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Blériot XI

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O Blériot XI foi o avião utilizado por Louis Blériot em 25 de Julho de 1909 para fazer a primeira travessia aérea do Canal da Mancha. Esta aeronave não apenas colocou o nome de Blériot na história como também assegurou o futuro do seu negócio na construção de aviões. Os dois exemplares originais restaurados de Blériot XI existentes, um no Reino Unido e outro nos Estados Unidos são, provavelmente, os dois aviões mais antigos do Mundo, ainda com capacidade de voo.
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Ano
1909
Pais de Origem
França
Função
-
Variante
-
Tripulação
1
Motor
1 x motor radial Anzani 3-cilindros
Peso (Kg)
Vazio
230
Máximo
850

Dimensões (m)
Comprimento
7,62
Envergadura
7,79
Altura
2,69

Performance (Km)
Velocidade Máxima
76
Teto Máximo
1000
Raio de ação

Armamento



Países operadores
Argentina, Austrália, Bélgica, Bolívia, Brasil, Bulgária, Chile, Dinamarca, França, Grécia, Guatemala, Japão, México, Noruega, Nova Zelândia, Roménia, Rússia, Sérvia, Suécia, Suíça, Império Otomano, Reino Unido e Uruguai
Fontes
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GALERIA
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Blériot XI, antes do primeiro voo
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Blériot XI
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Blériot XI Artillerie
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Blériot XI, de Oskar Bider
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Blériot XI (réplica)
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Blériot XI (réplica)
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HISTÓRIA
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Blériot Tipo XI
O Blériot XI foi, quase que totalmente, projetado por Raymond Saulnier, como uma evolução do Blériot VIII, com o qual Blériot voou com sucesso em 1908. Como seu antecessor, era um monoplano em configuração de tração, com uma estrutura tubular feita de freixo, fixada por intermédio de cabos, e parcialmente recoberta por tecido cuja principal diferença era a utilização do arqueamento das asas para controle lateral. A empenagem era constituída por pequenos lemes verticais móveis sem lâminas fixas, e, bem no limite da estrutura da cauda, por uma superfície horizontal simples e superfícies externas adicionais moveis que atuavam como profundadores, dobrando-se por intermédio de um tubo que cruzava a sessão fixa. 

Assim como seu antecessor, o motor era montado diretamente à frente da seção das asas fixado com braçadeiras e cabos presos a uma estrutura feita de tubos de aço acima da fuselagem, com os seus cinco elementos orientados como se fossem o beiral de um telhado de duas águas e uma pirâmide invertida de quatro lados, também feita de tubos de aço, abaixo dela. Sua primeira versão construída tinha envergadura de 7 metros e uma pequena lâmina em forma de gota foi montada sobre a asa, que foi removida mais tarde. O trem de aterragem principal era como o Tipo VIII, com rodas montadas em braços tubulares de aço com roldanas permitindo o movimento para cima e para baixo, limitado por cordas elásticas. Este desenho simples permitia pousos em condições de vento adversas com menos risco de danos. Uma roda com molas era montada na traseira da fuselagem logo à frente da cauda. 

Quando exibido no Salão Aéreo de Paris em Dezembro de 1908, o avião utilizava um motor R.E.P. de 7 cilindros e 35 cv que movia uma hélice de 4 lâminas. 

O primeiro voo da aeronave ocorreu em Issy-les-Moulineaux no dia 23 de Janeiro de 1909 porém, apesar do bom comportamento global, o motor mostrou-se muito instável, e por sugestão de seu mecânico, Ferdinand Collin, Blériot fez contrato com Alessandro Anzani, um famoso corredor de motocicletas cujo sucesso se devia em grande parte aos motores que ele próprio fabricava e que recentemente havia entrado no mercado de fabrico de motores aeronáuticos. Em 27 de Maio de 1909, um Anzani de 3 cilindros em configuração semi-radial (ou leque), foi instalado no Bleriot XI, com uma hélice Chauvière Intégrale de duas lâminas feitas com madeira de Juglans. Esse desenho de foi um grande avanço da tecnologia aeronáutica francesa, sendo a primeira hélice europeia a rivalizar a eficiência das hélices utilizadas pelos Irmãos Wright
Motor Anzani de 3 cilindros  semi-radial do Tipo XI

No início de Julho de 1909 Blériot estava envolvido com os testes do seu novo avião, o biposto Tipo XII, mas retomou os voos com o Tipo XI em 18 de Julho. Aquela altura a pequena aleta sobre asa fora já removida e a envergadura aumentada em 79 cm. 

Em 26 de junho fez um voo que durou 35 minutos e 55 segundos, posteriormente Blériot ganhou o primeiro Prix du Voyage do Aero Club de França com um voo de 42 km entre Etampes e Orléans e a 25 de julho de 1909 faria a travessia do Canal da Mancha, de Calais até Dover, ganhando um prêmio de £ 1.000 oferecido pelo jornal Daily Mail, e entrando definitivamente para a história da aviação com um voo que durou apenas 36,5 minutos. 

O avião da travessia, danificado durante a aterragem forçada, que nunca voltou a voar, foi reparado à pressa e colocado em exibição na loja Selfridges em Londres. Mais tarde foi exibido na frente do escritório do jornal francês Le Matin e depois adquirido pelo Musee des Arts et Metiers de Paris. 

Depois da bem sucedida travessia do canal, houve uma grande procura por aeronaves Blériot XI, chegando a 103 encomendas em setembro de 1909. 

Em fevereiro de 1912, o futuro do Blériot XI foi ameaçado devido à proibição pelo exército francês do uso de qualquer monoplano que se deveu à uma série de acidentes nos quais o Tipo XI sofreu de falhas nas asas em voo. 

Blériot XI Militaire, Royal Flying Corps
Blériot, compreensivelmente, levou esse assunto muito a sério, e produziu um relatório para o governo francês, no qual chegou à conclusão que o problema não estava na resistência da estrutura das asas, mas sim numa falha que consistia em não ter sido levada em conta a pressão para baixo (downforce) que as asas de um avião tinham que suportar, sendo que esse problema poderia ser resolvido aumentando a resistência dos cabos de sustentação superiores. Essa análise foi aceite e a resposta imediata e meticulosa de Blériot ao problema, fortaleceu sua reputação. 

O Tipo XI permaneceu em produção até ao início da Primeira Guerra Mundial com produção de algumas variantes. Vários tipos de motor foram experimentados, incluindo o Anzani de configuração em "Y" com 50 cv de potência e o Gnome giratório de 70 cv. Foram construídas versões monopostos e biposto, com variações na envergadura das asas e no comprimento da fuselagem. Nas últimas versões a ponta dos profundadores foram substituídas por extremidades mais convencionais e a roda de cauda foi substituída por um pequeno esqui. 

A aeronave foi utilizada civilmente em inúmeras corridas e competições aéreas e como aeronave de instrução de voo, nomeadamente pelas escolas de aviação criadas pelo próprio Louis Blériot em 1909 e que até 1914 formariam cerca de 1000 pilotos. 

Blériot XI com metralhadora Vickers Mk I ou Skoda M1913,
Sérvia 1915
Militarmente a aeronave começou a ser usada em 1910 pela Itália no Norte de Africa (naquela que seria a primeira utilização militar de um avião), em França, no México (René Simon, serviu o exército mexicano em voos de observação sobre o Sudoeste dos Estados Unidos, para localizar posições rebeldes próximas à fronteira, junto da cidade de Juarez) e em 1912 o Royal Flying Corps (precursor da RAF) recebeu os seus primeiros Blériot. 

Durante os primeiros combates da Primeira Guerra Mundial, oito esquadrões franceses, seis britânicos e seis italianos operavam várias versões militares do avião, a maioria em funções de reconhecimento, e como aviões de instrução, mas também como bombardeiros ligeiros transportando uma carga máxima de 25 kg de bombas.


EM PORTUGAL
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Um Blériot XI foi a primeira aeronave mais pesada que o ar a executar um voo bem-sucedido em Portugal, em 27 de abril de 1910, a partir do Hipódromo de Belém, num festival organizado pelo Aeroclube de Portugal, estando aos seus comandos o piloto Julien Mamet.

A aeronave depois de descrever um largo círculo a 50 metros de altura, sobrevoou a Casa Pia e passando sobre o Tejo, regressou ao ponto de partida, onde a multidão entusiasmada lhe dispensou uma calorosa manifestação", como descreveu o Boletim do Aero Clube de Portugal, editado em 1911.

O museu do ar em Alverca possui na sua coleção uma réplica à escala 1:1 construída em 1989.

DESENHOS
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PERFIL
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FONTES
VER TAMBÉM
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