Terminologia

siglas e acrónimos da aviação militar





# A



Aeródino - Aeronave mais pesada que o ar, cuja sustentação provém principalmente de forças aerodinâmicas.

AGM (Air to Ground Missile) - designação Norte Americana para mísseis Ar-Terra.

AIM (Air Interception Missile) - designação Norte Americana para mísseis Ar-Ar

Altitude Absoluta, ou Alturaé o espaço compreendido entre uma aeronave (en voo) e a superfície sobrevoada. Poderá ser lida no rádio altímetro ou no radar altímetro

ALS (Approach lighting system) - é um sistema de luzes de aproximação utilizado para aumentar a segurança da aeronave durante aproximação e aterragem, principalmente durante a noite ou quando a visibilidade é reduzida.

AMRAAM (Advanced Medium Range Air to Air Missile) - Missil Ar Ar Avançado de Médio Alcance

APU (Auxiliary Power Unit) - unidade auxiliar de energia, pequeno motor encontrado normalmente na cauda de grandes jatos. Ligada normalmente durante a permanência no solo, serve para alimentar os sistemas elétricos, baterias, e ar condicionado. Serve também como fonte auxiliar de emergência para ativar sistemas fundamentais para a operação da aeronave.

Asa - Dispositivo mecânico destinado à sustentação aerodinâmica. As asas estão presentes na maioria dos aparelhos com capacidade para voar, nomeadamento nos aviões. Para que uma asa produza "sustentação", ela deve ter um ângulo de ataque relativo ao fluxo de ar, fazendo com que o ar seja defletido para baixo. Uma vez que a asa exerce uma força para mudar a direção do ar, o ar deve também exercer uma força na asa, em igual tamanho e em direção oposta, fazendo com que a asa confira sustentação ao resto do avião ou outro aparelho. Em resumo, a sustentação alcançada é derivada da Terceira Lei de Newton, mas também de outras propriedades do sistema asa/ar. 

Aterragem (português europeu) ou aterrissagem (português brasileiro) - consiste no ato de descer, e pousar uma aeronave (ou mesmo uma ave na superfície terrestre. Quando tem lugar numa superfície aquática, o processo designa-se por amaragem. Consoante as características das aeronaves e/ou locais onde ocorrem as aterragens podem ser classificadas como, CATOBAR, CTOL, STOL, STOVL, VTOL, VTOHL, V/STOL, STOBAR, JATO ou ZLTO

Aviónica (português europeu) ou aviônica (português brasileiro) - Designa toda a eletrónica a bordo dos aviões. O termo provém de AVIation electrONICS (eletrónica da aviação). Neste grupo de equipamento incluem-se os sistemas de navegação e comunicação, Piloto automático, e os sistemas de controlo de voo. Nas aeronaves militares os aviónicos incluem os sensores táticos e de missão bem como os sistemas de contramedidas defensivas (radar, sistemas eletro-óticos etc...)


# B


Balonete - Um balonete é uma bolsa de ar no interior do envelope de um dirigível que, quando inflado, reduz o volume disponível para o gás de sustenção, tornando-o mais denso. Pelo fato do ar ser mais denso do que o gás de sustentação, inflar o balonete reduz a quantidade geral de sustentação, enquanto deflação aumenta aumenta a sustenção. Desta forma, o balonete pode ser usado para ajustar a sustentação, conforme necessário. Balonetes normalmente são utilizados em dirigíveis não rígidos ou semirrígidos, geralmente com vários balonetes localizados tanto na proa e quanto na popa para manter o equilíbrio e controlar a arfagem da aeronave.

Blimp (inglês) - Pequeno dirigível não rígido utilizado em patrulhas.

BVR (Beyond Visual Range) - para além do alcance visual 


# C


Câmara de tiro - (Gun camera) é uma câmara fotográfica ou de filmar originalmente instalada em aviões de caça de forma que o eixo da sua lente coincida com a linha de visão das armas a bordo, sendo usualmente ativada pelo mecanismo de disparo das armas. O uso de câmaras de tiro tornou-se comum para na instrução de pilotos a partir de 1920, (alguns exemplos foram usados ​​durante a Primeira Guerra Mundial pelo British Royal Flying Corps), mas generalizou-se nos aviões de combate a partir da Segunda Guerra Mundial, usadas para registo das vitorias em combate e no desenvolvimento de manobras operacionais. Algumas dessas filmagens sobrevivem até hoje e costumam ser a fonte de filmes, programas de TV ou video jogos da Segunda Guerra Mundial.

CATOBAR  (Catapult Assisted Take-Off But Arrested Recovery) - Decolagem Assistida por Catapulta e Recuperação por Arresto, é o sistema utilizado para lançamento e decolagem de aeronaves a partir do convés algumas classes de porta-aviões. Nesta técnica, a aeronave decola do convés com auxilio de uma catapulta de decolagem e aterra sobre o convés do porta aviões (a fase de recuperação) com o uso de cabos de arresto e um gancho na parte inferior da aeronave.

 Chaff - ver "Contra Medidas Eletrónicas"

Contra Medidas Eletrônicas - (Electronic CounterMeasures, ECM) é a parte ativa da guerra eletrônica (EW) e destina-se a perturbar os sistemas de vigilância do inimigo, seja por radar ou por comunicações de rádio, também contra qualquer uma das armas que usam sistemas eletromagnéticos, infravermelhos ou laser para orientação ou direcionamento. Existem dois métodos principais para conseguir isso: por interferência, ou pelo uso de chamariz, ambos os quais são eficazes quando usados adequadamente. Muitos equipamentos modernos de ECM, particularmente em cenário aéreo ou naval, empregam ambos os métodos em um sistema integrado.
Jamming é o uso de transmissões para interromper os canais de comunicação do inimigo ou saturar seu radar para obscurecer seu alvo. Embora isso negue ao inimigo seus canais de informação, isso também significa que a fonte de interferência não pode ler os sinais para fins de inteligência. Além disso, os modernos sistemas de comunicação ágeis em frequência não são mais fáceis de interceptar efetivamente. O bloqueio de ruído simples ainda é amplamente utilizado no cenário de guerra terrestre, sendo uma aplicação importante de jammers operados remotamente. Estes podem ser utilizados na mão, disparados por artilharia, largados de aeronaves ou usados em veículos aéreos não tripulados e servem como bloqueadores de curto prazo para uma operação em particular.
O segundo método de ECM é o uso de chamariz (chaff), seja no caso de ameaças eletromagnéticas ou chamas (flare) para combater dispositivos infravermelhos. O uso de chamariz, remonta há mais de 50 anos à Segunda Guerra Mundial, e o material em si mudou muito pouco. O que mudou foi o método de dispersão e isso varia de acordo com o tipo de plataforma empregada. Para as contramedidas infravermelhas, os cartuchos de chamas são ejetados dos distribuidores e a maioria dos distribuidores tem um duplo papel de transportar tanto o chamariz quanto as chamas.


# D


Descolagem ou decolagem  - (são sinónimos) designa a fase inicial do voo de um avião em que o veículo adquire a velocidade necessária para obter a sustentação para alçar voo.

Dirigível - Aeronave mais leve que o ar, propelida a motor e possuindo dirigibilidade própria.

Dirigível não rígido (flexível) - Dirigível cuja forma do invólucro é mantida pela pressão interna nas células de gás e nos balonetes (ver também Blimp).

Dirigível rígido (rigid airship) - Dirigível que tem uma estrutura rígida interna para manter a forma projetada do invólucro.

Dirigível semirrígido - Dirigível que tem uma estrutura longitudinal rígida para distribuir as cargas e auxiliar a manutenção da forma projetada do invólucro.

Dope - Preparado químico à base de nitrato ou acetato de celulose, aplicado sobre a tela de revestimentos da fuselagem dos aviões a fim de reforçá-la e impermeabilizá-la.


# E


Elevon - são superfícies de controle em aeronaves, que combinam as funções do leme de profundidade, usado no controle da inclinação e do aileron, usado para controle de rotação. São freqüentemente usados em aeronaves desprovias de empenagem tradicional, como asas voadoras.

Empenagem - designação dada ao conjunto de cauda de uma aeronave, que se divide em vertical (cauda + leme) e horizontal (estabilizador horizontal + leme de profundidade (profundor no Brasil).

Estol - palavra em portugues do Brasil que designa "perda de sustentação" (português europeu) (do inglês stall) é um termo utilizado em aviação e aerodinâmica que indica a separação do fluxo de ar do extradorso da asa, resultando em perda total de sustentação, ponto a partir do qual uma aeronave deixa de voar para cair.

Extensão de asa - (do inglês LEX - Leading-Edge Extension) é a designação generica dada ás pequenas extensões da superfície das asas para além da aresta extrema (bordo de ataque), destinadas a melhorar o fluxo de ar em ângulos de ataque elevados e baixas velocidades de voo, para melhorar a manobrabilidade ou atrasar o ponto de perda de sustentação. Dependendo da forma posição ou função estas extensões de asa assumem diferentes designações, Slat, Dogtooth, Cuff ou LERX.

ESHP (Equivalent Shaft Horsepower) - Uma medida da potência total de um motor turboélice, que inclui a potencia adicional fornecida pelo impulso do jato. O ESHP leva em consideração a potência do eixo fornecida à hélice e o empuxo desenvolvido no escapamento do motor. Sob condições estáticas, uma potência de eixo é aproximadamente igual a 2,5 libras de empuxo.

 ECM (Electronic CounterMeasures) - ver "Contra Medidas Eletrônicas"

# F




Flap (flape em português do Brasil) - Seção articulada ou pivotada e que forma a parte traseira de um aerofólio, usada para variar sua curvatura efetiva

Flap de mergulho (dive flap em inglês) - Freio aerodinâmico em forma de flap, cuja finalidade é criar momento cabrador na aeronave, de forma que a recuperação de um mergulho seja automática ou facilite a ação do piloto.

 Flare ver "Contra Medidas Eletrônicas"

FLIR (Forward Looking Infra-Red) - sensor de visão frontal infravermelha, é um dispositivo, com óbvias aplicações militares, que detecta a radiação infravermelha emitida por objetos "quentes" (ou seja, que emitem ondas de radiação infravermelha. Usam a energia térmica emitida para formar, com a ajuda de um processador digital, imagens tridimensionais dos objetos observados, criando uma espécie de "retrato térmico" dos mesmos em tempo real, podendo ser usados para ajudar a dirigir aeronaves e veiculos durante a noite ou em condições de má visibilidade ou ainda para detectar objetos providos de calor contra um fundo frio, quando é impossível a percepção visual dos mesmos. 

# G


Giroscópio - É um dos componentes do sistema de navegação inercial (INS), em virtude de uma de suas principais características, que consiste em servir como referência de direção, uma vez que o giroscópio se opõe a qualquer tentativa de mudança da sua direção original. 

Um giroscópio consiste de um volante bem balanceado, universalmente montado e tendo três graus de liberdade ao redor de seu centro de gravidade que sempre permanece numa posição fixa. Quando o volante gira em torno de si com grande velocidade, o campo de forças centrífugas criadas pelo movimento giroscópico supera a intensidade de ação do campo de gravidade, originando-se desse fenômeno uma série de propriedades peculiares dos giroscópios pelas quais eles podem ser utilizados em mecanismos, como em certos instrumentos de voo: horizonte artificial, indicador de rumo (giro direcional ou indicador de direção) etc... 



# I


ILS (Instrument Landing System) - Sistema de aterragem por instrumentos, é um sistema de aproximação por instrumentos, que dá uma orientação precisa ao avião que esteja na fase de aproximação final a uma determinada pista. Consiste em dois sistemas distintos: um deles mostra a orientação lateral do avião em relação à pista (Localizer), e o outro mostra o ângulo de descida, ou orientação vertical (Glideslope), ambos obtidos pela receção de sinais de radio emitidos por uma antena localizada cerca de 300m após a cabeceira oposta à qual se executa a aproximação (LOC Aerial), que são processados apresentados nos instrumentos de bordo do avião.

# J


JHMCS (Joint Helmet Mounted Cueing System) é um capacete HGU-55/P modificado, que incorpora um Heads-Up Display (HUD) projetado pela viseira com informação do alvo de e para as armas e sensores. Este sistema melhora a eficácia em combate ar-ar e ar-solo, pois facilita ao piloto alinhar a aeronave ao alvo., simplificando o processo de aquisição pelos sensores e armamento pelo simples olhar na sua direcção através da viseira do capacete, permitindo-lhe monitorizar e seguir o alvos pela simples manutenção do mesmo na sua linha de visão.

 Jamming - interferências eletrónicas; ver "Contra Medidas Eletrônicas"

# L


LERX (Leading-Edge Root EXtension), em português, extensão de raiz de asa, é uma pequena extensão da superfície de asa da aeronave, para além do bordo de ataque  junto à raiz, geralmente de forma triângular, que permite melhorar o fluxo de ar em ângulo de ataque elevado, e a baixas velocidades de voo, para melhorar a manobrabilidade e atrasar a perda de sustentação. O LERX introduz fluxo de ar controlado para baixo das asas em altos ângulos de ataque, atrasando a incidência da perda de sustentação e, consequentemente, perca de controle. Em voo de cruseiro, os efeitos do LERX são mínimos, contudo, em ângulos de ataque elevados, como os que ocorrem em combate aéreo ou durante decolagens e aterragens, o LERX gera um vórtice de alta velocidade sobre as asas que mantém o fluxo de ar suave sobre a sua superfície bem além do ponto normal de perda de sustentação no qual o fluxo de ar se romperia.


LORAN (LOng RAnge Navigation) é um sistema terrestre de radionavegação, baseado na utilização de emissões coordenadas de impulsos radioeléctricos de ondas médias ("Medium Frequency" ou MF) ou longas ("Low Frequency" ou LF). As limitações da radiogoniometria levaram ao desenvolvimento de sistemas de radionavegação mais precisos e de maior simplicidade de operação. Um deles foi o LORAN-A, também conhecido por "Standard LORAN" ou "Loomis", desenvolvido durante a Segunda Guerra Mundial, que operava em MF. Ao final do conflito, as cadeias LORAN-A já cobriam quase toda a costa norte-americana (oceanos Atlântico e Pacífico), as costas da Europa Ocidental, o Pacífico Oriental (Ásia), a baía de Bengala e o norte da Austrália.
Em 1965, a NATO estabeleceu, em Portugal, uma cadeia integrada por quatro estações, SagresFloresSanta Maria e Porto Santo.
Entretanto, desde o final da década de 1950, os militares norte americanos iniciaram a substituição do sistema LORAN-A por um sistema semelhante, o LORAN-C, operando numa frequência mais baixa (LF). Navios e aviões de múltiplos países utilizam esta forma de navegação, principalmente os dos Estados Unidos da América,  do Japão e de vários Estados europeus. A antiga URSS e os países do Pacto de Varsóvia usavam um sistema semelhante, designado por CHAYKA, posteriormente substituído pelo sistema ALPHA. O sistema LORAN foi substituído na década de 1970 pelo sistema de radionavegação OMEGA, mais simples e preciso, que por sua vez foi substituído pelo INS (Inertial Navigation System). Actualmente a utilização desses sistemas encontra-se em declínio devido ao emprego crescente do sistema GPS.


# M



MLS (Microwave Landing System) - Sistema de aterragem por micro-ondas é um sistema de aterragem de precisão, criado com o objetivo de substituir o sistema de aterragem por instrumentos (ILS), possuindo sobre este um grande número de vantagens operacionais, como uma seleção de canais mais ampla para evitar interferência, excelente desempenho em qualquer situação de tempo, e com ângulos verticais e horizontais de captura que permitiam aproximações de  maiores áreas em redor do aeroporto.


# R


Rádio Bússola, radiogoniômetro ou indicador de direcção (DF-Direction Finder), foi inventado por uma equipa de investigadores italianos e desenvolvido pelo Bureau of Standards Researchers nos Estados Unidos. O primeiro protótipo foi construído em 1916, para a U.S. Navy e era usado para localizar as forças inimigas no terreno durante a I Guerra Mundial. Tratava-se de uma antena especial que permitia detetar a direção das transmissões rádio. Em meados dos anos 20, o sistema já estava bem difundido pelas forças militares e civis, tendo ficado conhecido por "radio compass" (em português rádio bússola). Atualmente, embora já em desuso, a única aplicação prática do indicador de direção, tal como surgiu inicialmente, é em casos de emergência, ser usado como guia para uma aproximação a uma pista, quando as condições exigirem uma aproximação por instrumentos, e estes falharem, mas agora partindo de informações de terra. Quando um piloto pede orientação à torre por ter um problema com os seus instrumentos, ou quando a localização de uma aeronave não é conhecida, é utilizado um sistema DF terrestre de forma a localizar a aeronave por triangulação e auxiliar via rádio o piloto a dirigir-se para uma posição conhecida ou para uma pista de aterragem. É também usado em SAR (Search And Rescue) ou seja, quando, por exemplo, algum navio “está em apuros”, ativa uma frequência de emergência e, através do DF, os helicópteros podem localizar o navio e efetuar o salvamento dos tripulantes. Mais tarde o sistema foi complementado com uma antena omnidireccional formando assim os sistemas de ADF.

Radioaltímetro - (radar altímetro) é um equipamento que determina a Altitude Absoluta, ou Altura, de um avião por meio da medição do tempo transcorrido entre a emissão de uma onda de rádio e sua receção após reflexão no solo. É, portanto, um radar que mede a distância do solo.


# W


Wing fences (Cercas de asa) - são lâminas transversais longas, instaladas no extradorso das asas que impedem o fluxo transversal da camada limite de uma área da asa para outra, que pode resultar no seu descolamento precoce. A camada limite numa asa enflechada escoa continuamente da raiz da asa em direção as pontas. Nesse percurso, ela perde velocidade devido ao atrito com a superfície e pode descolar próximo às pontas, produzindo perda de sustentação nessas áreas. Para evitar esse fenômeno causado pelo fluxo transversal da camada limite, são usadas barreiras chamadas wing fences. Em primeira análise poderíamos confundir geradores de vortex com as cercas de asa, no entanto os geradores de vortex são dispositivos menores e localizados.
# Fonte 1#
# Fonte 2#
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