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Junkers Ju 88 Schnellbomber

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Junkers Ju 88 Schnellbomber foi um avião bimotor, utilizado pela Luftwaffe durante a Segunda Guerra Mundial em múltiplas funções de combate.
Foi originalmente projetado como um bombardeiro rápido, de nível e de mergulho, materializando um conceito mais tarde usado pelos britânicos nos Bristol Beaufighter e DeHaviland Mosquito, mas tal como estes, viria no decorrer da Guerra a ser adaptado para multiplas funções, bombardeiro, caça pesado, caça noturno, avião de reconhecimento, torpedeiro e até mesmo míssil balístico nos  desesperados dias finais do III Reich.
Após um prolongado período de desenvolvimento, iniciado em 1935, o Ju 88 tornou-se num dos mais importantes ativos da Luftwaffe, justificando o facto da sua linha de montagem funcionar sem interrupções de 1936 a 1945 produzindo mais de 15000 aeronaves em cerca de uma dúzia de variantes.





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GALERIA

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Ju 88V-1 (D-AQEN)
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Ju 88A-1
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Ju 88A-4
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Ju 88A-5
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Ju 88C-6
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Ju 88P-2









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HISTÓRIA
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Em meados de 1935, a Luftwaffe apresentou um requerimento para o desenvolvimento de um Schnellbomber (bombardeiro rápido), desarmado e com três tripulantes capaz de desenvolver a velocidade de 500 km/h e carregar 800kg de bombas. Eram parâmetros muito avançados para sua época, considerando que os caças biplanos de então estavam longe desta performance e que o futuro avião seria até mesmo mais rápido do que as primeiras versões do Bf 109.

Junkers Ju 88V-3
Quatro projetos foram apresentados pela Junkers, os Ju 85 e Ju 88, pela Henschel, o Hs 127, e pela Messerschmitt, o Bf 162. 

O desenvolvimento dos projetos da Junkers, estavam a cargo do seu projetista chefe Ernst Zindel, tendo sido desenvolvidos em paralelo a partir do mesmo estudo. Os dois desenhos eram quase idênticos, diferindo somente na empenagem, que no Ju 85 usava estabilizadores verticais e lemes duplos e no Ju 88 uma única aleta vertical e superfícies horizontais convencionais.


Ao mesmo tempo, apresentaram uma segunda versão de cada um como Ju 85B e Ju 88B, novamente semelhantes aos desenhos originais, mas com uma cabina e fuselagem frontal modificada, com a forma de ovo , envidraçada, uma única abóbada que começava no nariz, curvava para cima e para baixo sob o cockpit, e terminava na posição traseira com uma arma dorsal, e outra ventral dando à nova aeronave o perfil de um girino, uma configuração semelhante a que viria a ser adotada no posterior Junkers Ju 188.

Ju 88A-0
O Ju 88 foi o preferido sobre o Ju 85, ao mesmo tempo que a cabina apresentada para o Ju 88B era considerada para a época demasiado radical optando-se pela do Ju 88A, mais simples com um nariz envidraçado escalonado e uma cúpula em forma de estufa elevada (para melhorar a visibilidade) e emoldurada.

O Reichsluftfahrtministerium contratou à Junkers a construção de cinco protótipos de desenvolvimento. Os dois primeiros aviões teriam uma autonomia de 2.000 km e seriam alimentados por dois motores Daimler-Benz DB 600, e os outros três , deveriam ser alimentados por motores Junkers Jumo 211 .

As nacelas nos motores tinham uma configuração semelhante as das adotadas por motores radiais mas mais alongadas para a frente do bordo de ataque das asas. Tal resultava não dos motores mas no seu sistemas de arrefecimento baseado em radiadores anulares colocados à frente de cada motor, imediatamente atrás de cada hélice e com entradas de ar laterais às nacelas semelhantes às usadas para os turbocompressores (esta confuguração característica seria usada em posteriores aeronaves, como o Arado Ar 240 , o Heinkel He 177 , ou o Heinkel He 219).

Ju 88A-1 com bombas  Sprengbombe Cylindrich SC250
O primeiro voo foi feito pelo protótipo Ju 88V-1, (D-AQEN), em dezembro de 1936, que após alguns voos acabaria por ser destruido num acidente. Porém, logo depois, em abril de 1937 o V-2 ficaria disponivel para testes, durante os quais atingiria a velocidade de 580 km/h, com Hermann Göring em extase por ter finalmente conseguido o seu Schnellbomber (bombardeiro de alta velocidade) . O Ju 88V-3, o primeiro equipado com motores Jumo 211A, ficaria disponivel em setembro de 1937, com uma cabina amplamente redesenhada e já com a caracteristica gôndola a estibordo por baixo do nariz onde um artilheiro deitado de bruços manobrava uma metralhadora MG15de 7,92mm.

O quarto protótipo, o Ju 88 V4, teve o nariz redesenhado, na forma de uma cupula formada por paineis planos transparentes, aerodinâmicamente modelado à semelhança do seu antecessor, Dornier Do 17 (forma definitiva dos futuros bombardeiros de produção), e a tripulação foi aumentada para quatro. O numero de armas defensivas era pequeno, porque ainda se mantinha a crença de que a sua elevada velocidade era suficiente para fugir à ameaça dos caças inimigos.

Ju 88A-5
O quinto protótipo estabeleceu num circuito fechado de 1.000 km, com uma carga útil de 2000kg, uma velocidade média de 517 km/h em março de 1939, no entanto quando Ernst Udet conseguiu que fossem adicionadas ao Ju 88 características de bombardeiro de mergulho (protótipos V-4, V-5 e V-6) a velocidade máxima caiu para os 450 km/h.

O Ju 88 V7 foi equipado com equipamentos de corte de cabo para combater a ameaça potencial de balões de barragem britânicos, e foi testado com êxito neste papel. 

O Ju 88V-8 (DG+B) voou em outubro de 1938, seguido dos V-9 e V-10, que se tornaram os protótipos da pré-serie Ju 88A-0, que foi seguida da serie Ju 88A-1 dotada de motores Jumo 211B-1 de 1200cv. 

  • Bombardeiro médio Junker Ju 88A e Ju 88S 
No Outono de 1938 Heinrich Koppenberg, diretor da Junkers garantia a Göring ser possível produzir 300 unidades do Ju 88A-1, recebendo luz verde para o início da produção em massa, do que viria a ser o bombardeiro padrão da Luftwaffe

Ju 88A-4
No entanto a produção em massa do Ju 88A-1 foi, inicialmente, drasticamente retardada por problemas de desenvolvimento, e embora tenha sido planeada a sua entrada ao serviço ainda em 1938, no primeiro dia da invasão da Polonia em setembro de 1939 apenas um esquadrão de 12 aeronaves estava operacional.

Com a resolução progressiva dos problemas de desenvolvimento e produção iniciais começaram a sair de produção sub variantes sucessivas incorporando melhorias e adaptações a diferentes funções. Os A-2 podiam ser equipados com foguetes auxiliares de descolagem nas asas, e os A-3 foram providos de controlos duplos para instrução de voo. A versão A-4, surgida em meados de 1941, teria melhorias e modificações mais consideráveis tornando-a a base de todas as aeronaves da serie A seguintes. Projetado em torno do novo e mais poderoso motor Jumo 211J de 1400cv, o Ju 88A-4 tinha uma envergadura aumentada e asas reforçadas para suportarem maiores cargas.

O A-4 surgiria em quantidade tardiamente na primavera de 1941, sendo usado pela primeira vez no ataque alemão à União Soviética, a Operação "Barbarossa".

Junkers Ju 88A-4
Antes disso, devido aos problemas na produção do motor Jumo 211J fora interinamente produzida a serie A-5, que incluía todas as melhorias estruturais do A-4, mas mantinha os motores anteriores. Estas aeronaves seriam intensivamente usadas durante a Batalha da Grã-Bretanha, uma vez que em 1940, a indústria da aviação alemã fora capaz de aumentar extraordinariamente a produção de aeronaves, produzindo 2852 bombardeiros (1816 Junkers Ju 88A, 756 Heinkel He 111, 260 Dornier Do 17 e 20 Dornier Do 217), um aumento de quase quatro vezes em comparação com a produção de 1939, com apenas 737 aeronaves (incluindo apenas 79 Ju 88A).


  Em 1940 durante a Batalha da Grã-Bretanha, o Ju 88 teve melhor comportamento que a maioria dos restantes bombardeiros alemães, mas a experiência de guerra expôs uma série de deficiências que se tornaram evidentes em 9 de outubro de 1939, quando um Ju 88 teve a honra duvidosa de se tornar a primeira vítima dos caças da RAF. Era, na altura, o melhor bombardeiro alemão, mas sem uma escolta de caças, sofria grandes perdas durante as missões conduzidas a partir de bases na Noruega. Na terceira semana da guerra, quatro Ju 88A-1 atacaram navios de guerra britânicos em Scapa Flow, mas não causaram  danos importantes.

Junkers Ju 88A-14 com um canhão MGFF na gôndola
Na época em que os definitivos Ju 88A-4 começaram a entrar em serviço, as lições aprendidas na Batalha da Inglaterra tinham ditado um armamento mais pesado e uma melhor proteção para a tripulação. Vários esquemas diferentes de armamento foram usados, mas uma instalação típica era uma única metralhadora MG 81 de 7,92 mm no lado direito do nariz operada pelo piloto, e duas outras MG 81 de 7,92 mm ou uma MG 131 de 13 mm disparando para frente através dos painéis de nariz transparentes, operadas pelo bombardeador. A mesma opção estava disponível na gôndola ventral sob o nariz, disparando à retaguarda, enquanto duas outras MG 81 eram operadas parte traseira da cabina. Cerca de 2.000 kg de bombas podiam ser transportadas sob as asas, e mas 500kg podiam set transportados na baia interna na fuselagem entre as asas.

As sub-variantes seguintes estenderam-se do Ju 88A-6 até ao Ju 88A-17 mas eram todas baseadas no A-4, com pequenas melhorias ou adaptações para diferentes funções. Sem pretensão de os detalhar todos, os Ju 88A-12 e Ju 88A-16 eram destinadas a instrução tendo por isso controlos duplo, o Ju 88A-11 era a versão tropicalizada. 

Casulo, Waffenbehalter WB81A
O Ju 88A-13 apareceram em 1942, sendo conversões de A-4 em bombardeiros de baixo nível a usar contra concentrações de infantaria, dispondo para isso de uma blindagem reforçada para a tripulação e tanques de combustível, sem freios de mergulho, que podiam transportar até 24 MG81 de 7,92 mm (de acordo com algumas fontes) em casulos transportados nos suportes de bombas ETC500 sob as asas, 4 MG 81 defensivas e uma carga de até 500kg de pequenas bombas de fragmentação. Os casulos Waffenbehalter 81 (WB81A ou WB81B), conhecidos por “regador” transportavam 3 MG81z (metralhadoras MG 81 gémeas) com 250 munições por arma apontadas para a frente (A) ou para baixo num angulo de cerca de 15 graus (B), foram desenvolvidos especificamente para a frente leste, e o A-13 podia transportar dois ou quatro (de acordo com algumas fontes). Operaram na frente leste entre 1942 e 1944, mas demonstraram ser muito vulneráveis ao fogo antiaéreo quando voavam a baixa altitude perdendo a eficácia quando voavam a maior altitude.

Ju 88A-17 com dois torpedos LFT5b de 800kg e
dois e motores de foguete Walter 109-500
Os Ju 88A-6, Ju 88A-8 podiam acomodar o sistema Kutonase destinado a cortar cabos de balões de barragem, o Ju 88A-14, além disso, tinha algumas aeronaves equipadas com um canhão MGFF na gondola nasal , o Ju 88A-15 destinava-se a transportar uma bomba de 3000kg numa baía de bombas ampliada mas com um armamento defensivo reduzido a apenas duas metralhadoras MG 81, e o Ju 88A-17 era o A-4 adaptado para transportar dois torpedos de 765 kg.

Um dos papéis mais importantes assumido pelo Junkers Ju 88A foi o de avião anti navio, principalmente na região do Atlântico Norte onde a partir de dezembro de 1941, após o início da Operação Barbarrossa, os britânicos e os norte-americanos, começaram a organizar comboios marítimos para abastecer os russos. Os navios de carga chegavam aos portos da URSS através do Oceano Ártico e eram intercetados tanto por aviões como por submarinos.

Até 1942 foram produzidos 3094 Ju 88 (pela Junkers, mas também em fabricas da Arado, Dornier e Heinkel), do quais 2270 eram da versão Ju 88A, que representavam até esta altura quase metade da força de bombardeiros da Luftwaffe. 

Junkers Ju 88S-2
O Ju 88A era fundamentalmente um bombardeiro médio, atuado nessa função nos diferentes teatros da primeira metade da Guerra, incluindo a Batalha de Inglaterra em parceria com outras aeronaves do mesmo tipo ao serviço da Luftwaffe, como o Heinkel He 111 e o Dornier Do 17. Porém com o desenrolar do conflito, foi sendo adaptado às novas necessidades da Luftwaffe, facto que levaria a produção de tão grande número de sub versões.

Em meados de 1942, a performance dos bombardeiros Ju 88A começou a se demonstrar insuficiências perante os novos caças aliados. Por isso no início de 1943, um Ju 88A-4 padrão foi usado como protótipo para a série Ju 88S com a qual se pretendia melhorar o desempenho do bombardeiro. O trabalho começara no final de 1942 e consistiu na remoção de tudo o que causava arrasto desnecessário, como a gôndola nasal, os freios aerodinâmicos de mergulho, e os suportes externos de bombas, e a substituição do nariz de vidro original por um de nariz transparente e liso, modelado a partir do nariz sólido das variantes caça. Os motores seriam dois radiais BMW 801D de 1700cv, o armamento defensivo consistiria numa metralhadora MG 131 de 13 mm e três MG 81 de 7,92mm e podia transportar até 18 bombas SC50 na baia interna e duas bombas de 250 a 1000 kg, em dois suportes de baixo arrasto na raiz das asas, uma de cada lado da fuselagem . As aeronaves de produção S-1, seriam motorizadas por dois BMW 801G-2 de 1730cv com sistema GM-1 de injeção de óxido nitroso no entanto um só tiro nos seus tanques podia causar uma explosão maciça. A serie S-2 seria equipada com motores BMW 801TJ com turbocompressor de 1800cv e a S-3 com motores Jumo 213A-12 com sistema GM-1 com o que conseguiam desenvolver 2125cv, permitindo à aeronave atingir 615km/h. De outubro de 1943 até 1944 terão sido produzidos pouco mais setenta destas aeronaves para a Luftwaffe.

  • Junker Ju 88B, prelúdio do Junker Ju 188
Enquanto o Ju 88A-4 e suas sub versões eram produzidas massivamente o protótipo Ju 88BV-1 , D-AUVS, voara pela primeira vez com os motores BMW 801A/B no início de 1940. As superfícies de sustentação, fuselagem e cauda eram idênticas ao Ju 88A-1, mas a potência dos motores BMW (1540cv), permitiam aumentar a carga transportada sendo para isso instalados suportes adicionais na área externa das asas, ao mesmo tempo que toda a cabina era modificada de acordo com o projeto inicial do Ju 88B. A cabina tinha agora a forma de ovo, com grandes áreas envidraçadas, com uma única abóbada que começava no nariz, curvava para cima e para baixo sob o cockpit, e terminava na posição traseira com uma arma dorsal, e outra ventral .

Junkers Ju 88B-0
Durante o verão, foram entregues 10 Ju 88B-0 de pré-produção baseado em células do A-4, com as asas de maior envergadura (20,08m em vez dos 18,26m do A-1) com pontas arredondadas e pontiagudas semelhantes às que equiparam os Spitfire Mk VII e Mk VIII, destinadas a melhorar o desempenho em altitude. As mudanças na fuselagem moveram o centro de gravidade ligeiramente, e por isso a área da cabina transparente foi ligeiramente alongada para rebalancear o avião.

Os em serviço foram todos bem-sucedidos, e os pilotos em geral elogiaram o design do cockpit, no entanto, o RLM não ficou convencido uma vez que a melhoria no desempenho face ao A-4 era apesar de tudo marginal. Por esta altura o RLM colocara também uma encomenda para cerca de 8000 bombardeiros Ju 88A, e por isso, para evitar atrasos, o Ju 88B não entraria em produção. O projeto renasceria no entanto em 1942 como Ju 188.


  • Caças pesados e caças noturnos, Junker Ju 88C, Ju 88R e Ju 88G e o caça tanques Ju 88P
Os Junker Ju 88 tinham uma performance semelhante à dos caças pesados de sua época. Por essa e outras razões, foi ordenado o desenvolvimento da série C ainda antes do início da Guerra. O Ju 88C foi originalmente concebido como um caça-bombardeiro e caça pesado, com as primeiras sub versões a resultarem de conversões de aeronaves da versão A, pela adição de um nariz solido incorporando o armamento composto por um um canhão MGFF de 20 mm e três metralhadoras MG17 de 7,92 mm. 

Junkers Ju88C-6
O protótipo voou pela primeira vez em 1939 e foi inicialmente designado Ju 88Z, tendo a Junkers recebido autorização do RLM para avançar com o projeto, dando-lhe no entanto muito baixa prioridade. 

No inicio de 1940, foi recebida autorização para produção da aeronave em pequena quantidade, sob a designação de Ju 88C, uma autorização motivada pela provada inadequação do Messerschmitt Bf 110. As primeiras foram 20, A-1 e 20, A-5 convertidos em C-1 e C-5 respetivamente e 120 C-4, 60 conversões de A-5 e 60 construções novas (as primeiras construções em serie desta versão entregues em meados de 1941). 

A sub versão definitiva e também a mais largamente produzida e implementada seria o Ju 88C-6, caça pesado introduzido a partir de 1942. Os C-6 apresentavam varias combinações de armamento mas eram em geral armados com um canhão de 20mm MG/FF com 360 projéteis e três metralhadoras MG17 de 7,92mm com 2800 projeteis no nariz, dois outros canhões MG/FF com 400 projeteis na gôndola ventral por baixo do nariz e duas metralhadoras defensivas MG 15 ou MG 131 dorsais na retaguarda superior da cabina. Os C-6a eram caças pesados diurnos padrão enquanto que os C-6b eram caças noturnos inicialmente equipados com radar um FuG 202 Lichtenstein B/C, mais tarde substituído por uma vesão simplificada FuG 212 Lichtenstein C-1 e a partir de 1943 pelo FuG 220 Lichtenstein SN-2 . Algumas aeronaves equipadas com este radar foram motorizada com o novo motor Jumo 211H com turbo compressor e armadas com duas MG 151, dorsais numa montagem “Schräge Musik” de disparo obliquo (C-6c). 

Junkers Ju 88R-1, com radar FuG 202
Os Ju 88C-6 foram produzidos até final da guerra mas o seu papel tornou-se preponderante como caça noturno com o aumento da intensidade dos bombardeamentos aliados às cidades e infraestruturas alemãs na fase final da Guerra contra o que os Ju 88C-6 foram largamente utilizados, sendo apenas superados em importância pela posterior versão G.


Entretanto a clara necessidade de aumentar a velocidade do Ju 88C força a RLM a rever a decisão de não utilizar os motores BMW 801 primariamente reservados ao Focke Wulf 190. Em março de 1943 foi decidido instalar motores radiais BMW 801 em células Ju 88C-6, que viriam também a receber o novo radar FuG 220 Lichtenstein SN-2, mantendo o armamento inalterado. Estes novos caças pesados foram designados Ju 88R-1 e mais tarde Ju 88R-2 quando passaram a utilizar os mais fiáveis BMW 801D de 1700cv, com os quais a aeronave era capaz de desenvolver a velocidade máxima de 578 km/h, tornando-se numa aeronave de transição para o Ju 88G.

Ju 88G-6 com dois MG 151 em montagem Schrage Musik
Em junho de 1943 eram já evidentes as insuficiências do Ju 88C-6 e o Ju 88R surgira como uma solução de recurso rápida até que ficasse disponível o Ju 88G, então em desenvolvimento. 

O protótipo da serie G (Ju 88V-58) voou pela primeira vez em junho de 1943 equipado com motores BMW 801D de 1700cv. Contrariamente às versões anteriores (fundamentalmente células da versão A adaptadas) a nova aeronave tinha uma fuselagem desenhada especificamente para as necessidades de um caça noturno, uma empenagem idêntica à do Ju 188E que garantia uma melhor estabilidade e manobrabilidade, uma fuselagem com uma aerodinâmica melhorada, conseguida com um nariz mais afilado e a remoção da respetiva gondola e um armamento ofensivo reforçado constituído por seis canhões MG 151/20 com 1250 cartuchos no total, dois montados um por cima do outro no lado direito do nariz, mais quatro aos pares numa carenagem ventral ligeiramente deslocada para o lado esquerdo da fuselagem. O armamento defensivo foi limitado uma metralhadora pesada MG 131 com 750 cartuchos montados na parte posterior superior da cabina e o volume interno de combustível foi ligeiramente aumentado.

Após a construção de um pequeno lote de seis aeronaves de pré produção (G-0), a versão G-1 entrou em produção com um armamento ofensivo reduzido aos quatro MG 151/20 ventrais (os dois do nariz cegavam o piloto durante o disparo), um par de motores radiais BMW 801G-2 e um radar FuG 220 Lichtenstein SN-2 com antena de oito dipolos Hirschgeweih no nariz numa instalação semelhante a chifres de veado, e eventualmente um radar de aviso antecipado FuG 350 Naxox Z ou um FuG 227 Flensburg com antenas nas asas e na cauda.

Junkers Ju 88G-1, capturado, testado pela RAF
Em junho de 1944 num episodio pouco claro, um Ju 88G-1 do 7.Staffel/NJG 2, aterrou na base Woodbridge da RAF, dando a Royal Air Force sua primeira chance de verificar o radar VHF Lichtenstein SN-2 e o radar de aviso antecipado Flensburg .

Em junho de 1944, entraria em produção a versão, o G-6, equipado com motores V12 Jumo 213A Jumo 213A (usando os mesmos núcleos de radiadores anulares do Ju 188), tanques de combustível de maiores dimensões e muitas vezes um ou dois canhões MG 151/20 de 20 mm numa instalação Schräge Musik num angulo de 70º no dorso da fuselagem.

O último dos caças noturnos Ju 88 foi o G-7, equipado com motores Jumo 213E-1 com um sistema de injeção de água e metanol MW 50, o mesmo armamento do C-6 e equipado com o mais recente radar de longo alcance alemão FuG 240 Berlin, porem não é claro que alguma das aeronaves produzidas tenha entrado ao serviço. 

Foram ainda concluídas algumas aeronaves G-10 semelhantes ao G-6 com uma fuselagem alongada para permitir uma maior carga de combustível. Apenas um pequeno número destes caças de muito longo alcance foi produzida mas foram destinados ao projeto Mistel como parte inferior do conjunto.

A serie G foi a mais numerosa e importante versão caça do Ju 88, entrando em produção em finais de 1943. A grande maioria dos caças Ju 88 construídos a partir de 1944 foram da serie G (2518 de um total 3964 aeronaves construídas em 1944 às quais se acrescentam 355 construídas em 1945).

Após o primeiro inverno da ofensiva contra a União Soviética o comando da Wehrmacht da região de Moscovo manifestou interesse numa aeronave capaz de destruir veículos blindados incluindo os tanques T-34 soviéticos. 

Junkers Ju 88P-1 com um canhão PAK 40
No final do verão de 1942 foi decidido adaptar o Ju 88A-4, de versatilidade comprovada, à função, designando as aeronaves por Ju 88P. O protótipo testado em finais de 1942, transportava um único canhão KwK39 (Kampfwagen-kanone) de 75mm , numa grande gôndola sob a fuselagem, porém o KwK 39 tendia a danificar a aeronave quando disparava e por isso foi substituído por um canhão PAK 40 ligeiramente menos destrutivo. O três membros da tripulação operavam as armas de defesa, uma metralhadora MG 81 de disparo frontal operada pelo piloto que servia também com auxiliar de mira do canhão e os dois outros tripulantes operavam duas metralhadoras gémeas MG 81Z, de disparo à retaguarda, uma para cima na cabina e outra para baixo na retaguarda da gôndola do canhão.

Entre março de 1943 foram solicitadas 30 aeronaves modificadas, Ju 88P-1, mas no mês de junho apenas seis tinham sido convertidas devido falta de armas PAK 40 muito solicitadas pela Wehrmacht. Em serviço os Ju 88P-1 tiveram um desempenho sofrível contra os tanques soviéticos pois o canhão PAK 40 não era adequado para uso num avião, a sua cadência de fogo era perfeitamente aceitável para uma arma anti-tanque normal, mas quando usado numa aeronave significava que só podia disparar duas vezes numa passagem, alem disso a aeronave era lenta (393 kmh), devido a grande carenagem ventral onde eram instalados os canhões, e por isso muito vulnerável ao fogo anti-aéreo.

Junkers Ju 88P-2
Possivelmente, neste período, a análise dos resultados dos testes, permitiu aos técnicos da Luftwaffe perceberem que, para a perfuração da blindagem superior de um tanque, relativamente mais fina, era suficiente um menor calibre. Um pequeno número de células Ju 88A-4 adicionais foram convertidas como Ju 88P-2, com a instalação de dois canhões BK 37 37mm, de menor calibre, mas maior cadência de tiro, e de seguida foi reforçada a blindagem de proteção da aeronave uma vez a tornavam lenta e vulnerável ao fogo antiaéreo (Ju 88P-3). 

Embora concebido desde o início como um avião anti-tanque, o Ju 88P-2 foi empregue experimentalmente como um intercetor, contra formações de bombardeiros aliados, contudo, o seu desempenho era tão pobre que raramente conseguia interceptar as formações aliadas e nas ocasiões em que as conseguia intercetar, a sua falta de manobra tornava-o extremamente vulnerável ao fogo defensivo concentrado dos bombardeiros. Consequentemente, os poucos exemplares convertidos regressaram rapidamente a sua função original. 

A versão mais numerosa seria um lote de 32 aeronaves convertidas em inícios de 1944 para o padrão Ju 88P-4, com um único canhão Bordkanone BK 5 de 50mm numa gôndola ventral de menores dimensões, mas com o final da guerra próximo poucas se tornariam operacionais.

  • Variantes de reconhecimento Ju 88D, Ju 88H e Ju 88T
Ju 88D-2
O Ju 88 foi uma escolha óbvia quando a Luftwaffe começou a procurar um avião de reconhecimento de alta velocidade e longo alcance para substituir o Dornier Do 17. O trabalho numa versão dedicada de reconhecimento começou a sério em 1940 e enquanto o Ju 88D estava em desenvolvimento vários bombardeiros A-1 e A-5 foram modificados para desempenharem funções de reconhecimento. Isso envolveu a remoção dos suportes de bombas ETC e os freios aerodinâmicos de mergulho, e a instalação de até três câmaras na baía de bomba traseira e uma câmara de nariz operada manualmente na posição do bombardeador. Estes Ju 88A-1 (F) e A-5 (F) entraram em serviço no início do verão de 1940, a tempo de realizar missões de reconhecimento sobre a Grã-Bretanha antes da Batalha da Inglaterra. 

Estas aeronaves provisórias foram seguidas por uma serie, de pré-produção (D-0) e pelas series de produção seguintes D-1 a D-5 a partir de 1940 num total de cerca de 1500 aeronaves de reconhecimento. Normalmente transportavam câmaras Rb 70/30, Rb 50/30 ou Rb 20/30 dependendo do alvo a ser fotografado.

O Ju 88H foi produzido em resposta a um pedido de RLM para aeronaves de reconhecimento de muito longo alcance para operar sobre o Atlântico, construídas tendo por base o Ju 88G de fuselagem alongada. O H-1 era equipado com radar FuG 200 Hohentwiel e um trio de câmaras controladas remotamente na fuselagem traseira, e o H-2 foi uma versão de reconhecimento armado com seis canhões MG 151/20 destinado a atacar escoltas aliadas (apenas 10 aeronaves foram construídas).

Ju 88T
No final de 1942, em paralelo com o desenvolvimento do bombardeiro Ju 88S, a Junkers desenvolveu uma versão de reconhecimento nele baseada o Ju 88T. Estas aeronaves transportavam tanques de combustível adicionais nas asas e dois tanques de queda nos suportes de bombas com capacidade de 900 litros cada, aumentando a capacidade total de combustível para 5380 litros. O armamento defensivo foi reduzido para apenas uma metralhadora MG 131 na retaguarda superior da cabina e o equipamento de reconhecimento que ocupava a posição do bombardeador no nariz era composto por três camaras Rb 20/30, Rb 50/30 ou Rb 75/30. As aeronaves da primeira serie de produção, Ju 88T-1, possuiam motores BMW 801D com sistema de injecção de óxido nitroso a GM-1, que proporcionava um aumento de potencia a altitudes elevadas, permitindo-lhe atingir a velocidade máxima de 640km/h e um teto de serviço de 9800 metros.

Apenas 17 Ju 88T-1 foram produzidos até junho de 1943, baseadas no S-1, a planeada versão T-2, não passaria da fase de protótipo devido à sua complexidade e a T-3, baseada no bombardeiro S-3 tinha prevista a entrada em produção em 1944 mas apenas algumas unidades foram completadas antes que o programa de caças de emergência (Jägernotprogramm) virtualmente terminasse com a produção de todas as aeronaves que não fossem caças. 

  • Conjuntos Mistel
Mistel S1
No final da Guerra várias aeronaves Ju 88 terminaram seus dias como a metade inferior de combinações Mistel, com um caça Bf 109 ou Fw 190 na parte superior da fuselagem que conduziria o Ju 88 modificado com uma carga explosiva no nariz até um alvo. 

Mistel era uma composição de dois aviões desenvolvida na Alemanha durante as fases finais da Guerra, no topo da fuselagem de um bombardeiro não tripulado modificado para transportar uma grande quantidade de explosivos, era colocado um caça usado como avião de controlo para dirigir o bombardeiro como um míssil até ao alvo. Aí, as aeronaves separavam-se, permitindo ao caça regressar à base depois de lançar o bombardeiro contra o alvo.

O mais bem sucedido Mistel usava um bombardeiro Junkers Ju 88 modificado, como todo o compartimento da tripulação substituído por um nariz projetado e moldado para transportar uma grande carga de explosivos. O componente superior era um caça Bf 109 ou Fw 190 ligado ao dorso do bombardeiro por estrutura fixa. 

Mistel S3A, Ju 88A-6 e 8-Fw 190A 
O primeiro destas composições voou em junho de 1943, demonstrando ser suficientemente promissor para iniciar um programa de testes operacionais pela KG 200 da Luftwaffe sob o nome de código "Beethoven".

A ogiva Mistel definitiva foi uma carga moldada com quase duas toneladas que esperavam ser capaz de penetrar numa estrutura de sete metros de betão armado.

Cerca de 250 Mistel foram construídos durante a fase final da Guerra em várias combinações, mas o seu sucesso operacional foi limitado, foram apenas usados em operações esporádicas e a baixa velocidade dos conjuntos em voo tornava-os extremamente vulneráveis aos caças aliados e ao fogo antiaéreo.

  • Conclusão
Junkers Ju 88, na linha de produção, 1939
Ao longo de nove anos de desenvolvimento e produção (de 1936 até 1945), cerca de 15.183 aeronaves (aproximadamente 9000 em versões de bombardeiro e 6000 em versões de caças pesados ou noturno) deixaram as linhas de montagem para desempenharem as mais variadas funções ao serviço da Luftwaffe, como bombardeiro, caça pesado, caça noturno, bombardeiro torpedeiro, avião de patrulha e reconhecimento armado, terminando como um míssil guiado, parte de uma composição designada por Mistel.

Apesar do elevado número de aeronaves produzidas apenas dois podem ser vistos atualmente em perfeito estado de conservação, um Ju 88R-1 no RAF Museum em Hendon, Inglaterra e um Ju 88D-3 (D-1 tropicalizado) no USAF Museum em Dayton, EUA.

FICHA DA AERONAVE
GERAL:
  • ANO DO PRIMEIRO VOO: 1936
  • PAÍS DE ORIGEM:  Alemanha
  • PRODUÇÃO:  15183
  • PAÍSES OPERADORES: Alemanha, Finlândia, Hungria, Italia, Roménia, e Espanha
ESPECIFICAÇÕES DE VARIANTE 
  • VARIANTE: A-4
  • FUNÇÃO: Bombardeiro médio; Caça pesado, Caça noturno
  • TRIPULAÇÃO:  4
  • MOTOR:  2 x motores Junkers-V12 Jumo 211 J
  • PESO VAZIO: 9870 (kg)
  • PESO MÁXIMO NA DESCOLAGEM:  12115  (kg); 13750 com RATO
  • COMPRIMENTO: 14,36 (m)
  • ENVERGADURA: 20,08 (m)
  • ALTURA: 5,07 (m)
PERFORMANCE
  • VELOCIDADE MÁXIMA:  510 (km/h)
  • RAIO DE COMBATE: 2430 (km), com combustível interno
  • TETO MÁXIMO:  9000  (m)
ARMAMENTO
  • FIXO: 
1 x metralhadora MG81 de 7,92mm na cabina do piloto;
1 x metralhadora MG81 de 7,92mm no nariz;
2 x metralhadoras MG81 ou MG131 (13 mm) no cockpit traseiro;
1 x metralhadora gémea MG81Z num casulo inferior;
  • CARGA BÉLICA:
Carga até 3.000 kg de bombas:
- interna até 1,400 kg
- externa até 3.000 kg em racks sob as asas

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PERFIL
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DESENHOS
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FONTES
REVISÕES E RECURSOS ADICIONAIS
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  • Publicação e Revisões
# Revisto em 2017-04-06 #
# Publicado em 2015-05-31 #
  • Recursos Adicionais
# Neste blog: Junkers Ju 188 Rache

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