Páginas

Hawker Typhoon

.
.
.
.
O Hawker Typhoon foi uma aeronave britânica, produzido pela Hawker Aircraft, inicialmente desenvolvido como um intercetor de média-alta altitude, destinado a substituir o Hawker Hurricane
Colocada ao serviço em setembro de 1941 como uma solução de emergência para fazer frente as crescentes incursões dos caças bombardeiro Focke Wulf 190 da Luftwaffe, demonstrou boas capacidades a baixa altitude mas um desempenho sofrível a médias e altas altitudes, para além de graves problemas estruturais e de fiabilidade do motor responsáveis por inúmeras perdas de aeronaves e pilotos, e levando a RAF, durante o ano de 1942, a questionar seriamente a sua manutenção em serviço. 
Só em finais de 1942, depois da Hawker ter conseguido resolver os problemas estruturais e a Napier conseguir um Sabre fiável a RAF encontraria para o Typhoon a sua verdadeira vocação, como caça de ataque ao solo.
.
.
.
.
Ano
1941
Pais de Origem
Reino Unido 
Função
Caça-bombardeiro
Variante
Mk IB
Tripulação
1
Motor
1 x Napier Sabre IIA, IIB ou IIC
Peso (Kg)
Vazio
4010
Máximo
5170

Dimensões (m)
Comprimento
9,73
Envergadura
12,67
Altura
4,70

Performance (Km)
Velocidade Máxima
663
Teto Máximo (m)
10360
Raio de ação
1530 (980 com carga total)
Armamento
4 canhões Hispano Mk II de 20mm
2 x bombas de 454 Kg, ou
2 x bombas de 227 Kg, ou
8 x foguetes RP-3 de 37 Kg

Países operadores
Reino Unido, Canada, Austrália, e Nova Zelândia
Fontes
.
GALERIA
.
Typhoon Mk IA
.
Typhoon Mk IB (P5216), pré-produção
.
Typhoon Mk IB
.
Typhoon Mk IB, com bombas
.
Typhoon Mk IB 
.
Typhoon Mk IB a ser rearmado
.
HISTÓRIA
.
No início da II Guerra Mundial, os aviões de combate eram geralmente construídos para a velocidade e manobrabilidade, mas durante a guerra, a ênfase foi gradualmente colocada na potência e poder de fogo. A contribuição britânica para estes poderosos aviões foi uma série de caças Hawker, o "Typhoon", "Tempest", e "Sea Fury". 

Prototipo Hawker Tornado (P5224)
O projeto do Hawker Typhoon começou a ser delineado pelo designer Sydney Camm em 1937 como resposta à especificação F18/37, do Ministério do Ar Britânico que pretendia um intercetor para operar a média e alta altitude, fortemente armado para fazer frente a caças pesados de escolta de longo alcance. A especificação previa um armamento de doze metralhadoras Browning de 7,7 milímetros, ou, de preferência, quatro canhões de 20mm, um armamento pesado que significava, uma aeronave pesada para a qual seria necessário um motor muito poderoso. Dois motores foram identificados com reunindo as características necessárias mas encontravam-se ainda em desenvolvimento e por isso foram contratados à Hawker a construção de dois protótipos, um com motor Rolls-Royce Vulture, que seria designado por Hawker Tornado e outro com motor Napier Sabre a designar por Hawker Typhoon.

Prototipo Hawker Typhoon (P5212)
O programa de desenvolvimento passou através de 1940, e pelo verão de 1941 tanto o Tornado como o Typhoon pareciam estar perto de produção - exceto pelo fato de que os motores, dos quais muito se esperava, se tinham manifestado como autênticos pesadelos mecânicos. O programa de desenvolvimento do Vulture fora particularmente problemático o que culminou com o seu cancelamento, e consequentemente com o cancelamento do Tornado em agosto de 1940.

O Sabre, também fora confrontado com sérios problemas, no entanto, eles foram sendo superados uma vez que a Napier podia dedicar mais tempo e esforço no seu desenvolvimento do que a Rolls-Royce era capaz de dedicar ao Vulture, uma vez que tinha no Merlin o seu grande objeto de trabalho.

À Hawker e á RAF restava o Typhoon. Apesar dos problemas iniciais, não totalmente solucionados, com o motor Sabre e com a manifestação de graves falhas estruturais, o Typhoon começou a sair das linhas de produção em maio de 1941, com entregas iniciais para esquadrões da RAF em setembro de 1941.

A primeiro produção, Typhoon Mk IA, foi armada com doze metralhadoras de 7,7 milímetros, no entanto apenas um pequeno número de aeronaves foi construída sob esta padrão, sendo usadas fundamentalmente em testes de voo. O padrão de produção passou imediatamente para o Typhoon Mk IB armado com quatro canhões Hispano Mk II de 20 milímetros.

Typhoon Mk IA
A aeronave era rápida e poderosa a baixas altitudes, mas sofria de baixa taxa de subida e mau desempenho a alta altitude. Além disso o Typhon tinha mais do que a sua quota de problemas iniciais. O cockpit tinha baixa visibilidade; os controlos eram pesados; o controlo a baixa velocidade era deficiente; o motor Sabre tendia a incendiar-se no arranque; tinha fugas de monóxido de carbono na cabina do piloto que exigiu a utilização contínua de oxigénio; e a secção da cauda tendia a partir-se devido a deficiências estruturais.

Vários pilotos de teste foram mortos no Typhoon e dos primeiro 142 entregues, apenas sete não foram envolvidos em acidentes graves, devido a falhas estruturais ou de motor, quase conduzindo ao encerramento do projeto, não fosse o aparecimento em 1941 dos caças bombardeiros de baixa altitude, Focke-Wulf FW-190 da Luftwaffe em ataques a instalações estratégicas costeiras britânicas. O Typhoon era, ao momento, o único caça da RAF suficientemente rápido para intercetar, perseguir e abater os atacantes, e as unidades disponíveis foram rapidamente operacionalizadas nos esquadrões 56º e 609º, uma decisão que se veio a provar catastrófica com a perda de inúmeras unidades e respetivos pilotos devido ao fogo inimigo mas acima de tudo às deficiências da aeronave. 

Typhoon Mk IB
As perspetivas de sobrevivência do Typhoon melhoraram em 1942, quando se tornou óbvio que a sua fuselagem reforçada, o robusto e potente motor e o armamento pesado faziam dele um excelente caça-bombardeiro. 

O motor potente permitia à aeronave transportar uma carga de até duas bombas 454kg, carga semelhante à dos bombardeiros ligeiros usados em anos anteriores e a partir de setembro de 1943, passaram a poder ser armados com quatro foguetes RP-3 de 37Kg de alto explosivo em cada asa tornando-se uma aeronave de ataque ao solo por excelência. 

Melhorias incrementais foram feitas ao Typhoon em produção, sendo uma das mais visíveis a substituição da canópia de estilo automóvel, por uma de deslizamento com formato de bolha, que melhorou o campo de visão do piloto. Esta solução foi de imediato implementada nas aeronaves americanas North American P-51 Mustang e Republic P-47 Thunderbolt.

Também o motor Sabre foi sendo melhorado quer em potência quer em fiabilidade (ao "Sabre IIA", de 2.180cv, seguiu-se o "Sabre IIB" de 2.200cv, que foi precedido pelo "Sabre IIC" de 2260cv), embora nunca tenha sido ultrapassada a terrível tendência de se incendiar durante o arranque. Para melhor e para pior, o Sabre era um motor único.

Typhoon Mk IB com tanques de queda, 1943
No período que antecedeu o dia D, foram atribuídas ao Typhoon pela RAF as funções de ataque a alvos terrestres para abrir caminho a futura invasão de França que estava a ser planeada. Os Typhoons ajudaram a pavimentar o caminho para a invasão destruindo estações de radar costeiras, comboios de reabastecimento alemães e todo o tipo de alvos terrestres. Durante a invasão iniciada com o dia D o Typhoon passou a ser usado como caça de ataque e apoio próximo ao avanço das unidades terrestres, operando a partir de pistas improvisadas construídas logo trás das linhas de frente.

No próprio dia D, 6 de junho de 1944, a 21ª Divisão Panzer, a mais próxima divisão blindada da Wehrmacht foi atacada continuamente pelos Typhoon, resultando que apenas seis tanques e um punhado de infantaria conseguiria chegar suficientemente perto das praias onde ocorria o desembarque aliado. 

No início de julho, os Typhoon dirigiram os ataques as instalações de misseis alemães V-1 e V-2 e nesse mesmo mês num golpe de sorte, atacaram o carro pessoal do Marechal de campo Erwin Rommel ferindo-o gravemente.

Typhoon Mk IB com  tanque de queda e foguetes RP-3
Durante os quatro meses da campanha da Normandia os Typhoon, atacavam incessantemente as colunas blindadas e de abastecimento da Wehrmacht e os seus postos de comandos abrindo caminho à infantaria aliada. Nesse período foram mortos 151 pilotos, e 36 foram capturados tendo sido destruídos 274 Typhoon principalmente por fogo antiaéreo.

Durante os quatro anos que o Hawker Typhoon esteve ao serviço, foram mortos 670 dos seus pilotos em todos os 23 esquadrões onde foi implementado. 

Ao todo tinham sido construídos 3317 Hawker Typhoon, mas em setembro de 1945 todas as unidades operacionais já o tinham substituído pelo Hawker Tempest, que tinha entrado ao serviço em abril de 1944. Ao contrário de muitas outras aeronaves da RAF, todos os Typhoon foram convertidos em sucata não sendo nenhuma unidade vendida, uma vez que a RAF tinha absoluta consciência das suas deficiências.

Hoje o Hawker Typhoon é recordado quase tanto pelas suas falhas como pelas suas virtudes.

# Revisto em 2016-11-09 #
# Publicado em 2015-05-26 #

DESENHOS
.

PERFIL
.
FONTES
VER TAMBÉM
.

  • Hawker Typhoon em operação