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GALERIA
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HISTÓRIA
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- Introdução
No dia 13 de dezembro de 1939, o cruzador alemão Admiral Graf Spee, que nos primeiros meses da Guerra caçara navios aliados no Atlântico Sul foi surpreendido por uma flotilha de três cruzadores britânicos próximo do estuário do rio da Prata. O duelo de artilharia que se seguiu (Batalha do Rio da Prata), entre o Admiral Graf Spee, e os três cruzadores britânicos colocaria o HMS Exeter fora de combate e provocaria danos no HMS Ajax e no HMS Achilles, mas também danos importantes no navio alemão, que, terminado o combate, buscou refúgio no porto de Montevideu para efetuar as necessárias reparações.
Cruzador Almiral Graf Spee |
Impossibilitado de proceder às necessárias reparações em tão curto prazo o comandante foi obrigado a abandonar o porto no fim do prazo, mas uma armada inglesa estava agora à sua espera à saída do estuário e assim que deixasse águas territoriais uruguaias o Admiral Graf Spee seria fortemente atacado. Entre a espada e a parede, Hans Langsdorff, à saída do estuário, deu ordem de evacuação à tripulação e afundou o navio fazendo explodir o paiol de munições.
Junto com o navio afundou-se também a sua pequena aeronave de reconhecimento, que fora danificada durante a batalha, o primeiro Arado Ar.196 a ser colocado num navio da Kriegsmarine. Aeronave que desempenhara um importante papel no afundamento, pelo Admiral Graf Spee durante a sua curta campanha pelo Atlântico Sul, de onze navios mercantes, realizando o reconhecimento aéreo em busca de potenciais prezas para o cruzador.
- Origem
Ar 196V-1 (D-IEHK), em teste de catapulta |
Os projetistas alemães Arado, Dornier, Focke-Wulf e Gotha, apresentaram projetos, tendo o RLM selecionado as propostas da Arado e da Focke-Wulf, para a construção de protótipos de desenvolvimento Arado Ar 196 e Focke-Wulf Fw 62. O desenvolvimento foi feito separadamente pelas equipas de projeto de ambas as empresas lideradas Walter Blume na Arado e por Erich Arbeitlang na Focke-Wulf.
Focke-Wulf Fw 62V-1 |
Embora o Fw 62V-1 tenha mostrado melhores características de voo sobre o mar, os testes do Ar 196V-1 foram também bastante convincente, conduzindo a tomada de decisão para outros fatores. O Ar 196 era de construção mais simples e rápida, era de manuseio mais fácil e possuía maior robustez estrutural e maior capacidade de carga e por isso o RLM optou por atribuir à Arado o contrato de desenvolvimento da aeronave com objetivo de produção em série.
Protótipo Ar 196V-4 (D-OVMB) |
Os dois primeiros protótipos possuíam um arranjo de dois flutuadores (tipo A), tornar-se-iam o padrão para a serie A de produção, enquanto os terceiro e quarto protótipos possuíam um flutuador central principal único com dois auxiliares em cada asa (tipo B), um arranjo que demonstraria ser mais instável em alto mar e por isso não viria a entrar em produção como serie B. O Ar 196V-4 destinara-se a testar o padrão de armamento e fora por isso equipada com dois canhões MGFF de 20 mm nas asas, uma metralhadora MG17 de 7,9 mm à direita da carenagem do motor, uma metralhadora MG15 de 7,9 mm em montagem flexível no cockpit da retaguarda, e suportes ETS-50 nas asas para duas bombas de 50 kg. O V4 marcou também a expansão do tipo de aeronave, de uma aeronave destinada unicamente a reconhecimento naval a partir de navios, com lançamento por catapulta, pretendia-se agora uma aeronave armada de patrulha e reconhecimento de costa.
Ar 196A-1, 1.BFGr 196, na catapulta do cruzador Prinz Eugen |
- Produção e operação durante a Guerra
Na primavera de 1939, ambos os tipos, Ar 196A-0 e Ar 196B-0, foram submetidos a testes de voo operacionais pelo esquadrão de testes e demonstração Lehrgeschwader 2 (LG 2) em Travemünde, daí teste resultando a decisão de não avançar com o tipo B para produção em serie pois o arranjo de flutuação demonstrou ser muito instável em mar alto.
Arado Ar 196A-2 |
As asas retas cantilever, possuíam uma estrutura trapezoidal constituída por duas longarinas e 32, revestimento metálico e pontas arredondadas intercambiáveis. Na parte de baixo das asas estavam os suportes de apoio secundários dos flutuadores e as portas de manutenção do armamento embutido, e junto á raiz, uma articulação, possibilitava que fossem dobradas para trás contra a fuselagem.
Arado Ar 196A-2 com as asas dobradas |
Ao pequeno lote de pré produção seguiu-se lhes um lote de vinte aeronaves de produção Ar-196A-1 de estrutura reforçada e equipada para lançamento a partir da catapulta. O armamento do A-0 foi mantido, mas foi adicionalmente instalado um rádio de rádio de ondas curtas e médias Telefunken FuG 5aU , com o qual era possível o contacto permanente com o navio.
O primeiro navio da Kriegsmarine a receber uma destas aeronaves foi o cruzador pesado, Admiral Graf Spee seguindo-se-lhe o Deutschland (mais tarde renomeado como Lutzow), e o Almiral Scheer da mesma classe, e dos couraçados Scharngorst e Gneisenau (cada cruzador podia transportar dois Ar-196A-1 e cada um dos couraçado três).
Ar 196A-4, içado para o convés do couraçado Bismarck |
A variante Ar 196A-2 foi desenvolvida a partir do V-4 para integrar os Grupos Aéreos de Defesa Costeira da Luftwaffe (Küstenfliegergruppe KuFlGr) no Báltico e no Mar do Norte, diferenciando-se da versão embarcada, por pequenas melhorias aerodinâmicas e, acima de tudo, pelo reforço do armamento, igual ao testado no protótipo Ar-196V-4.
O primeiro Ar-196A-2 foi entregue no início de 1940 ao 1º esquadrão (Staffel) do 706º Grupo Aéreo de Defesa Costeira (1/KuFlGr 706) para reforçar os velhos bimotores Heinkel He-115. Após a ocupação da Dinamarca, parte do esquadrão voou para Olberg, de onde passou a realizar voos de patrulha sobre o Mar do Norte. Durante um desses voos em 5 de maio de 1940 um par de Ar-196A-2 detetaram e atacaram um submarino britânico que lançava minas no estreito de Kattegat. Durante a escaramuça o submarino embateu numa das suas próprias minas e foi forçado a emergir. Sob ataque das duas aeronaves, a tripulação rendeu-se.
Ar 196A-4 na catapulta do cruzador Admiral Hipper |
Em meados de 1941, o Staffel 5/BFGr 196 com suas 26 aeronaves (além do Ar-196A-3 tinha vários He-114) realizou missões de combate no Golfo da Biscaia, intercetando os bombardeiros Whitley em busca de submarinos alemães enquanto outros esquadrões reconhecimentos naval equipados com Arado Ar-196 realizavam operações no Báltico e na Noruega.
Um segundo grupo de reconhecimento da Luftwaffe operava Ar-196A-3 a partir de uma base em Constança na Roménia, a partir de onde patrulhava o Mar Negro, o Egeu e o Mediterrâneo.
Arado Ar 196A-3 com duas bombas de 50kg |
Além da Luftwaffe, o Ar-196A-3 foi também operado pela força aérea Romena e Búlgara em patrulhas sobre o Mar Negro desde o final de 1943 até ao Verão de 1944. A Finlândia operou também três Ar-196 nas operações contra o exército vermelho, durante as campanhas da Guerra de Inverno, valendo-se da sua capacidade de aterrar e decolar em pequenos lagos, para colocar pequenas patrulhas de forças especiais em áreas remotas, atrás das linhas do exército inimigo.
O A-5 foi a última e a mais numerosa versão de série do Arado Ar-196, cuja produção decorreu de final de 1941 a agosto de 1944, tendo sido produzidas 297 unidades. Esta variante diferia da A-3 principalmente pela metralhadora gémea MG 81Z de 7,92 mm do cockpit da retaguarda, por algumas melhorias nos instrumentos de bordo e pelo rádio, inicialmente um FuG 25A, posteriormente substituído por um FuG 124 e, mais tarde por um FuG 16z.
Momento do lançamento de um Ar 196A-4 de uma catapulta |
Excluindo os protótipos e as aeronaves de pré-serie, a produção, do Arado Ar-196 decorreu de abril de 1939 a março de 1944, repartindo-se pela fábrica Arado de Warnemünde (428 unidades), pela SNCASO em Saint-Nazaire, França (23 unidades em 1943) e pela Fokker em Amsterdão (69 unidades, de abril de 1943 a março de 1944).
FICHA DA AERONAVE
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- ANO DO PRIMEIRO VOO: 1937
- PAÍS DE ORIGEM: Alemanha
- PRODUÇÃO: 530 unidades
- PAÍSES OPERADORES: Alemanha, Bulgária, Finlândia, Noruega, URSS
- VARIANTE: Ar 196A-3
- FUNÇÃO: Hidroavião de reconhecimento e patrulha naval
- TRIPULAÇÃO: 2
- MOTOR: 1 x x motor radial de 9 cilindros BMW 132K de 960cv
- PESO VAZIO: 2990 (kg)
- PESO MÁXIMO NA DESCOLAGEM: 3720 (kg)
- COMPRIMENTO: 11,00 (m)
- ENVERGADURA: 12,40 (m)
- ALTURA: 4,45 (m)
- VELOCIDADE MÁXIMA: 320 (km/h)
- RAIO DE COMBATE: 1070 (km)
- TETO MÁXIMO: 7000 (m)
- FIXO:
2 x canhões MGFF de 20mm nas asas;
1 x metralhadora MG17 de 7,92mm a estibordo na fuselagem dianteira;
1 x metralhadora MG15 de 7,92mm em montagem flexivel no cockpit traseiro;
1 x metralhadora MG17 de 7,92mm a estibordo na fuselagem dianteira;
1 x metralhadora MG15 de 7,92mm em montagem flexivel no cockpit traseiro;
- CARGA BÉLICA:
2 x bombas de 50kg
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PERFIL
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DESENHOS
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FONTES
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REVISÕES E RECURSOS ADICIONAIS
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