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| Durante a primeira metade da década de 1950, o governo Francês decidiu desenvolver um bombardeiro, supersônico, capaz de transportar armas nucleares e a 20 de março de 1957, firmou um acordo com a Dassault Aviation para início da construção dos primeiros exemplares.
A 17 de junho de 1959 o Mirage IV faria o seu primeiro voo e entraria ao serviço no dia 1 de outubro de 1964. Entre os anos de 1963 e 1968 seriam fabricadas 62 aeronaves Mirage IV de série, em duas variantes bombardeiro (mantidos ao serviço até 1996) e de reconhecimento (mantidos ao serviço até 2005).
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Ano
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1959
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Pais de Origem
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França
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Função
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Bombardeiro estratégico
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Variante
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A ou P
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Tripulação
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2
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Motor
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2 x turboreatores SNECMA Atar 9K-50
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Peso (Kg)
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Vazio
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14500
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Máximo
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33475
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Dimensões (m)
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Comprimento
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23,49
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Envergadura
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11,85
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Altura
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5,40
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Performance (Km)
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Velocidade Máxima
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2340 (Mach 2.2)
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Teto Máximo
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20000
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Raio de ação
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1240 (4000 com abastecimento aéreo)
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Armamento
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Países operadores
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França
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Fontes
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GALERIA
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HISTÓRIA
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Por isso só em 1954 o Presidente do Conselho de Ministros francês , Pierre Mendes France, assinou um decreto para a criação de um Alto Comissário para a aplicação militar da energia atómica e posteriormente em 1955 o governo da Quarta República decide financiar a pesquisa, desenvolvimento e construção da “bomba” durante o período 1955 a 1957, decidindo assim a França juntar-se ao clube dos possuidores de arma nucleares. As primeiras explosões nucleares experimentais franceses têm inicio em 1960.
O primeiro protótipo (Mirage IV 01) foi construído para explorar e resolver os problemas decorrentes do vôo supersônico prolongado cuja tecnologia apresentava ainda inúmeras incertezas (nenhum avião tinha sido ainda capaz até a data de manter uma velocidade de cruzeiro de Mach 1,8 por um longo período de tempo), mas também para resolver questões relacionadas as armas (bomba nuclear) ainda em desenvolvimento.
O projeto selecionado para produção dos três protótipos seguintes seria o Mirage IV A, apenas ligeiramente maior do que o primeiro Mirage IV. Esta aeronave tinha uma área de asa de 77,9 metros quadrados e pesava cerca de 32.000 kg e em 4 de abril de 1960, foi emitida a ordem de produção formal de 50 aeronaves de série. Os três protótipos foram construídos entre 1961 e 1963, e os primeiros voos realizaram-se em outubro de 1961, junho de 1962, e 23 de janeiro de 1963.
Os Mirage IV eram visualmente semelhantes aos caças Mirage III, no entanto, a asa era proporcionalmente mais fina para permitir um melhor desempenho em alta velocidade (a relação espessura /acorde era de apenas 3,8% na raiz e 3,2% na ponta, sendo a asa mais fina construída na Europa naquela época e uma das mais fins do mundo), e era cerca de três vezes maior, em dimensões e peso.
O Mirage IV podia ainda ser equipado com 12 foguetes de combustível sólido na diagonal para baixo abaixo dos flaps das asas, para descolagem assistida por foguete (RATO- Rocket Assisted Take Off)
Durante a década de 1970, tornou-se claro que a vulnerabilidade do Mirage IV às defesas aéreas, mesmo ao voar em baixas altitudes, tornava o bombardeamento com de bombas de queda livre , como a AN-11 ou AN-22 impraticável. Por isso foi decidido passar a maior parte do papel dissuasor para bases terrestres de misseis IRBM e alternativamente para misseis baseados em submarinos. Em 1973, foi relatado que uma força de 40 Mirage IV iria continuar a fazer parte da dissuasão nuclear francesa até a década de 1980, com introdução de melhorias continuas na sua capacidade operacional. Estas consistiram na sua modificação para permitir o lançamento do míssil Air-Sol Moyenne Portée (ASMP) com uma ogiva de 150 ou 300 quilotoneladas (Mirage IV P).
O desenvolvimento da capacidade nuclear francesas teve como consequência que em 1966, em plena guerra fria, o general De Gaulle tenha ordenado a saída da França da estrutura militar da aliança atlântica (NATO), em resultado do que a França retirou do seu território todas as forças e bases aliadas, argumentando com a necessidade de garantir a soberania francesa.
A 18 de outubro de 1945, o presidente do Governo Provisório da República Francesa, Charles de Gaulle, criaria pelo decreto o “Commissariat à l'Energie Atomique” (CEA), com o objectivo de "(...) Implementar o uso da energia nuclear nos domínios da ciência, da indústria e da defesa nacional (...)"
A instabilidade dos governos da Quarta República não favoreceu a criação de um plano de longo prazo com vista a equipar a França com armas nucleares. No entanto, a 20 de junho de 1952, o Presidente do Conselho de Ministros, Antoine Pinay e do Secretário de Estado das Finanças, Felix Gaillard apresentou um projeto de lei para a realização de um plano de desenvolvimento da energia atómica (1952-1957 ), que previa produzir uma quantidade significativa de plutónio. Dentro do governo, havia vozes a favor e contra as armas nucleares, e muitos duvidavam da necessidade, enquanto outros eram contra a que a França possuísse tais armas.
Mirage IV 01 (primeiro prototipo) |
Definida a questão da bomba, era necessário definir o vetor ou seja como transportar e lançar a “bomba” até ao alvo, presumivelmente (estamos no período da guerra fria) a União Soviética ou territórios da Europa Oriental sob sua influência, em retaliação a um eventual ataque do bloco comunista.
Em maio de 1956, o governo de Guy Mollet elaborou uma especificação para um bombardeiro supersônico, passível de ser reabastecido em voo e de transportar uma carga bélica com 5,5 metros de cumprimento e um peso de três toneladas a 2000 km (sem reabastecimento).
Perante as especificações, surpreendentes para a época de acordo com alguns estudiosos principalmente no que se referia a velocidade supersónica, a Dassault, a Sud Aviation e a Nord Aviação, apresentaram propostas, todas elas baseadas em aeronaves já existentes.
A proposta da Dassault, foi a selecionada em 1957, devido ao seu custo mais baixo, antecipando um desenvolvimento mais simples, pois era derivada do caça monomotor Mirage III, e baseada no projeto não concretizado em 1956 do birreator Mirage II.
O protótipo da nova aeronave, apelidado Mirage IV 01, era semelhante ao Mirage III, porém tinha o dobro da sua superfície alar, dois motores em vez de um, o dobro do seu peso e uma capacidade de combustível três vezes maior. A aerodinâmica do Mirage IV era muito semelhante à do Mirage III, mas incorporava muitas melhorias que o tornavam bastante mais avançado.
Mirage IV 0 (segundo prototipo) |
Após a conclusão dos testes de terra Mirage IV 01 faria o seu voo inaugural no dia 17 de Junho de 1959 a partir do aeródromo de Melun Villaroche.
No seu terceiro voo, em 20 de Junho de 1959, o Mirage IV 01 foi autorizado a sobrevoar o Paris Air Show no aeroporto de Le Bourget na presença do Presidente Charles de Gaulle.
A 19 de setembro de 1960, René Bigand pilotando o Mirage IV colocaria o o recorde mundial de velocidade em circuito fechado em 1.822 quilômetros por a hora e mais tarde em 1.972 km/h
O protótipo Mirage IV 01 sofreu pequenas modificações durante os testes das quais a mais notória foi o aumento da cauda.
Foram feitos estudos para uma versão maior da aeronave, o Mirage IV B, com dois motores SNECMA Pratt & Whitney J75, uma área de asa de 120 m² e um peso total de 64000 Kg, capaz de se deslocar a uma velocidade de Mach 2,4 no entanto o elevado custo da aeronave fez com que o projeto fosse abandonado em julho de 1959 (o objectivo do projeto era aumentar o raio de combate para assegurar que a aeronave tinha autonomia suficiente para regressar a França depois de lançar a carga bélica sem depender do reabastecimento em voo).
Mirage IV A |
Em 1962, o segundo protótipo realizaria um bombardeamento nuclear simulado no sul da Argélia, o terceiro foi equipado com a navegação, sistemas de bombardeio e sonda de reabastecimento de voo e o quarto protótipo, Mirage IV A 04, foi essencialmente representativo da aeronave de produção que se seguiria.
A produção da aeronave seria feita com recurso a fabricantes franceses, na Sud Aviation e seriam produzidas as asas e fuselagem traseira, na Breguet Aviation o estabilizador vertical, e na Dassault os restantes componentes estruturais. Como havia uma exigência explicita para que fosse assegurada a independência total de qualquer fornecedor externo o Mirage IV não tinha inicialmente um sistema de navegação por inércia pois a indústria francesa não tinha inicialmente capacidade para o produzir.
Em 7 de dezembro de 1963, o primeiro Mirage IV A de serie faria o seu voo inaugural e uma série de 62 aeronaves seriam construídas e entrariam ao serviço entre 1964 e 1968. O lote final de 12 aviões encomendados em novembro de 1964 diferia da aeronave anteriormente em várias pormenores, nomeadamente no controle de voo, aviónicos, e detalhes estruturais com a finalidade de proporcionar um melhor desempenho a baixas altitudes. Estas melhorias aplicadas aos últimos 12 Mirage IV foram aplicadas posteriormente a toda a frota.
Mirage IV P |
Era alimentado por dois turbojatos SNECMA Atar 9K-50 com duas entradas de ar em ambos os lados da fuselagem que dispunham de difusores de choque de geometria variável em forma de meio cone, que se moviam para a frente com o aumento da velocidade para reduzir os efeitos da onda de choque.
Embora pudesse atingir velocidades superiores, estava limitado a Mach 2,2 devido a restrições da temperatura das estruturas.
A capacidade interna de combustível de 14000 litros, em tanques distribuídos pelas asas e fuselagem permitia-lha apenas atingir a fronteira da URSS (mesmo se transportasse tanques de queda externos) devido ao elevado consumo dos motores, e por isso a aeronave estava equipada com sistema de reabastecimento em voo com a sonda colocada no nariz.
A tripulação de dois homens, piloto e navegador,era sentada em cockpits em tandem, com canópias separadas. O radar de bombardeamento e navegação estava alojado obliquamente numa redoma debaixo da fuselagem entre as entradas de ar e atrás do cockpit. A maior parte dos sistemas aviónicos, tais como as comunicações de radar, instrumentação e equipamentos de navegação e bombardeio, foram produzidos pela Thomson-CSF, outros elementos foram produzidos pela própria Dassault. O único importante sistema a bordo que não era de produção francesas era o radar de pulso doppler Marconi AD.2300.
O Mirage IV dispunha de dois suportes para carga externa em cada asa, nos internos podiam ser transportados tanques de queda para 2500 litros e nos externos sistemas de contramedidas (chaft e flare) em complemento aos sistemas internos. Num suporte central sob a fuselagem seria transportada uma única arma nuclear AN-11 ou AN-22 (mais tarde).
O Mirage IV podia teoricamente transportar até seis grandes bombas convencionais ou 16 de 454 kg, no lugar dos tanques de queda e pods de ECM, mas tal armamento raramente foi colocada em prática, da mesma forma nunca dispôs que qualquer arma defensiva (canhões) que não fossem os sistemas de contramedidas.
Mirage IV P descolando com RATO |
A partir de 1972, 12 Mirage IV foram equipados para transportar um pod de reconhecimento CT-52, no suporte da fuselagem (Mirage IVR de reconhecimento estratégico).
Posteriormente durante a década de 1980 um total de 18 aeronaves foram modernizadas com um suporte central e equipamentos para transportar e lançar o míssil nuclear ar-terra de médio alcance Air-Sol Moyenne Portée (Mirage IV P de penetração). Este foi um melhoramento substancial, incluía a adição de sistema de interação com o míssil, um novo radar de pulso-Doppler Thomson-CSF ARCANA com capacidade de mapear o terreno em alta resolução, sistema duplo de navegação por inércia SAGEM Uliss, um receptor de alerta de radar (RWR) Thomson-CSF Serval e atualização do assentos de ejeção Martin-Baker Mark para Mark 6 (com capacidade de ejeção a velocidade zero e a altitude zero. O primeiro Mirage IV P entraria ao serviço ativo em 1 de Maio de 1986.
Apesar das várias tentativas de exportar o Mirage IV para forças aérea estrangeiras, nomeadamente a RAF (Royal Air Force) britânica e a RAAF (Royal Australian Air Force) nenhuma seria concretizada. Ambas optariam pelo General Dynamics F-111C , que no entanto apena seria adquirido pela RAAF uma vez que os britânicos acabariam por também não concretizar a compra.
Em fevereiro de 1964 começaram as entregas do bombardeiro estratégico Mirage IV A à força aéreo francês (Armée de l'Air), que se prolongariam até 1968. A força de dissuasão nuclear francesa depois de completa consistia em nove esquadrões de quatro Mirage IV cada e uma aeronave de reabastecimento, cada um operado a partir de uma base diferente. Aos 36 Mirage IV ativos juntavam-se 26 aeronaves de reserva mantidos em perfeitas condições de navegabilidade ou não ser sujeito a atividades de manutenção.
Após o estabelecimento da sua própria força de dissuasão, conhecida por "Force de frappe" a França retirou-se da estrutura de comando militar da NATO em 1966 por ordem do presidente francês, Charles de Gaulle (a França apenas viria a reintegrar a estrutura militar da NATO em 2009, apesar de nunca ter deixado de fazer parte da sua estrutura politica). O estabelecimento operacional da frota do Mirage IV, foi considerado um dos fatores que influenciaram a decisão de retirar a França da NATO, uma vez que permitiu á França dispor autonomamente de um elemento de dissuasão nuclear considerado capaz de assegurar a sua independência como uma nação. De 1964 a 1971, o Mirage IV foi o único meio francês capaz de transportar e lançar material bélico nuclear, estrando neste período armados com uma única bomba de 60 quilotoneladas cada.
Mirage IV P numa aterragem auxiliada por para-quedas |
Durante a primeira década de serviço os Mirage IV voaram mais de 200.000 horas e realizaram 40.000 operações de reabastecimento aéreo de tal forma que em determinado ponto as operações Mirage IV consumiam 44% do orçamento total de peças de reposição da Força Aérea Francesa.
Os objetivos principais da força Mirage IV A eram grandes cidades e bases soviéticas. Com reabastecimento aéreo, o avião era capaz de atacar Moscovo, Murmansk e várias cidades Ucranianas a partir de bases francesas. Como principio a dissuasão nuclear francesa afirmava que o custo de um ataque a França seria no mínimo a destruição de dez grandes cidades Russas, preço demasiado elevado de acordo com o brigadeiro-general do Armée de l'air Pierre Marie Gallois, um dos arquitetos da dissuasão nuclear francesa.
A frota de Mirage IV A, era abastecida por 12 aviões tanque Boeing C-135 F adquiridos aos EUA para o efeito. Mas ainda assim a capacidade dos Mirage IV de regressarem as bases francesas após uma hipotética missão de bombardeamento sobre a URSS foi sempre controversa, algumas fontes afirmam que alguns dos perfis de missão previstos, não deixavam á tripulação qualquer possibilidade de regresso a França.
As tripulações de voo e de terras recebiam treino no “Commandement des forces aérienne stratégiques” (CoFAS) em Bordeaux onde vários Nord Noratlas foram modificados para o efeito, recebendo o radar do Mirage IV, consolas de controle e geradores elétricos adicionais, para dar formação aos navegadores. Os Nord Noratlas foram mais tarde substituídos por aeronaves Dassault Falcon 20 equipados com grande parte da aviónica do Mirage IV P.
Inicialmente o perfil das missões, previam voos a muito alta altitude a uma velocidade de Mach 1.85 para atingir alvos até uma distancia máxima de 3500 Km. Porém em finais da década de 1960 o desenvolvimento dos misseis superficie-ar (com capacidade para atingirem o Mirage IV a alta velocidade e altitude) conduziu a alteração deste perfil de missão para penetração a baixa altitude e a velocidade mais baixa.
Mirage IV R, Koweit 1991, (Guerra do Golfo) |
Em 31 de julho de 1996, o Mirage IV P foi formalmente retirado de serviço ativo sendo a sua capacidade de bombardeiro nuclear transferida para o recente Dassault Mirage 2000N. Alguns Mirage IV (cinco aeronaves) continuariam no redesignado “Escadron de Reconnaissance Stratégique” (Esquadrão de Reconhecimento Estratégica), equipados com o pod de reconhecimento CT-52 (Mirage IV R), realizando missões sobre a Bósnia, Iraque, Kosovo e Afeganistão até 2005, ano em que foram formalmente abatidos ao serviço ativo (foi substituido por aviões Mirage 2000N equipados com um moderno PRNG (Pod de Reconhecimento Nouvelle Génération)).
EM PORTUGAL
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