzzard foram retirados de serviço em 1933.
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