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Bachem Ba 349 Natter

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O Bachem Ba 349 Natter (Víbora) foi um intercetor foguete construído pela Alemanha Nazi, integrado no programa de emergência para defesa do território alemão dos constantes bombardeamentos aliados no final da Segunda Guerra Mundial. Tratava-se fundamentalmente de um míssil terra-ar tripulado.
Após uma decolagem vertical a partir de uma plataforma (que eliminava a necessidade de aeródromos), a aeronave seria dirigida por um piloto automático em direção as formações de bombardeiros, aí, o piloto, com muito pouco treino, apontaria a aeronave com maior precisão e dispararia a totalidade do armamento (24 ou 33 foguetes não guiados) contra os bombardeiros de forma a causar o maior número de danos. Esgotado o combustível e após o disparo dos foguetes, o piloto saltava de paraquedas e a fuselagem, contendo o motor de foguete, caia no solo com o auxílio de paraquedas para ser reutilizado noutra aeronave.

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Ano
1945
Pais de Origem
Alemanha
Função
Caça intercetor 
Variante
B-1 (dados estimados)
Tripulação
1
Motor
1 x motor de foguete Walter HWK 109-509C-1
4 x foguetes auxiliares Schmidding 109-533
Peso (Kg)
Vazio
880
Máximo
2232

Dimensões (m)
Comprimento
6,00
Envergadura
4,00
Altura
2,25

Performance (Km)
Velocidade Máxima
1000
Teto Máximo (m)
12000
Raio de ação
60
Armamento
2 x canhões MK 108 de 30 mm, ou
24 x foguetes Henschel Hs 297 de 73 mm ou
33 x foguetes R4M de 55 mm 
Países operadores
Alemanha
Fontes
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GALERIA
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Estrutura em madeira do Ba 349
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Ba 349V Natter (Planador)
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Ba 349V Natter (Planador)
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Carro de transporte do Ba 349
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Ba 349A-1
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Ba 349A-1
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HISTÓRIA
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Em 1943 a superioridade aérea da Luftwaffe começava a ser desafiado pelos Aliados, cujas incursões sobre o Reich se tornavam cada vez mais frequentes e eficazes. Do ponto de vista alemão eram necessárias e inovações radicais capazes de por fim ao crescendo aliado. Os mísseis terra-ar pareciam ser uma abordagem promissora para combater os bombardeiros aliados no entanto apesar deterem sido iniciados vários projetos todos ele chocavam invariavelmente com problemas nos sistemas de orientação para o alvo impedindo qualquer destes projetos de se tornarem operacionais.

Um míssil com piloto que pudesse operar a arma durante o breve período de aproximação ao alvo parecia ser uma solução para estes projetos.

No inicio de 1944, integrado no Jägernotprogramm (Programa de caças de Emergência) a Luftwaffe solicitou propostas para intercetores de defesa de pontos estrastégicos, para os quais recebeu varias prpostas simples, entre elas o Heinkel P.1077 Julia.

Motor de foguete Walter HWK 109-509
Uma proposta mais radical seria apresentada por Erich Bachem da empresa Gerhard Fieseler Werke . O Bachem BP-20 ( "Natter") baseava-se no conceito do Fi 166, seria uma aeronave construída em madeira colada e pregada com uma antepara blindada e uma cabina com vidro a prova de bala para um piloto. Originalmente fora planeado para um motor de foguete Walter HWK 109-509 A-2, no entanto como estre motor estava destinado ao Me 163, apenas foi dispolibilizado o A-1, que forcecia um impulso variável entre 1 kN e 15,7 kN. Para auxilio na descolagem vertical seriam utilizados 4 foguetes de combustível sólido Schmidding 109-533 que forneciam um impulso inicial adicional de 11,768 kN durante dez segundos, sendo depois descartados.

A aeronave deslizaria pelas três guias (uma para cada asa e outra para a barbatana de causa ventral) de uma torre de lançamento vertical com uma altura de cerca de 20 metros. 

No momento em que a aeronave deixasse a torre esperava-se que tivesse atingido velocidade suficiente para permitir que as suas superfícies aerodinâmicas e de controlo fornecessem um voo estável. A partir desse ponto o Natter seria orientado por um piloto automático semelhante ao utilizado em alguns misseis V-2, para a proximidade das formações de bombardeiros. Só então o piloto assumiria o controle paras apontar e disparar o armamento, uma salva de 19 ou 24 foguetes R4M, ou uma série de foguetes Henschel Hs 297 Föhn não guiados montados numa célula no nariz.

Celula de 24 x foguetes Henschel Hs 297 de 73 mm
O Natter não pretendia voar acima das formações de bombardeiros, na altura em que atingisse a distância de disparo provavelmente já se encontrava sem combustível, após o ataque, planaria ate ao 3000 metros onde a fuselagem traseira com o motor se separava, após a abertura de um paraquedas de travagem para possibilitar o reaproveitamento do motor (a parte mais valiosa da aeronave). Após a abertura do paraquedas da fuselagem o piloto seria ejetado para fora do cockpit pela inércia e desceria usando o seu próprio paraquedas.

Bachem indicava claramente na proposta inicial que o Natter não era uma arma suicida e que fora projetado para oferecer segurança ao piloto, apesar dos potenciais riscos inerentes a pilotar uma aeronave claramente precária. O Natter foi inclusive considerado ter vantagem sobre o Me 163 Comet uma vez que eliminou a necessidade de aterrar em voo planado que tornava o Comet muito vulnerável aos caças inimigos.

O projeto de Bachem chamou a atenção de Heinrich Himmler, chefe das SS, que apoiou plenamente o projeto e em meados de setembro de 1944, o Gabinete Técnico da Waffen-SS fez um pedido para Bachem desenvolver e fabricar o Natter na sua fabrica em Waldsee.

Em dezembro de 1944, o projeto passou em grande parte para o controle das SS e Hans Kammler (esta terá sido a única vez que as SS interferiram significativamente no design de uma aeronave). Numa fase inicial do projeto, o Reichsluftfahrtministerium ( RLM ) levou a cabo uma avaliação de engenharia do Natter, que relatado em 28 de outubro de 1944 e impôs várias economias rigorosas num projeto já frugal.

Ba 349V Natter para testes em voo planado
O Natter não tinha trem de aterragem, consequentemente uma das características mais incomuns da aeronave era a fuga do piloto e a recuperação da máquina. A sequência proposta para isso foi a seguinte: Após o ataque, o Natter pode mergulharia para uma altitude mais baixa onde nivelaria o voo. O piloto, então, iniciaria uma sequência de fuga bem treinada. Abriria o fecho da carlinga que passaria para trás na dobradiça sob efeito da corrente de ar; iria soltar-se do cinto de segurança e remover os pés dos estribos dos pedais do leme; apertaria uma alavanca montada na coluna de controle, que iria libertar a base da coluna e de seguida inclina-la para a frente e acionar o mecanismo de liberação nariz do Natter. Esta acção libertaria a secção de nariz, como resultado da pressão aerodinâmica reduzida na parte da frente da fuselagem e acionaria o paraquedas da parte traseira armazenado no lado estibordo da fuselagem traseira que permitiria a queda controlada do motor do Natter. O piloto seria ejetado da cabine por sua própria inércia durante o processo de separação e aterrar usando o seu paraquedas pessoal.

Sequência de lançamento do Ba 349V
A construção do primeiro protótipo experimental Natter, Versuchsmuster 1 (V1) , foi concluída em 4 de outubro de 1944, e os testes de voo planado iniciaram-se em 3 de novembro de 1944, com o V1 a ser rebocado para os 3000 metros por um bombardeiro Heinkel He 111 em Neuburg an der Donau . O piloto era Erich Klöckner, que fez todos os quatro voos documentados. Em 14 de fevereiro depois de perdido o primeiro protótipo devido a quebra do cabo de reboque para retirar quaisquer dúvidas sobre a capacidade de planar do Natter Hans Zübert fez um voo livre no V8 (M8), e mostrou que o Natter era de facto capaz de planar facilmente. 

Os ensaios de decolagem vertical (VTO) foram realizados num terreno alto perto de Stetten am Kalten Markt , Würtemberg, realizando com sucesso a primeira descolagem vertical não tripulada da torre de lançamento experimental em 22 de dezembro de 1944 com o V16 (M16). A aeronave de teste M16, era alimentada apenas pelos quatro foguetes Schmidding. 

Até 01 de março de 1945, foram utilizados 16 protótipos, oito em ensaios de planador e oito em ensaios VTO. 

Abastecimento do Ba 349
Em janeiro 1945 Bachem estava sob pressão das autoridades de Berlim para realizar um voo tripulado VTO até o final de fevereiro. Por isso em 25 de fevereiro, M22 estava na torre de lançamento experimental. Era uma máquina operacional tão completa quanto possível, com o motor Walter HWK 109-509 A-1 instalado pela primeira vez e um piloto manequim no cockpit. 

A descolagem da torre foi perfeita e os engenheiros e pessoal de terra assistiram à subida da aeronave propulsionada pelos quatro Schmidding e pelo motor Walter, e à separação do nariz e descida do manequim em segurança conforma planeado. A restante fuselagem caiu sob seu grande paraquedas, mas quando ele bateu no solo o combustível e oxidantes do motor Walter (T-Stoff oxidante e C-Stoff combustível) explodiram destruindo o protótipo.

Preparação para o lançamento
Apesar das preocupações de Bachem pressionada para avançar com o programa de testes encurtado devido as exigências de Berlim, um jovem voluntário piloto de teste da Luftwaffe, Lothar Sieber, subiu para o cockpit do M23 plenamente abastecido em 1 de Março. O aparelho era equipado com um transmissor de FM para efeitos de transmissão de dados de voo, a partir de vários sensores de controlo na máquina. 

Por volta das 11:00, com um rugido, o M23 subiu para fora de uma nuvem de vapor e fumo dos foguetes, exibindo sua pintura de camuflagem. A uma altitude de cerca de 100 a 150 m, o Natter de repente é lançado para trás em numa curva. A cerca de 500 m a canópia da cabine é vista voar para longe com o Natter continuando a subir a alta velocidade mum ângulo de 15 ° em relação à horizontal, desaparecendo nas nuvens. O motor Walter parou cerca de 15 segundos após a descolagem estimando-se que o Natter tenha atingido 1.500 m de altitude mergulhando de seguida embatendo de seguida de nariz no solo 32 segundos mais tarde a alguns quilómetros do local de lançamento. Desconhecido na época, um dos foguetes Schmidding não foi descartado e seus restos foram desenterrados no local do acidente em 1998. 
 Entrada no cockpit
Bachem supôs que o piloto tinha involuntariamente puxado para trás a coluna de controlo sob o efeito da aceleração de 3 G. O exame da carlinga, caída perto do local de lançamento, mostrou que a ponta do fecho fora dobrada, sugerindo que pode não ter sido completamente fechada no lançamento, o apoio de cabeça do piloto acoplado à parte inferior da carlinga tinha-se partindo e a cabeça do piloto, sem apoio, teria batido na antepara provocando inconsciência ou morte. 

Esta tragédia reforçou a crença de longa data de Bachem que a descolagem e voo do Natter até a vizinhança dos bombardeiros alvo deveria ser totalmente automatizado, o fecho da carlinga foi reforçado e o apoio de cabeça foi anexado ao encosto do cockpit, a coluna de controlo passou a possuir um sistema de bloqueio que seria retirado pelo piloto após a aeronave ter subido pelo menos 1000 metros na vertical.

Lothar Sieber tornara-se o primeiro homem a decolar verticalmente do solo numa aeronave com motor de foguete, cerca de 16 anos antes de Yuri Gagarin no Vostok 1, em tempo de paz para realizar o primeiro voo orbital tripulado.

Apesar do incidente, foram realizados posteriormente três voos tripulados bem sucedidos com outros pilotos voluntários e o Ba 349A foi rapidamente considerado apto para operação. Porém, Bachem estava insatisfeito com a duração do voo e por isso planeou usar um motor Walter HWK 109-509 D1 no que seria o BA 349B. O BA 349B teria a fuselagem ligeiramente modificada para acomodar o novo motor e um par de canhões de 30mm alternativos aos foguetes. Os foguetes auxiliares, Schmidding 109-533 seriam movidos mais para trás na fuselagem.

Ba 349A-1 a ser içado para uma plataforma de
lançamento simplificada
O número de aeronaves produzidas pela Bachem-Werk, é um assunto controverso entre os historiadores. De acordo com Bachem, 36 Natter foram produzidos na Bachem-Werk em Waldsee até o final da guerra. Até abril de 1945, 17 aeronaves haviam sido utilizado em ensaios, cinco planadores, doze em descolagem vertical, tendo sido construídos um total de 22 aeronaves e estando 14 quase concluídas, dos quais quatro eram Natter A-1, modificados para serem lançados a partir de um lançador mais rudimentar constituído por um poste de madeira vertical em vez da estrutura de aço original. Este novo lançador também foi construído em Heuberg, não muito longe da torre de aço experimental estando documentados pelo menos dois lançamentos, que poderão ter sido três conforme reivindicado por Bachem na sua apresentação do pós-guerra. A documentação para este terceiro voo pode ter sido destruída pelas SS no final da guerra. 

Dez dos Natter A-1,haviam sido construídos para a Krokus-Einsatz (Operação Krokus ), o primeiro local de lançamento operacional para os Natter Ba 349A-1 localizado numa pequena área arborizada chamada Hasenholz, a sul do Estugarda perto da autobahn para Munique. Entre final de fevereiro e início de março de 1945 a Organização Todt tinha construído as fundações em betão para as torres de lançamento e o primeiro lançamento operacional do Natter foi planeado para o dia 20 de abril, aniversário de Hitler (um grupo de pilotos voluntários estava em formação desde março em Lager Heuberg), porém naquele dia a 10º Divisão Blindada dos EUA ocupou a área. O grupo Natter recuou posteriormente para Waldsee sendo posteriormente, quatro aeronaves, capturadas pelo exercito americano em Sankt Leonhard im Pitztal , Áustria (durante o seu avanço, o exercito vermelho capturaria também um Natter em Turíngia para onde tinha sido enviado como modelo para uma nova fábrica).
Ba 349A-1 Capturado pelo Exercito Americano

Atualmente apenas um Ba 349A-1 Natter, original, dos quatro capturados pelo exército americano, sobrevive armazenado no Paul E. Garber Preservation, Restoration, and Storage Facility (Instituto Smithsonian) em Maryland, nos EUA. Encontra-se em mau estado de conservação e não esta acessível ao público em geral. Várias reproduções da aeronave encontram-se em exposição estática em vários museus por todo o mundo.

DESENHOS
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PERFIL
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FONTES
VER TAMBÉM
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Captured German Secret Weapons: 
Bachem Ba 349 Natter e Ruhrstahl X-4 (maio de 1945)