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SAAB J 21 (A 21), predecessor dos jatos SAAB

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O Saab J 21 (A-21) foi um caça e avião de ataque projetado e construído na Suécia durante a Segunda Guerra Mundial, que voou pela primeira vez em 1943. Tinha uma configuração por impulsão, pouco usual em aeronaves, em que a hélice propulsora estava localizada atrás do motor e da fuselagem principal. O motor utilizado era uma versão construída na Suécia, sob licença do Daimler-Benz DB 605B alemão. A configuração do propulsor tornou necessário desenvolver um assento ejetável, para garantir a sobrevivência do piloto, em caso de necessidade de evacuar a aeronave em voo, uma invenção não patenteada pelos suecos, que levou a alguns problemas legais, quando Lockheed registou uma patente de um assento com uso semelhante. Era pesadamente armado com um canhão de 20 milímetros e quatro metralhadoras pesadas de 13,2 ou 12,7 milímetros. 
Após a guerra, o avião foi adaptado a um motor a jato britânico de Havilland Goblin, originando o Saab J 21R, que voou em 1947, tornando-se o primeiro avião a reação sueco, embora tenha sido rapidamente suplantado pelo moderno jato da Saab o J 29 Tunnan que voou menos de um ano depois.
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GALERIA

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FFVS J 22A
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J 21A-2
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J 21A-1
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J 21A-3
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Saab J 21R
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Saab J 21R









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HISTÓRIA
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Durante a Segunda Guerra Mundial a Suécia, foi dos poucos países europeus que consegui manter a sua neutralidade (a par com Portugal, Espanha, Irlanda e Suíça). Porém embora a Suécia tivesse uma longa tradição de neutralidade, o agressivo regime nazi alemão parecia pouco inclinado a respeitar essa neutralidade, facto enfatizado pela invasão em abril de 1940 dos países seus vizinhos, Dinamarca Noruega. 

O sentimento sueco de vulnerabilidade era anterior a 1939 e tinha levado o governo a procurar desesperadamente renovar a sua força aérea (Flygvapnet), equipada maioritariamente com obsoletos biplanos Gloster Gladiator (J8), tentando obter aviões de combate junto dos EUA, nomeadamente 120 aviões Seversky P-35 (J9) e 144 P-66 Vanguard (J10). No entanto, em 18 de junho de 1940, após a ocupação alemã da Noruega , os Estados Unidos declararam um embargo à exportação de armas para qualquer outra nação que não a Grã-Bretanha e consequentemente a Flygvapnet viu-se com necessidade de recorrer a fontes alternativas para obter caças mais modernos.Foram equacionados, o finlandês VL Myrsky, o soviético Polikarpov I-16 e mesmo o japonês Mitsubishi A6M Zero, mas qualquer dessas soluções se mostrou impraticável tendo por isso o governo recorridos aos italianos para adquirir um lote de Fiat CR.42 Falco (J 11) e outro de Reggiane Re.2000 Falco (J 20), como solução claramente de recurso. 

Restava aos suecos suprir as suas necessidades recorrendo aos seus próprios meios. 

São então lançados dois projetos, um para um caça, J21, a ser construído pela Svenska Aeroplan Aktiebolaget (SAAB) e outro para um caça ligeiro J22 para ser construído por uma unidade criada para o efeito, sob supervisão direta da Flygvapnet, a FlygFoervaltningens Verkstad i Stockholm (FFVS). 

  • FFVS J 22 
FFVS J 22B
A equipe do projeto J22, liderada por Bo Lundberg, trabalhou numa aeronave simples, construída com materiais não estratégicos, em torno de uma cópia sueca do motor Pratt & Whitney R-1830 Twin Wasp de 1065cv (à época não licenciada). O primeiro protótipo realizou o voo inaugural em setembro de 1942 sendo seguido de um outro, e, embora ambos tenham sofrido acidentes durantes os testes, o J22 entraria em produção sendo entregues 198 unidades à Flygvapnet entre 1943 e 1946. Tratava-se de um caça bastante convencional para a época, semelhante a uma versão menor e mais leve do Focke-Wulf Fw 190, construído com uma estrutura tubular de aço e revestimento em painéis de madeira compensada, e com um trem de aterragem retrátil para dentro da fuselagem de forma pouco usual (semelhante ao sistema utilizado no Focke-Wulf Fw 159

As primeiras 143 aeronaves construídas (J22A) eram armadas com duas metralhadoras de 13,2 mm e duas de 7,9 mm nas asas, e as 55 (J22B) seguintes com quatro metralhadoras de 13,2 mm. 

Estas aeronaves operaram na Flygvapnet até 1952 demonstrando ser leves, muito manobráveis e com boa aceleração no entanto quando entraram ao serviço já não estavam à altura dos caças seus contemporâneos. Hoje sobrevivem três exemplares em museus suecos, um deles em condição de voo. 

  • SAAB J 21 
Saab J 21A-1
O desenvolvimento do mais pesado J22 pela SAAB, demorou consideravelmente mais tempo. Depois de propor alguns projetos de caças de alto desempenho a equipa da SAAB liderada por Frid Waenstrom, acabaria por propor uma aeronave pouco convencional, com uma configuração de impulsão (pusher), um conceito conhecido mas em desuso nas aeronaves contemporâneas (embora tenha sido usado com alguma frequência em aeronaves na primeira guerra mundial). Estruturalmente tratava-se de uma aeronave trifuselada, com o motor instalado na retaguarda da fuselagem entre as duplas longarinas que suportavam a estrutura de cauda em configuração de impulsão. 

Uma aeronave trifuselada (twin-boom)  é uma aeronave com uma fuselagem principal, onde se localiza o habitáculo, mas em que as superfícies de controle da cauda não estão instalados na fuselagem, mas ligado às asas por um par de lanças ou longarinas equidistantes do eixo central. O conceito não deve ser confundido com o de aeronave bifuselada (twin-fuselage), pois neste caso a aeronave tem duas fuselagens gémeas. 

Saab J 21A-2
No final de 1941, o Flygvapnet deu luz verde ao projeto J 21, no entanto os suecos não dispunham de um motor com a potência necessária e por isso estabeleceram um acordo com os alemães para obter o Daimler-Benz DB 605B, que apresentava uma potência de 1475cv. 

Apesar do eventual acordo, obter os motores DB 605B provou ser dificil, uma vez que os alemães atrasaram sucessivamente a entrega, e quando as primeiras amostras foram entregues, em junho de 1942, apresentavam defeitos de fabrico (aparentemente tinham sido sabotados por trabalhadores escravos na linha de montagem). Os suecos conseguiriam obter os planos do motor e iniciar a sua construção sob licença na Svenska Flygmotor (mais tarde Volvo Aero), tendo mais tarde recebido amostras fornecidas pelos alemães. 

Com o problema do motor resolvido, foram construídos dois protótipos de voo e uma célula para teste de solo, tendo sido realizado o primeiro voo em julho de 1943. 

Porém o percurso do protótipo à primeira aeronave de produção revelar-se-ia problemático, com o primeiro J21 a entrar em operação apenas em dezembro de 1945, meses após o fim da guerra. 

Saab J 21A
A aeronave possuia uma asa de fluxo laminar, um trem de pouso de triciclo, todos com rodas individuais e fora desenvolvido um assento de ejeção para permitir que o piloto sair da aeronave com a hélice em funcionamento. Armamento compunha-se de quatro metralhadoras Bofors m/39A de 13,2mm (duas no nariz e uma em cada asa colocadas no final das duas lanças de suporte da cauda), mais tarde substituídas por Bofors de 12,7mm e um canhão de 20 mm Hispano-Suiza HS.404 (versão A-1) ou Bofors H-45 (versão A-2 e A-3) no nariz. Nos aviónicos constavam uma mira Gyro Reflex K-14, um radio de voo AGA FR-5 ou FR-04/08 de fabrico sueco, uma bússola FKA 1 A-1, e um horizonte artificial KH-1. 

O desempenho demonstrado pela aeronave era considerado bom pelo padrão dos caças com motor de pistão, com um excelente comportamento em voo, mesmo a baixas velocidades, e uma elevada taxa de viragem. O armamento era pesado e concentrado. Porém quando comparado com os North American P-51D Mustang que o Flygvapnet obtivera no final da guerra (designados por J25), tinham limitações em altitudes elevadas, tinham uma visibilidade limitada à retaguarda e os controlos eram pesados tornando o voo e combate aéreo muito exigente e cansativo para o piloto. 

Saab J 21A
Até 1948 foram construídas 297 aeronaves, das quais 178 caças J21A (A-1 e A-2) e 119 caças de ataque A21A-3 (ou J 21A-3). O A 21A-3 dispunha de uma mira de bombardeamento avançada SAAB BT9 integrada na Gyro Reflex K-14, e podia transportar uma bomba de 600, 500 ou 250 quilos num suporte central na fuselagem e quatro bombas de 50 quilos em suportes na metade externa das asas, ou em alternativa à bombas podiam ser transportados 10 foguetes não guiados (dois de 180mm e oito de 144mm ). O suporte ao centro da fuselagem podia ser equipado com um casulo com oito metralhadoras Colt-Browning m/22F 7.9 mm, colocando o armamento num total de 13 armas, e na ponta das asas poderia ser transportado um tanque de combustível de 400 litros. 

Com o pós-guerra chegava também ao fim a idade dos caças de motor de pistão e o J21 não era particularmente brilhante, tendo no entanto sido a primeira aeronave sueca a realizar com sucesso a ejeção de um piloto, no dia 29 de Julho de 1946, depois de uma colisão entre um J21 e um J22. Os últimos J21 e A21 foram retirados do serviço no início dos anos 50 e hoje apenas dois sobrevivem. 

  • SAAB J 21R 
Após a Guerra chegou a ser equacionado o uso de motores Rolls-Royce Griffon no que seria o J 21B, no entanto era nesta altura claro que o futuro dos caças passava pelo uso da nova tecnologia dos motores a reação. 

Saab J 21R
Em finais de 1945 começou a ser projetado a adaptação do J 21 ao motor de fluxo centrífugo britânico De Havilland Goblin adquirido por antecipação à sua licença de construção na Suécia como RM1. Porém, ao contrário do que era esperado, essa adaptação impôs que quase metade da aeronave fosse reconstruida, em particular a empenagem teve que ser elevada e consequentemente as asas tiveram que ser redesenhadas. 

O primeiro, de quatro protótipos de voo J 21R (R de reaktion), construídos a partir de células J 21, realizou o voo inaugural em março de 1947 e as primeiras aeronaves de produção, de um total de 64, começaram a ser entregues no verão de 1949. 

Os primeiros 34 J 21R tinham um motor RM 1/Goblin 1 com 13,1 kN de empuxo, foram designados J 21RA, enquanto os 30 finais foram equipados com o RM 1A/Goblin 3 de 14,7 kN de empuxo foram designados por J 21RB. 

A evolução dos caças fazia-se naquela altura a um ritmo muito elevado, por isso quando o J 21R entrou em operação, era já obsoleto sendo rapidamente relegado para funções de ataque. 

Saab J 21R
O comportamento em voo era semelhante ao do J 21A mas o raio de combate era limitado mesmo com tanques adicionais nas pontas das asas, e a performance em combate era pobre quando comparado com outros jatos seus contemporâneos. 

No período em que o J 21R estrava ao serviço, a SAAB trabalhava no projeto de um caça muito mais avançado o J 29 Tunnan, que se mostraria à altura de qualquer outro caça estrangeiro da época. 

O J 21R, como muitos dos primeiros jatos de combate, foi principalmente uma plataforma de experiências para a indústria aeronáutica sueca e para o Flygvapnet. Todos os J 21R foram abatidos ao serviço durante a década de 1950 e hoje apenas um sobrevive no museu da força aérea sueca em Linköping.

FICHA DA AERONAVE
GERAL:
  • ANO DO PRIMEIRO VOO: 1943
  • PAÍS DE ORIGEM:  Suécia
  • PRODUÇÃO:  298
  • PAÍSES OPERADORES: Suécia
ESPECIFICAÇÕES DE VARIANTE 
  • VARIANTE: A-3
  • FUNÇÃO: Caça de ataque
  • TRIPULAÇÃO:  1
  • MOTOR:  1 x Daimler-Benz DB 605B  construído pela SFA (Volvo Aero)
  • PESO VAZIO:  3346 (kg)
  • PESO MÁXIMO NA DESCOLAGEM:  5200 (kg)
  • COMPRIMENTO: 10,45 (m)
  • ENVERGADURA: 11,60 (m)
  • ALTURA: 3,97 (m)
PERFORMANCE
  • VELOCIDADE MÁXIMA:  640 (km/h)
  • RAIO DE COMBATE: 750 (km)
  • TETO MÁXIMO:  11000  (m)
ARMAMENTO
  • FIXO: 
1 x canhão Hispano-Suiza HS.404 ou Bofors de 20mm
4 x metralhadoras Bofors de 13 mm (duas no nariz e duas nas asas
  • CARGA BÉLICA:
Bombas ou foguetes em suportes externos (até 700kg)

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PERFIL
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DESENHOS
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FONTES
REVISÕES E RECURSOS ADICIONAIS
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  • Publicação e Revisões
# Publicado em 2017-04-08 #
  • Recursos Adicionais
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