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Heinkel He 112

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O sucesso ou fracasso de uma aeronave é, muito frequentemente, fruto de condicionalismos históricos e conjuntarais e não apenas das suas caracteristicas e performances, superiores. Ao longo da história da aviação militar, entre muitos exemplos ilustrativos encontramos o alemão, Heinkel He 112, um caça projetado por uma equipa liderada pelos irmãos Walter e Siegfried Günther em resposta a um dos primeiros requisitos emitido pelo Reichsluftfahrtministerium (RLM), para um caça monoplano destinado a substituir os Arado Ar 68 e Heinkel He 51.
Era uma aeronave verdadeiramente moderna e com caracteristicas inovadoras para a sua época no entanto perderia confronto com o Messerschmitt Bf 109, quando o RLM decidiu qual o caça com que iria equipar a Luftwaffe. Embora elogiado pelos muitos pilotos que posteriormente o testaram, e de o RLM e a Heinkel terem continuado o seu desenvolvimento e promoção junto de paises estrangeiros, apenas foi produzido em quantidades limitadas para satizfazer pequenas encomendas de paises como a Espanha, o Japão, a Hungria e a Roménia, onde operariam de forma muito limitada.

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Ano
1935
Pais de Origem
Alemanha
Função
Caça
Variante
He 112B-1
Tripulação
1
Motor
1 x  Junkers Jumo 210Ga
Peso (kg)
Vazio
1617
Máximo 
2248

Dimensões (m)
Comprimento 
9,22
Envergadura
9,09
Altura 
3,82
Performance 
(km/h; m; km)
Velocidade
510
Teto Máximo
9500
Raio de ação
1150
Armamento
2 x metralhadoras MG17 de 7.92 mm com 500 tiros cada;
2 x canhões MG FF de 20mm com 60 tiros cada
Países operadores
Alemanha, Roménia, Espanha, Hungria e Japão
Fontes
En.wikipedia.org
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GALERIA
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Heinkel He 112V-7
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Heinkel He 112V-9
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He 112B-1, Ejército del Aire
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He 112, La Sénia (Tarragona), 1938
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He 112B-1, FA Romena, 1942
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He 112B-1, Ejército del Aire, 1939
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HISTÓRIA
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Durante o ano de 1933 o Technisches Amt (Departamento Técnico do RLM) concluiu uma série de estudos relativos ao futuro do combate aéreo, de onde resultaram as especificações para um caça monoposto (Verfolgungs-Jagdeinsitzer) que deveria possuir uma série de características nomeadamente velocidade máxima de 400 km/h a 6000m de altitude, elevada manobrabilidade, autonomia para 90 minutos de voo e um armamento composto por, pelo menos, três metralhadoras (com 1000 cartuchos cada) e um canhão de 20mm. 

Heinkel He 112 em pública exibição pela primeira
vez no  Iternational Aviation Saloon de Milao em 1937
Poucos meses depois, foram apresentados quatro projetos ao RLM o Arado Ar 80, o Focke Wulf Fw159, o Messerschmitt Bf109 da Bayerische Flugzeugwerk (futura Messerchsmitt) e o Heinkel He 112 da Heinkel Flug-zeug AG. Durante os testes dos primeiros protótipos os dois primeiros foram de imediato excluídos, o Arado Ar 80 devido a inúmeras falhas e problemas manifestados durante os testes e o Focke Wulf Fw 159 devido por ser manifestamente inferior às outras duas aeronaves. 

O He 112 fora projetado sob a designação de P.1015, pelos irmãos gêmeos Walter e Siegfried Günther, criadores do bombardeiro Heinkel He 111. A inspiração dos projetistas para o P.1015 era um outro avião da família, o He 70 Blitz, tendo dele herdado a construção totalmente metálica, trem de aterragem retrátil e de larga bitola que proporcionava aterragens e decolagens bastante seguras. Além disso, a visibilidade era excelente, embora a cabina aberta dos primeiros protótipos prejudicasse em muito as funções do piloto.

  • He 112A e confronto com o Messerchsmitt Bf 109 
Heikel He 112V-1
O primeiro protótipo, o He 112V-1 (D-IADO) foi concluído em setembro de 1935, equipado com uma cópia do motor britânico Rolls-Royce Kestrel V. Os primeiros testes mostraram que o arrasto era bem maior do que os cálculos previam e, consequentemente, a velocidade máxima ficou abaixo do esperado, mas mesmo assim o protótipo foi enviado em dezembro para Travemünde para ser testado por pilotos do RLM. Aí o He 112V-1, esperou até março de 1936 pelas três outras aeronaves concorrentes para serem sujeitas a testes comparativos.

O Arado Ar 80, e o Focke Wulf Fw159, foram rapidamente eliminados devidos às suas performances estarem abaixo do exigido. A disputa passou a realizar-se apenas entre o Henkel He 112 e o o Messerschmitt Bf 109, com uma preferência inicial da RLM pelo He 112. Porém a situação inverteu-se quando Messerschmitt apresentou o Bf 109V-2 com um, mais potente motor Jumo 210A ao qual a Henkel foi incapaz de responder por indisponibilidade de um motor em tempo útil. 

Heinkel He 112V-3
O Bf 109 era muito mais rápido do que seu adversário em todas as altitudes e possuía maior agilidade e manobrabilidade. Durante os testes o avião de Messerschmitt saiu-se muito bem, enquanto o He 112V-1 sofreu dois acidentes e teve que ser enviado para a fábrica em abril, onde foi reparada a fuselagem e instaladas novas asas.

O reconhecimento pela espionagem alemã, do desenvolvimento do Hawker Hurricane e do Supermarine Spitfire levou o RLM a tomar uma decisão rápida, aprovando o Messerschmitt Bf 109 para produção em detrimento do He 112.

  • O desenvolvimento  (He 112B)
Apesar da seleção do Bf 109, a RLM achava o avião da Henkel suficientemente prometedor para contratar a construção de mais três protótipos, mantendo assim vivo o projeto, mantido como recurso para o caso de, por algum motivo inesperado, o programa do Bf 109 corresse mal. 

Heinkel He112V-5
A Heinkel esperava também encomendas adicionais de aeronaves para além dos três protótipos iniciais e por isso mantivera o desenvolvimento do He 112, sendo por isso capaz de dar rapidamente resposta uma eventual encomenda da RLM para aviões de pré-produção.

O He 112V-4 fora concluído em junho de 1936 (depois dos He 112V-2 (D-IHGE) e He 112V-3 (D-IDMO), com uma nova asa, elíptica, uma empenagem redesenhada, e equipado com o mais recente motor Jumo 210Da, com um turbocompressor de duas velocidades, e uma potência de 690cv. O armamento, montado na fuselagem eram duas metralhadoras Rheinmetall-Borsig MG.17 de 7,92 mm sincronizadas, com 500 tiros cada (o He 112V-3 seria modificado para um padrão semelhante). 

O He 112V-5 era semelhante ao seu antecessor, tendo sido construído para ser apresentado no inicio de 1937 a uma delegação naval japonesa que visitou a Alemanha para se familiarizar com modelos avançados de aeronaves. Os japoneses expressaram interesse no He 112 e adquiriram o protótipo que seguiu para o Japão em março de 1937. O caça foi entregue à Comissão Técnica da Marinha Imperial que o designou o A7He1, e que adquiriria mais dois He 112A, para em conjunto serem testados com o Mitsubishi A5M4. Os especialistas japoneses apreciaram certas características do projeto, como o motor em linha e inovações como o trem de pouso retrátil, mas decidiram não comprar mais nenhuma aeronave principalmente porque os militares achavam o seu armamento muito pobre.

He 112V-6, (D-ISJY), com motor Jumo 210C em voo
O seguinte protótipo seria o He 112V-6, equipado com uma hélice metálica de três pás e passo variável Schwarz movida por um motor Jumo.210C que lhe conferia uma potência de 680cv à descolagem. A maior diferença em relação ao protótipo anterior era o armamento que em vez das duas metralhadoras MG17, fora equipado com um canhão Rheinmetall-Borsig MG C/30L de 20mm com 150 tiros, que disparava através do eixo da hélice. O primeiro voo de ensaio ocorreu em julho de 1936 e pouco tempo depois o RLM decidiu usar a Rebelião do General Franco em Espanha para testar as novas aeronaves e desenvolver novas táticas de combate.

Consequentemente foram enviados para Espanha no mês de novembro três protótipos do Bf 109 e o Henkel He 112V-6, onde chegaram e dezembro e colocadas no aeródromo de Tablada perto de Sevilha. O He 112V-6 foi colocado no 88º Versuchsjagdgruppe (o maior grupo de voo da Legião Condor) onde era o único caça equipado com um canhão em toda a força aérea Nacionalista, não sendo por isso de estranhar que fosse colocado em operação conjunta com os bombardeiros de voo picado Junkers Ju 87A Stuka e Henschel Hs 123, recebendo a alcunha de “kanonenvogel” (canhão voador), operando no ataque a fortificações, colunas de veículos e posições de artilharia .

Pormenor da nacela do motor do He 112V-7
Em fevereiro de 1937, o “kanonenvogel” participou na batalha sobre o rio Jarama eem março de março realizaria o seu derradeiro ataque mas também o mais bem-sucedido, pilotado pelo Oberleutnant Wilhelm Balthasar, atacou e destruiu por completo um comboio blindado, das forças republicanas ao atingir o vagão onde eram transportadas munições. Antes de regressar à base o He 112 seria ainda capaz de destruir um tanque republicano com as munições que haviam sobrado do primeiro ataque. A sua vida operacional terminaria em julho de 1937, quando ao regressar à base sofreu uma avaria do motor, que obrigou a uma aterragem de emergência durante a qual e apesar do piloto ter ficado ileso, o He 112 ficaria completamente destruído. 

O He 112V-6 provara em Espanha ser uma aeronave capaz tornando-se o protótipo das aeronaves de pré-produção que entretanto haviam sido encomendadas pela RLM, porém apenas seriam construídos cinco He 112A-0, dois dos quais foram exportados para o Japão.

Em outubro de 1936, o RLM alterou a encomenda da pré-serie do He 112 instruindo a Heinkel para concluir as unidades A-0 e construção e completar a encomenda com aeronaves de design atualizado. Isto deu Heinkel uma oportunidade de melhorar o He 112, que foi aproveitada para o redesenhar completamente, originando a versão He 112B, que viria a provar ser em muitos aspetos superior às versões contemporâneas do Bf 109.

He 112V-9, (D-IGSI), com motor Jumo 210C
A primeira aeronave da série B a ser concluída foi o He 112V-7 (D-IKIK) em outubro de 1936, com um motor Daimler-Benz DB 600Aa e uma asa semelhante aos anteriores modelos, que no entanto seria mais tarde substituída por uma asa menor de forma elíptica completamente nova, construída em torno de uma única longarina, e que seria o padrão para as aeronaves seguintes. Esta aeronave seria entregue em abril de 1937 a Wernher von Braun para ser usada em Rechlin em testes de motores de foguete.

O protótipo seguinte, o He 112V-9, voou pela primeira vez em em julho de 1937, movido por um motor Jumo 210Ea de 680cv, que movia uma hélice de duas pás de passo variável VDM-Metall-Luftschraube com 3,1m de diâmetro, pode considerar-se o verdadeiro protótipo da serie B. A aeronave incluía todas as melhorias aerodinâmicas da fuselagem incluídas no V-7, uma fuselagem traseira completamente redesenhada e rebaixada, um novo estabilizador vertical e leme, a nova asa elíptica e um cockpit completamente fechado com uma canópia tipo bolha de três peças, em que a parte central deslizava para trás sobre a parte traseira fixa. 

He 112V-10 com motor DB601Aa
O radiador no queixo foi alterado novamente, desta vez para um desenho semi-retrátil de arrasto reduzido em voo e foram implementadas alterações estruturais para reduzir o peso vazio para cerca de 1617kg, e um conjunto vasto de “limpezas” aerodinâmicas.

O armamento padronizado no V-7 foi mantido, sendo composto por duas metralhadoras MG17 de 7,92 mm (uma de cada lado da fuselagem frontal) com 500 tiros por arma, e dois canhões MG FF de 20mm nas asas com 60 tiros por arma. No cockpit foi incluída uma moderna mira refletora Revi 3B

Como resultado de todas essas mudanças, o He 112V-9 tinha uma velocidade máxima de 485 km/h a 4.000 m, e de 430 km/h ao nível do mar, mais rápido em cerca de 20 km/h que as versões suas contemporâneas do Bf 109B. No entanto, por esta altura, a produção do Bf 109 já estava em velocidade de cruzeiro e por isso o RLM não viu necessidade de outra aeronave em grande parte semelhante. Além disso o Bf 109 era mais barato, mais fácil de produzir, mais versátil e apresentava um maior potencial de desenvolvimento. Posteriormente também, os utilizadores da aeronave viriam a considerar ser quase impossível atingir aquela velocidade, raramente conseguindo ultrapassar os 418 km/h.

Heinkel He 112V-11
O RLM havia contratado seis protótipos e por isso a Heinkel produziu ainda os He 112, V-10, V-11 e V-12, aeronaves basicamente idênticas diferindo apenas no motor instalado. No He 112V-10 foi instalado um DB 601Aa de 1175cv elevando a velocidade máxima da aeronave para 570 km/h. O He 112V-11 era suposto receber um motor Jumo 211A, mas por indisponibilidade do mesmo foi-lhe também instalado um DB 601Aa. Por fim o ultimo dos protótipos o He 112V-12 foi equipado com o mais recente motor de injeção direta Jumo 210Ga, que para além de reduzir o consumo, aumentando por isso o raio de combate da aeronave, permitia-lhe manter a potencia a altitudes mais elevadas. O V-12 seria considerado o protótipo da planeada serie de produção B-2.

As diferentes versões B, diferiam entre si apenas no motor instalado sendo que os B-0 possuíam um Jumo 210C, os B-1 um Jumo 210Ea e os B-2 teriam um Jumo 210Ga.

  • Vendas ao estrangeiro
Embora o He 112 tivesse agradado o RLM, fora o próprio Ernst Udet que havia informado a Heinkel em 1936 de que a Messerschmitt havia sido contratada para fabricar o novo caça para a Luftwaffe.

He 112B Espanhol, aeródromo de La Sénia (Tarragona), 1938
Por essa altura o Udet recomendou à Heinkel que procurasse clientes no estrangeiro para a sua aeronave, países como a Romênia, o Japão e a Turquia estavam em processo de modernização das suas forças aéreas. Assim o He 112V-9 foi experimentado por inúmeros pilotos de testes e foi enviado pela Europa para participar em festivais aéreos e feiras de armamento, obtendo assim diversos pedidos de produção.

O primeiro pedido foi colocado pela Marinha Imperial Japonesa que já havia testado três aeronaves da série A, encomendando 24 unidades, com a probabilidade de acrescer mais 48 a esses numero. Os primeiros quatro foram enviados ao Japão em dezembro de 1937, outros oito na primavera de 1938 e o restante seriam enviados em Maio. Entretanto, durante a Crise dos Sudetos, a Luftwaffe yomou posse dos doze He 112B destinados ao Japão, cujas autoridades, sentindo-se lesadas se recusaram a receber a restante encomenda (também não estavam particularmente satisfeitos com a elevada exigência em manutenção e fraca manobrabilidade do He 112B, quando comparado com o Mitsubishi A5M).

Após o sucesso do He 112V-6 na Guerra Civil Espanhola, a “Aviación Nacional” (mais tarde "Ejército del Aire de España") encomendou 12 aviões à Heinkel no início de 1938, aumentado posteriormente esse numero para 19, que foram entregues entre novembro de 1938 e abril de 1939. 

He 112B-1 da FA Húngara
Ainda no final de 1937, o Comandante da Luftstreiktkräft (Força Aérea da Áustria), o general Alexander Löhr, liderou uma delegação à Alemanha para testar aeronaves. O piloto de testes Hans Schalk testou o Heinkel He 112V-9 e o Bf 109, dando no seu relatório preferência ao primeiro. Em dezembro de 1937, um mês depois dos testes, os austríacos manifestaram interesse em adquirir 42 He 112B (quantidade revista mais tarde para 36), modificados com suportes para seis bombas de 10Kg antipessoais. Porém em março de 1938 ocorreria a anexação da Áustria pela Alemanha (Anschluss) e por isso o contrato nunca foi cumprido.

Em abril de 1938 a Jugoslávia alinhou-se como outro potencial cliente manifestando intenção de adquirir de 30 aeronaves, porém algum tempo depois desistiu dessa intenção decidindo produzir outros aviões sob licença.

Algo semelhante ocorreu com a Finlândia. Embora o piloto Eka Magnusson tivesse enaltecido as qualidades do He 112 depois de o pilotar durante algum tempo, o custo da aeronave era tão alto (cerca de 124.000 Reichsmarks po aeronave) que a Força Aérea Finlandesa (Suomen Ilmavoimat) optaria por adquirir o muito mais batato Fokker D.XXI .

He 112B-1 da FA Romena
A história de potenciais vendas não concretizadas foi se repetindo com a Força Aérea Holandesa (Luchtvaartafdeling), a Força Aérea Húngara (Magyar Királyi Honvéd Légier), que apenas adquiriu seis exemplares e por razões politicas, e as forças aéreas da Turquia, Bélgica e Suíça. 

A única venda bem sucedida do He 112B foi, eventualmente, a realizada à Força Aérea Romena (Forta Aeronautica Regala Românã) que encomendou 24 aeronaves em abril de 1939 aumentando o pedido para 30 em Agosto. As entregas foram feitas entre Junho e setembro desse mesmo ano.

No início de 1940, a guerra já tinha começado e havia melhores modelos em produção incluindo o Heinkel He 100, não existindo nenhum país interessado no He 112, cuja produção foi por isso encerrada. Tinham sido construídas 104 aeronaves incluindo 13 protótipos, dos quais 84 eram He 112B. (3 protótipos iniciais, 17 A-0, 3 B-0, 80 B-1 e 1 B-2)

  • Atividade operacional
O He 112V-6 tivera uma fugaz, embora brilhante, passagem pela Guerra Civil Espanhola, mas para além disso os He 112 apenas entrariam em operação de forma limitada, durante, e no período que antecedeu a Segunda Guerra Mundial.

He 112V-6, provavelmente em Espanha em 1937
Dos 19 He 112B adquiridos por Espanha, 15 chegaram a Espanha quase no final da Guerra Civil, mas ainda a tempo de participarem na ofensiva final das tropas Nacionalista. Formaram um grupo composto por dois esquadrões de caça, formado por pilotos experientes em Fiat CR.32 e Heinkel He 51. No decorrer da ofensiva final o He 112 obteve a sua única vitória em combate aéreo em Espanha abatendo a 19 de janeiro de 1939 um Polikarpov I-15 republicano, porém a partir de fevereiro os He 112 foram direcionados para operações de ataque ao solo.

Seria também um He-112B-2 pilotado pelo tenente Miguel Train a provocar o incidente do rio Muluya em Marrocos, quando a 03 de março de 1943, abateu um P-38F-1 Norte Americano, que participava na Operation Torch. Os He 112 manter-se-iam ao serviço da Força Aérea Espanhola até 1952.

He 112B, no curto periodo que estiveram na Luftwaffe
Ao serviço da Luftwaffe apenas foram utilizados durante o primeiro período da expansão do III Reich caracterizado por diversas anexações de territórios vizinhos, como a Áustria e os Sudetos. Nessa época a probabilidade de ocorrer um conflito armado era grande e todo material bélico disponível era absorvido pela Wehrmacht e Luftwaffe. Exemplo disso foram os He 112B destinados ao Japão que foram integrados no IV/JG132 Gruppe IV da Jagdgschwader 132 em julho de 1938, posteriormente realocados no I/JG 331 até ao final da Crise dos Sudetos em novembro, no entanto nunca entraram em combate.

Ainda na Alemanha os He 112B que não foram vendidos ou destruídos em acidentes ficaram estacionados numa pista de pouso perto da fábrica da Heinkel nas mãos de pilotos civis contratados. Essas aeronaves eram incumbidas de defender a empresa de possíveis ataques aéreos, mas também esses, nunca entraram em combate. 

He 112B-1 da Forta Aeronautica Regala Românã
As aeronaves adquiridas pela Roménia, foram talvez as que mais intensamente foram utilizadas, no entanto também aí de forma limitada. Quando os primeiros He 112 chegaram à Roménia foram testados de forma competitiva contra o protótipo do IAR.80, um caça projetado e construído localmente. Esta aeronave pouco conhecida provou ser superior ao He 112B em quase todos os sentidos, ao mesmo tempo que os voos de teste revelaram uma série de desvantagens do He 112, notoriamente o motor de fraca potência e baixa velocidade. Como resultado o IAR.80 entrou em produção e foram canceladas todas as encomendas adicionais à Heinkel.

Os He 112B romenos seriam usados durante a Segunda Guerra Mundial, contra as forças da URSS, principalmente como aeronaves de ataque ao solo, onde seu armamento pesado era considerado mais importante do que sua capacidade de combate no ar. As missões típicas teriam como alvo as bases aéreas soviéticas e mais tarde colunas militares do Exercito Vermelho e comboios de abastecimentos. 

  • Conclusão
A história do Heinkel He 112 é repleta de controvérsias. Há fontes que afirmam que sua derrota para o Messerschmitt Bf 109, foi resultado de questões politicas e não necessariamente técnicas (o projeto dos irmãos Günther fora elogiado por dezenas de pilotos e a sua pequena participação na Guerra Civil Espanhola parece dar-lhes razão). 

Porém existem fontes que tendem para um outro lado, e referem que segundo relatórios do RLM, a fábrica da Bayerische Flugzeugwerk (Messerschmitt) tinha melhores condições para a produção do caça em série, enquanto a Heinkel, além da questão da infraestrutura pedia um valor demasiado elevado por cada He 112. Prova disto seria o sucesso obtido durante a guerra que caiu sobre a Europa nos anos seguintes, do Bf 109, que mostrou uma capacidade de combate, versatilidade e potencialidade de desenvolvimento, acima de qualquer outra aeronave alemã, aliado à enorme capacidade de produção revelada pelas fábricas onde foi produzido.

Certo é que Ernst Heinkel nunca aceitou a derrota, culpando o diretor técnico Heinrich Hertel pelos problemas enfrentados no desenvolvimento do He 112, levando à sua demissão da Heinkel (integraria posteriormente a equipe de projetistas da Junkers a partir de maio de 1939).

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DESENHOS
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PERFIL
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FONTES
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