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Westland Lysander

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O Westland Lysander foi uma aeronave de ligação e cooperação produzidas pela Westland Aircraft utilizada imediatamente antes e durante a segunda guerra mundial.
O seu excecional desempenho no uso de pistas improvisadas e curtas habilitou-o para missões clandestinas, atrás das linhas inimigas, para colocar ou recuperar agentes, particularmente na França ocupada com a ajuda da resistência francesa. 
Seguindo a tradição de atribuir às aeronaves de cooperação nomes de líderes militares históricos (Hawker Hector por exemplo), à aeronave da Westland foi dado o nome de Lysander (em português Lisandro), o estratega, general, e almirante Espartano que derrotou a frota ateniense na batalha naval de Notium no ano 406 a.C., durante a Guerra do Peloponeso, na sequência do que Atenas capitularia, pondo fim à Guerra.

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Ano
1936
Pais de Origem
Reino Unido
Função
Reconhecimento
Variante
Mk III
Tripulação
1 ou 2
Motor
1 x Bristol Mercury XX,  radial de 870cv
Peso (Kg)
Vazio
1984
Máximo
2877

Dimensões (m)
Comprimento
9,29
Envergadura
12,24
Altura
4,42

Performance (Km)
Velocidade Máxima
341
Teto Máximo (m)
6550 
Raio de ação
966
Armamento
2 x metralhadoras Browning de 7,7mm fixas na carenagem do trem de aterragem;
2 x metralhadoras Browning de 7,7mm na cabina da retaguarda operadas pelo observador;
4 x bombas de 9 kg na fuselagem traseira
12 x  bombas de 9 kg nas asa do trem de aterragem ou outras de pequena dimensão com limite total de 227 kg
Países operadores
Reino Unido, Canada, Finlândia,  Irlanda, Turquia, Portugal , Estados Unidos, Índia e Egito
Fontes
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GALERIA
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Lysander Mk I, RAF
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Lysander Mk II, RCAF, Ontário
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Lysander Mk III, RCAF
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Westland P.12 Delanne
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Lysander Mk III, restaurado em 1980
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Lysander Mk III SCW,  2009
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HISTÓRIA
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Lysander (K6127) Primeiro proptotipo
Em 1934 o Ministério do Ar britânico emitiu a especificação A.39/34, para uma aeronave de cooperação e ligação para substituir os Hawker Hector, convidando para o efeito numa fase inicial a Hawker, a Avro e a Bristol a apresentarem propostas e mais tarde também a Westland Aircraft

O projeto da Westland, internamente designado por P.8, resultou de um trabalho de Arthur Davenport sob direção de "Teddy" Petter, que passou longo tempo a questionar os pilotos da RAF sobre o que estes pretendiam de uma aeronave deste tipo. Como resultado dos inquéritos, Petter, concluiu que o campo de visão, as características de manipulação a baixa velocidade e o bom desempenho STOL (Short TakeOff and Landing) eram os requisitos mais importantes. Menos claro ficou no entanto o entendimento quanto aos requisitos do exército, que pretendia uma aeronave com capacidades de reconhecimento tático e fotográfico capaz de observar as posições de artilharia inimigas cerca de 14 km atrás da suas linhas.

Lysander (K6128) Segundo protótipo
A equipa da Westland trabalhou então numa aeronave capaz de responder aqueles requisitos, e o resultado foi uma aeronave pouco convencional e dificilmente comparável à época do seu primeiro voo em 15 de junho de 1936.

A aeronave, que viria a ser designada por Lysander, dispunha de um motor radial Bristol Mercury arrefecido a ar, asas altas externamente escoradas, em forma de cone composto, que pareciam as asas de uma gaivota dobradas. As longarinas eram retas, e a construção era do tipo viga armada em duralumínio e aço com molduras em madeira leve e revestimento em tecido impermeabilizado com dope.

A fuselagem tinha uma forma cónica convencional contruída também em viga armada com cobertura de tecido que terminava numa empenagem convencional com o mesmo tipo de construção.

O trem de aterragem principal era fixo e de grandes dimensões terminando numa carenagem semelhante a uma polaina onde estava o pneumático.

Apesar da aparência o Lysander era aerodinamicamente avançado. Estava equipado com flaps de fenda (slotted flaps) totalmente automáticos e na empenagem, os estabilizadores horizontais eram de incidência variável. Estas caracteristicas, associadas à posição e forma da asa, davam-lhe uma velocidade de perca (stall) extremamente baixa, cerca de 104 km/h.

Lysander Mk II, RAF, Médo Oriente, 1940
O Lysander (Mk I) possuía um motor radial Bristol Mercury XII de 890cv (as versão Mk II e Mk III, diferiam apenas no motor, um Bristol Perseus XII de 905cv, e um Bristol Mercury XX de 870cv respectivamente ) e era armado com duas metralhadoras M1919 Browning de 7.7 mm montadas na carenagem das rodas do trem principal e por uma metralhadora móvel Vickers K (no Mk II e Mk III substituída por duas Lewis de 7,7 mm) operada pelo segundo tripulante no cockpit da retaguarda. Na carenagem das rodas do trem de aterragem principal uma pequena asa (de montagem opcional) , podia transportar até 227 kg de bombas de pequena dimensão, normalmente 16 bombas de 9Kg, seis em cada asa do trem de aterragem e mais quatro bombas na fuselagem da retaguarda.

O Ministério do ar havia encomendado dois protótipos do Westland P.8 para competirem com o Bristol Type 148, mas rapidamente, logo em setembro de 1936, selecionou o avião da Westland para produção. 

Lysander Mk IIIa, da RAF baseados em Ivato, Madagascar
Os primeiros Lysander Mk I entraram em serviço em junho de 1938, equipando os esquadrões de cooperação do exército, sendo inicialmente utilizados como mensageiros e observadores de artilharia. Quando a guerra eclodiu na Europa, a versão inicial já havia sido em grande parte substituída pela versão Mk II, tendo as aeronaves mais antigas sido enviadas para o Médio Oriente e Pacifico, nomeadamente Burma onde operaram em apoio ao Exército da Índia Britânica durante a guerra.

Quatro esquadrões regulares equipados com Lysander acompanharam o Corpo Expedicionário Britânico a França em outubro de 1939 e no inicio de 1940 juntou-se outro.

Após a invasão de França e Países Baixos em 10 de maio de 1940 os Lysander foram colocados em missões de observação e de bombardeamento de apoio, no entanto apesar de algumas ocasionais vitória contra a Luftwaffe eram em geral presas fáceis para os caças alemães, mesmo sendo habitualmente escoltados por Hurricanes. Apesar disso durante a evacuação de Dunquerque os Lysander voaram juntamente com alguns velhos Hawker Hector em missões de reabastecimento das tropas britânicas sitiadas com elevadas perdas (numa missão, apenas, de abastecimento de tropas sitiadas em Calais 14 dos 16 Lysander e Hector foram abatidos). No final da campanha de França dos 175 Lysander implantados em operação 118 tinham sido abatidos nos céus da França e Bélgica, a maioria entre maio e junho de 1940.

Lysander com dois canhões Oerlikon de 20mm
(modificação de campo experimental durante 1940)
No rescaldo da Batalha de França, ficou claro que a aeronave era inadequada para a patrulha de costa e para as missões de cooperação com o exercito, sendo referido pelo marechal do ar Arthur Barratt, comandante-chefe da força aérea britânica em França como "completamente-inadequado, sendo necessário uma aeronave mais rápida, e menos vulnerável". 

Apesar disso, devido as dificuldades inicias da RAF ao longo de 1940 o Lysander voava frequentemente ao amanhecer e entardecer em patrulhas ao longo da costa britânica, estando incumbidos, em caso de invasão alemã de atacar as forças de desembarque com bombas ligeiras e fogo de metralhadora. Seria substituídos a partir de 1942 por Curtiss Tomahawk e North American Mustang emquanto no papel de observação de artilharia seriam substituídos pelo Taylorcraft Auster. Entre 1940 e 1941 catorze esquadrões de Lysander baseada no Reino Unido realizaram também operação de resgate ar-mar, soltando botes para tripulações de RAF abatidas sobre o Canal da Mancha. 

Lysander Mk III SCW, colecção Shuttleworth, 2009
A notabilidade do Lyszander surge no entando a partir de 1941 quando é formado o 138º esquadrão (Special Duties), destinado a realizar missões para o Special Operations Executive (SOE), com o qual se pretendia manter em contato clandestino a resistência francesa. 

Os Lysander Mk III SCW (Special Contract Westland) do 138º esquadrão, equipados com um tanque de queda suplementar de 250 litros de combustível sob a fuselagem, sem armamento e com uma escada fixa para acesso fácil e rápido ao cockpit traseiro, voavam em missões noturnas sobre a frança ocupada, lançando abastecimento para a resistência, largando e recolhendo agentes britânicos para operarem por trás da linha inimigas, e recolhendo tripulações da RAF abatidas sobre território inimigo.

Estes Lysander eram pintados de preto fosco e operavam quase sempre em noites de lua cheia uma vez que o luar era essencial para a navegação. Voavam a partir de aeródromos secretos em Newmarket reabastecendo posteriormente em bases regulares da RAF, e voavam sem qualquer equipamento de navegação, além de um mapa e uma bússola, aterravam em curtas faixas de terra, como campos agrícolas marcados por quatro ou cinco tochas, ou para evitar ter que aterrar, o agente, lançava-se de muito baixa altitude usando um fato especial acolchoado rolando sobre o terreno. Embora tenham sido originalmente projetados para transportar um passageiro na cabine traseira foram modificados para permitirem dois passageiros em situações urgentes, mas com grande desconforto. Desde inícios de 1942 o 138º esquadrão colocou 101 agentes na França ocupada e recuperou 128 em operações praticamente desconhecidas pelos alemães.

Lysander Mk I, RAF, Reino Unido,1938
Os Lysander mantiveram-se nestas operações até a libertação de França em 1944.

Os Lysander enviados para o Egito em Janeiro de 1939 iniciaram as operações em 11 de Junho de 1940, quando a Itália entrou na guerra. Operaram em apoio ao exército em operações de reconhecimento e apoio próximo na Palestina, Gaza, Tobruk e no vasto Deserto do Sahara, até que, a partir de 1942, foram gradualmente substituídos pelos Hawker Gauntlet, Gladiator e Hurricane,

O Lysander foi também operado pelas Forces Aériennes Françaises Libres, por um grupo misto de combate criado pela RAF em Odiham enviado para o Nordeste de Africa para persuadir as autoridades em países como Gabão, Camarões e Chad, leais à França de Vichy, para juntar aos Gaulistas contra as potências do eixo e atacar as forças italianas na Líbia.

Lysander Mk II, India (Pormenor)
O Canada ( RCAF) operou 329 Lysander (225 construídos localmente sob licença, entre 1938 e 1939) que substituíram o antiquados Westland Wapiti, em unidades que operavam em Base da RCAF em Rockcliffe , New Brunswick e Ilha de Vancouver. O Lysander foi fundamentalmente operado pela RCAF, como aeronave de instrução embora durante um curto período de 1940, tenha sido operado como caça depois de todos seus os Hurricane terem sido enviado para o Reino Unido em auxilio da RAF, no período mais critico da batalha de Inglaterra. 

Um total de 1.786 Lysander foram construídos, incluindo os 225 construídos sob licença pela National Steel Car em Toronto no Canada, e foram exportados e operados por países como a Finlândia, a Irlanda, a Turquia, Portugal , Estados Unidos, Índia e Egito.

Os Lysander egípcios foram os últimos egípcia a serem retirado ao serviço ativo tendo participado na guerra pela independência de Israel em 1948.

Existem atualmente 24 Lysander completos no mundo, a maioria dos quais foram operados pela RCAF, dos quais três estão em condição de voo (dois estão em Ontário e o outro é propriedade da Shuttleworth Collection em Old Warden, Cambridgeshire.

EM PORTUGAL
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A Aeronáutica Militar portuguesa recebeu no dia 18 de Setembro de 1943 oito aviões Westland Lysander Mk IIIa que chegaram a Portugal a bordo do navio-cargueiro “Fort Cumberland”, atribuindo-lhes os números de 361 a 368, para equipar a Esquadrilha de Ligação e Reconhecimento da Base Aérea de Tancos, onde sempre permaneceram.

Lysander Mk IIIa da AM Portuguesa
A actividade dos Westland Lysander em Portugal deve ter sido muito modesta, o que se presume pela quase total ausência de referências, salvo a sua participação em alguns exercícios militares. Mantiveram o camuflado da RAF, em castanho e verde-escuro, com as superfícies inferiores em azul-claro. Cada asa ostentava a Cruz de Cristo, sobre círculo branco, e o número de matrícula, em pequenos algarismos brancos, perto do conjunto da cauda. As cores nacionais, sem escudo, estavam pintadas no estabilizador vertical, num pequeno rectângulo.

Começaram a ser abatidos em 1952, tendo o processo de abate sido completado em 1953.

A Força Aérea Portuguesa, constituída oficialmente em 1952 nunca utilizou os Lysander apesar de lhes ter reservado as matrículas 3101 a 3108.

DESENHOS
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PERFIL
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FONTES
VER TAMBÉM
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  • Westland Lysander  (Filmes da RAF)