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Vickers-Armstrong Wellington

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Vickers-Armstrong Wellington foi um bombardeiro, médio britânico, bimotor de longo alcance, projetado em meados dos anos 1930, pelo designer chefe da Vickers-Armstrongs Rex Pierson para responder á especificação B.9/32 do Ministério do Ar, que pretendia adquirir um bombardeiro bimotor diurno com maior desempenho que os projetos anteriores.
Foi a mais numerosa e mais importante aeronave do Comando de Bombardeiros da RAF nos primeiros anos da Segunda Guerra Mundial, até ser substituído em finais de 1942 pelos quadrimotores Avro Lancaster e Handley Page Helifax. 
No entanto, o Wellington continuou ao serviço até final da guerra, no Comando Costeiro da RAF, em missões de patrulha antissubmarino e como aeronave de instrução e transporte. Foi o mais produzido de todos os bombardeiros britânicos, e no final da guerra era ainda uma aeronave de primeira linha da RAF, tendo as últimas unidades permanecido ao serviço até 1953, como aeronave de instrução.

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GALERIA

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Welington B Mk I, 9ºSqn,RAF,1939
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Wellington B Mk II
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Wellington B Mk III, 425º Sqn RAF
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Wellington GR Mk XII, RAF CC, 1945
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Wellington T Mk X, RAF,CG School
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Wellington GR Mk XII, 221º Sqn RAF









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HISTÓRIA
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  • A origem
A Vickers foi uma empresa britânica de engenharia, que adquiriu fama como fabricante de equipamentos militares, desde armas e munição, até navios, tanques, dirigíveis e aviões.

Esqueleto geodésico da fuselagem do Vickers Tipo 271
Fundada em 1828 por Edward Vickers como Naylor Vickers & Co, foi passando por várias reorganizações, mudanças de nome e propriedade ao longo dos anos. A expansão para o setor aeronáutico em 1911 transformou-a na Vickers Limited e em 1927, uma fusão com a Armstrong Whitworth, fez dela a Vickers-Armstrongs, Ltd, que se manteria até à sua nacionalização durante a década de 1960.

Em meados da década de 1930 a Vickers-Armstrongs projetara e construíra para a RAF um bombardeiro rápido monomotor, com caraterísticas únicas e uma construção baseada na arquitetura geodésica inovadora, o Vickers Wellesley. Mas o Wellesley fora efetivamente uma plataforma de desenvolvimento de tecnologia para um bombardeiro maior e melhor. Ainda ante do primeiro voo do protótipo do Wellesley em
19 Junho de 1935, a Vickers já estava focada no desenvolvimento de uma aeronave muito mais poderosa, para responder à especificação B.9/32 de 1932 do Ministério do Ar, que pretendia um bombardeiro bimotor capaz de transportar uma carga bélica de 450 quilos e com um alcance de 1160 quilómetros. O projeto da Vickers, o tipo 271, quase quadruplicava o alcance e a carga bélica da aeronave e por isso não foi surpresa a imediata encomenda de um protótipo pelo Ministério do Ar.
Vickers Tipo 271

O protótipo do Vickers tipo 271 foi apresentado para o primeiro voo em junho de 1936. Era um monoplano de asa média, de dimensões generosas, motorizado por dois motores radiais Bristol Pegasus X de 915cv cada, que propulsionavam hélices de três pás e passo variável. Possuía um trem de aterragem retrátil e, à semelhança do Wellesley, tinha uma estrutura baseada na arquitetura geodésica com cobertura de tecido dopado.

O protótipo estava desarmado embora tenha sido projetado para ter uma única metralhadora em uma montagem flexível nas posições do nariz, cauda e dorso. 

Os testes de voo do protótipo decorreram até abril de 1937, altura em que se despenhou devido a uma falha estrutural, provocando a morte do engenheiro de voo. No entanto a aeronave já tinha demonstrado as suas capacidades, a ponto do Ministério do Ar ter apresentado a especificação B.29/36 adaptada à características da aeronave, para cobrir a versão de produção e a encomenda inicial de um lote de 180 bombardeiros denominados Wellington. 

O segundo protótipo de Wellington
Este nome estava associado à cidade, mas também à anterior aeronave da Vickers, o Wellesley, tal como o Duque de Wellington era o irmão mais novo de Lord Wellesley, o estadista. O Wellington tornou-se o segundo de quatro bombardeiros Vickers de estrutura geodésica, cujos nomes começaram por W em homenagem ao projetista da estrutura geodésica Sir Barnes Neville Wallis.

Durante os testes de voo, o Vickers tipo 271 provara estar muito para além do exigido pela especificação B.9/32. A robusta e relativamente leve estrutura geodésica, tornara possível aumentar a carga bélica para 2040kg, com a carga concentrada numa grande baía de bombas ventral, desta forma reservando todo o espaço das asas para combustível, suficiente para fornecer à aeronave uma autonomia de 2414 km com uma carga bélica.

Montagem da fuselagem de um Wellington
A primeira encomenda de 180 bombardeiros Wellington fora feita em agosto de 1936 a que se seguiu outra de mais 200. Os primeiros seriam construídos na fábrica principal de Weybridge enquanto era preparada uma segunda linha de montagem e posteriormente uma terceira. Todos os Wellington seriam construídos em linhas de produção da Vickers, no entanto a produção de componentes individuais e conjuntos era frequentemente subcontratada a outras empresas.

Por causa da sua construção geodésica, o Wellington não era fácil de produzir, uma vez que a sua estrutura era composta por milhares de pequenas peças interconectadas. No entanto, foi desenvolvido um trabalho para dividir a estrutura em conjuntos. Concluído o trabalho de divisão da estrutura em conjuntos interconectáveis, estes podiam ser produzidos noutras empresas, para a montagem final ser realizada pela Vickers. A produção da aeronave tornou-se bastante rápida e simples, a ponto da Vickers conseguir construir um bombardeiro por dia na fábrica de Weybridge no final de 1939. Em 1941, a produção duplicou, quando as linhas de produção em Chester e Blackpool iniciaram a atividade, e depois disso aumentou ainda mais.

A estrutura da fuselagem era construída a partir de quatro longarinas tubulares longitudinais às quais eram ligados 1.650 elementos, em liga de alumínio (duralumínio) com forma de W formando uma rede de quadros, onde eram aparafusadas longitudinalmente ripas de madeira. Esta estrutura era coberta com linho irlandês tratado com camadas de dope (nitrato de celulose líquido, próprio para impermeabilizar tecidos de superfícies de aviões) , formada o revestimento exterior da aeronave.

Welington B Mk I, 9ºSqn,RAF,1939
Esta estrutura era extremamente solida, porque qualquer uma das longarinas podia suportar parte do peso, mesmo a partir do lado oposto da aeronave. A prova disto é que durante a sua vida operacional vários Wellington com enormes danos estruturais conseguiram sobreviver regressando à base, facto que levou a que a aeronave fosse descrita como uma "coleção de buracos ligados em forma de um avião", uma "malha", ou um “bombardeiro de pano “. Exemplo disto foi um incidente, em que um caça noturno alemão Bf 110 atacou um Wellington que regressava de um ataque a Münster, na Alemanha, causando um incêndio na parte traseira do motor de estibordo. O co-piloto Sargento James Ward Allen saiu da fuselagem em voo, foi abrindo buracos a pontapé no revestimento de tecido dopado da asa para se conseguir segurar e chegar ao motor de estibordo, e apagar o incêndio, evitando que se alastrasse à asa. Ele e o avião regressaram a base em segurança, e Ward foi condecorado com a Victoria Cross. O avião devido aos graves danos não voltaria a voar e Ward Allen acabaria também por morrer quando o seu Wellington foi abatido por artilharia antiaérea sobre Hamburgo dois meses depois.

A robustez e relativa leveza da estrutura geodésica do Wellington, deu-lhe permitiu-lhe ter uma capacidade de carga superior às aeronaves semelhantes, sem sacrificar a blindagem dos pontos críticos ou os tanques de combustível auto-selantes.

  • O Wellington em operação
Wellington B Mk I, 149º Sqn RAF sobre Paris,
durante o exercicio militar do verao de 1939
A participação dos Wellington em combate iniciou-se com as primeiras operações de bombardeamento da RAF sobre território alemão. A 3 de setembro, um grupo de 18 Handley Page Hampden e 8 Vickers Wellington são enviado para atacar navios de guerra alemães fundeados na base naval de Wilhelmshaven, mas sem sucesso devido à falta de visibilidade. No dia seguinte uma nova operação junta uma força de bombardeiros composta por 14 Vickers Wellington dos 9º e 149º esquadrões são enviados para atacar Brunsbuttel e simultaneamente 15 Bristol Blenheim dos 107º e 110º esquadrões são enviados para bombardear a baía de Wilhelmshaven. Neste ataque cinco Blenheim e 3 Wellington são abatidos por Messerschmitt Bf 109 e pela defesa antiaérea tornando-se nas primeiras perdas da RAF da Guerra.

Wellington B Mk II, 104º Sqn RAF, a ser armado
com bombas de 227kg, Norte de Africa, 1942
A partir desse momento as constantes operações em que participam demonstram que o Wellington era o melhor dos três bombardeiros usados ​​pelo Comando de Bombardeiros da RAF, mais rápido e com maior alcance que o Armstrong-Whitworth AW38 Whitley e capaz de transportar uma carga bélica equivalente à do Handley-Page HP.52 Hampden. A consequência desta conclusão foi, até 1941, o aumento das encomendas e do número de esquadrões equipados com o Wellington. Em finais de 1941 o Comando de Bombardeiros da RAF possuía 22 esquadrões equipados com o Wellington agrupados em quatro grupos. Destes esquadrões, quatro eram operados por tripulações de voluntários polacos, dois por australianos, três por canadianos, quatro por tripulações da Nova Zelândia e os restantes por britânicos. 

Na fase inicial dos combates o Comando de Bombardeiros da RAF acreditava poder realizar operações de bombardeamento diurnas com perdas aceitáveis, ​​se os bombardeiros mantivessem uma formação rígida para concentrar o fogo defensivo sobre os atacantes. Porém em breve o rápido aumento das perdas de bombardeiros, deitaria por terra esta crença. 

O culminar deste processo ocorreu em 18 de dezembro de 1939, quando 24 Wellington atacaram alvos navais alemães em Wilhelmshaven. No regresso, foram duramente atacados pela Luftwaffe, que detetara a rota da força britânica com recurso, pela primeira vez ao radar de defesa experimental da Freya. Metade dos Wellington foram destruído e a maior parte dos que regressaram estavam danificados muito para alem da possibilidade de reparação.

Wellington B Mk III, a ser carregado com uma
bomba Blockbuster de 1800 kg
A RAF suspende a partir desta data as operações diurnas da sua força de bombardeiros devido às perdas, consideradas inaceitáveis e aos fracos resultados das operações, situação agravada mais tarde com a queda de França e a perda quase total da força de bombardeiros aí baseada.

O fracasso das táticas da RAF não foi visto como um fracasso do Wellington pois apesar do seu armamento defensivo ter demonstrado ser inadequado e a ausência de tanques de combustível auto-selantes das primeiras variantes ser uma deficiência mortal, isso pôde ser rapidamente resolvido.

As operações do Comando de Bombardeiros da RAF foi retomada em Maio de 1940. Em retaliação ao bombardeamento do Roterdão pelos Alemães em 15 de maio de 1940 o Ministério do Ar Britânico ordena o bombardeamento de alvos alemães a leste do Reno, incluindo instalações industriais, petrolíferas e ferroviárias junto de várias cidades alemãs, incluindo Hamburgo, Bremen, Essen , Duisburg , Düsseldorf e Hanover. Em junho, foram feitos ataques a Dortmund, Mannheim, Frankfurt e Bochum. 

Wellington B Mk X, a ser reabastecido,
Peplow, Shropshire
Estes ataques foram realizados durante a noite, por forças mistas de Wellington, Whitley e Hampden, mas na época, a RAF não possuía o necessário conhecimento técnico de navegação e bombardeio, e a precisão dos ataques foi reduzida causando mais alvoroço entre as populações do que verdadeiros danos aos alvos selecionados.

Alguns destes ataques visavam mais, atingir a moral alemã, do que causar sérios danos ao alvo, como foi o caso do bombardeamento de Berlim na noite de 25 para 26 de agosto de 1940 em que os Wellington tomaram parte.

O Wellington permaneceu a base do Comando de Bombardeiros da RAF até 1942, ano em que Sir Arthur Travers Harris assumiu o cargo de Comandante-em-Chefe. Nesse momento o Comando de Bombardeiros estava sob pressão pois os seus ataques não estavam a ter suficiente impacto sobre as forças alemãs e os recursos da indústria aeronáutica estavam a ser dirigidos para a produção de caças em detrimento da produção de bombardeiros que tinha estagnado. 

A fim de provar o valor e importância da força de bombardeio, Harris prometeu lançar um ataque com 1000 bombardeiros contra um único alvo alemão. Dado que isso era quase o dobro da força operacional do Comando de Bombardeiros na época, esse era um plano muito ambicioso. Constituir uma força com essa dimensão exigia o uso de todas as aeronaves das unidades de reserva e das unidades de instrução, mas Harris conseguiu. Na noite de 30 para 31 de maio de 1942, 599 Wellington forneceram a base do grupo de 1042 bombardeiros que atacaram a cidade alemã de Colónia. Como previsto as defesas alemãs estavam sobrecarregadas, e 898 bombardeiros alegaram ter atingido o alvo. Apenas 40 bombardeiros foram perdidos e no rescaldo da operação Harris conseguiu obter os recursos que necessitava para ampliar a força do Comando de Bombardeiros.

Wellington GR Mark VIII, 38º sqn, RAF a
ser carregado com torpedos RNTF Mk VIII ,maio 1942
Embora o Wellington tivesse ainda sido a mais numerosa das aeronaves utilizadas na operação sobre Colónia, o seu tempo como bombardeiro estratégico na linha de frente aproximava-se do fim, sendo claramente superado em capacidade e alcance pelos, ao tempo menos numerosos quadrimotores, Short Stirling, Handley-Page Halifax, e acima de tudo pelo o Avro Lancaster, que participou no raid, com 68 unidades.

Com o advento dos quadrimotores o Wellington tornou-se rapidamente obsoleto para o Comando de Bombardeiros da RAF. O Wellington B Mk III realizou sua última missão no Comando de Bombardeiros em 8 de outubro de 1943 a ultima variante da versão bombardeiro, o B Mk X, entrou em serviço com do Comando de Bombardeiros no final de 1942, atingindo o seu auge de utilização, em março de 1943, equipando doze esquadrões. No entanto, durante o verão de 1943, até o B Mk X foi substituído por aeronaves mais novas realizando a ultima missão para o Comando de Bombardeiros em 8 de outubro de 1943.

Nos primeiros três anos da guerra, o Wellington foi a aeronave mais importante do Comando de Bombardeiros. Embora a sua eficácia sobre a infraestrutura de guerra alemã possa ser questionada, ele e os outros dois tipos de bombardeiros ao serviço do Comando neste período forçaram os alemães a desviar um número cada vez maior de homens e armas para a defesa da Alemanha, numa época em que eram desesperadamente necessários em outros lugares. 

Wellington GR Mark VIII, 38º sqn, RAF, a porta
da baia em falta era onde estava posicionada
a mira do torpedeador
Ao serviço do Comando de Bombardeiros da RAF o Wellington realizou 47.409 saídas operacionais, transportou e lançou mais de 37.941 toneladas de bombas, tendo perdido 1.332 aeronaves em combate e mais 337 em acidentes.

A unidades de Wellington continuaram em operação até final da Guerra no Comando Costeiro da RAF e noutros teatro de operações, incluindo o Mediterrâneo e frente italiana, o Oriente Médio e o Extremo Oriente, nomeadamente na Birmânia. 

Foi particularmente eficaz neste período ao serviço da South African Air Force (SAAF) na África do Norte, onde também foi utilizada na luta antissubmarina pelo 26º esquadrão da SAAF baseado em Takoradi , Gold Coast (agora Ghana).

Nos teatros do Oriente Médio e do Extremo Oriente as operações, totalizou 524.769 horas de voo.

Os Wellington continuaram em operação para além do fim da Guerra realizando um total de 355.660 horas de voo em missões de instrução de tripulações. As ultimas aeronaves saíram de serviço no inicio da década de 1950, e hoje restam algumas em exibição estática em museus, mas nenhum em condição de voo. 

  • Versões e variantes do Wellington
Wellington B Mk I, as marcas e a camuflagem identificam
a Força Westland durante o exercicio militar no verão de
1939, que envolveu 1300 aeronaves e 60000 homens
A produção do Wellington prolongou-se até 13 de outubro de 1945 tendo sido construídas 11.461 aeronaves em cerca de 16 variantes, que podem ser agrupadas, consoante o tipo de missão a que se destinavam, nas versões bombardeiro (B), patrulha e ataque naval (GR), instrução (T) e transporte (C).

As primeiras 180 unidades construídas em 1938 (150 para a RAF e 30 para a RNZAF), eram bombardeiros, Wellington B Mk I, alimentados por um par de motores Bristol Pegasus de 1050cv, que no início da guerra acabariam por integrar o 75º esquadrão da RAF.

A variante seguinte, Wellington B Mk IA introduziria melhorias nas torres de armas à frente e à retaguarda, substituindo-as por duas Nash & Thomson FN5 e adicionando uma torre ventral retrátil FN25, ao mesmo tempo que introduziu as necessárias adaptações para que a aeronave pudesse utilizar motores Bristol Pegasus ou Rolls-Royce Merlin, consoante a disponibilidade.

O Wellington B Mk IC, a segunda variante mais produzida, introduziu alterações para reduzir a vulnerabilidade da aeronave, removendo a torre ventral FN25, que se mostrara ineficaz, substituindo-a por armas Browning de 7,7mm em montagem flexível em janelas na cintura da fuselagem manobradas por um artilheiro adicional (o numero de tripulantes aumentou para 6). 

Wellington B Mark X, tropicalizado,
420º Sqn, RAF, Norte de Africa, 1943
As variantes B Mk II, B Mk III, B Mk IV,B Mk VI e B Mk X resultaram da utilização de diferentes motores, respectivamente, Rolls-Royce Merlin X, Bristol Hercules III ou XI, Pratt & Whitney Twin Wasp, Rolls-Royce Merlin R6SM, Bristol Hercules VI ou XVI. 

A partir da versão B Mk III, introduzido nas unidades de combate a partir de junho de 1941 o armamento defensivo do Wellington foi melhorado com a substituição da torre FN10 de duas metralhadoras Browning de 7,7mm, por uma FN20 com quatro.

A variante B Mk X, a última e a mais numerosa das variantes do bombardeiro (um total de 3803 aeronaves foram produzidas), começou a ser introduzido nas unidades operacionais a partir de finais de 1942. Possuía motores Hercules VI ou XVI de 1675cv e era mais leve que as anteriores variantes devido ao uso de liga leve em vez de aço. Tinha um maior alcance, mas uma baia de bombas de menor dimensão embora conseguisse ainda transportar uma bomba “blockbuster” de 1800 quilos.

Wellington B Mk.X
As versões do Wellington destinados ao Comando Costeiro da RAF, tinham como função básica o patrulhamento costeiro e ataque antissubmarino. As variantes desta versão, identificadas por GR (General Reconnaissance) eram aeronaves idênticas as variantes B, capacitadas para usar equipamentos de reconhecimento e busca antissubmarino e com capacidade adicional para transporte e lançamento de torpedos ou minas. O Wellington GR Mk VIII era um Mk IC equipado com um holofote antissubmarino “Leigh light”. O GR Mark XII era um B Mk X adaptado ao transporte e lançamento de torpedos, e equipado com um radar ASV Mk III, e o GR Mk XIV poderia adicionalmente transportar foguetes RP-3 sob as asas.

Após a retirada do Wellington do Comando de bombardeiros, um número não identificado de aeronaves, B Mk IA e B Mk IC, foram convertidos em aeronaves de transporte C Mk XV e C Mk XVI respetivamente, com capacidade para 18 tropas aerotransportadas. A conversão consistiu na remoção das torres de armas a na introdução de uma porta de acesso lateral. 

Wellington B Mk.V, protótipo destinado a operar
a altitude extremas - possuia cabine pressurizada
uma arma de controle remoto na cauda
Outras unidades foram convertidas em aeronaves de instrução, T Mk XVII, T Mk XVIII e T Mk XIX, esta última especialmente equipada para instrução de navegação. Foram construídas 80 aeronaves T Mk XVIII, mas a maior parte dos Wellington de instrução resultaram da conversão de bombardeiros, parte delas realizada após o final da Guerra. Após a guerra, os Wellington voaram um total de 355.660 horas em missões de treino de tripulações.

A comprovada versatilidade do Wellington, levou a que, durante a Guerra algumas aeronaves fossem modificadas para executar funções especiais, algumas não passaram de protótipos, mas outra executaram de facto as missões para as quais foram desenvolvidas. 

No primeiro caso podemos identificar o B Mk II, usado para testar uma torre dorsal de grandes dimensões com um canhão Vickers de 40 milímetros, e um outro que terá testado esse mesmo canhão instalado no nariz.

Uma das mais notáveis configurações especiais ​​foram os Wellington DWI modificados (DWI era uma designação sem grande sentido).

Wellington B Mk.VI, destinado a operar a altitude extremas
(identico ao Mk V, com motores Merlin 60)
O Wellington DWI (Directional Wireless Installation) foi uma das variantes mais distintivas a servir durante a segunda guerra mundial, usada para varrer e ativar à distância minas magnéticas Alemãs lançadas pela Luftwaffe em águas costeiras britânicas, e responsáveis por afundar uma quantidade crescente de navios na fase inicial da guerra.

O primeiro Wellington DWI Mk I, uma conversão de um B Mk IA, realizou o primeiro voo em dezembro de 1939, entrando em serviço operacional em janeiro de 1940. As torres foram removidas e recobertas, e um aro de alumínio foi colocado em volta da aeronave, conectado ao nariz através de um suporte e correndo sob as asas para ser conectado à fuselagem traseira. Um motor Ford V8 potenciava um gerador de corrente alternada que era enviada através do arco, produzindo um campo magnético. O Wellington realizava então um voo rasante á superfície da água de forma a que o campo magnético ativasse qualquer mina que existisse na área de varrimento. 

Wellington DWI Mk I, em Ismailia, Egito
Foram convertidas mais três aeronaves nesta configuração pois as missões de varrimento eram em geral executadas por grupos de três para garantir uma boa cobertura da área. Nestas missões a velocidade e altitude eram críticos, as aeronaves tinham que executar o varrimento a baixa velocidade numa faixa de atitude entre os 10 e os 18 metros (mais alta e as minas não seriam ativadas, mais baixa, a aeronave poderia ser atingida pela explosão). 

As aeronaves foram posteriormente atualizadas para DWI Mk II, com a incorporação de cerca de onze alterações, cuja principal foi a substituição do motor do gerador por um mais potente Havilland Gipsy VI. 

Estas aeronaves atuaram nas zonas costeiras Britânicas junto ao Canal da Mancha no Médio Oriente, mas também no Mediterrâneo e Egito.

Houve também, durante a Guerra, alguns Wellington equipados com recetores de rádio para funções equivalentes ao que hoje é designado inteligência eletrônica (ELINT), que se destinavam a localizar os emissores de rádio e radares alemães e que eram também usados ​​como plataformas de contramedidas eletrônicas, para confundir as defesas adversárias e eram ocasionalmente usados ​​para reconhecimento fotográfico noturno, transportando foguetes para iluminar os alvos.

O Wellington foi também frequentemente usado como plataforma de teste de novos motores, tendo sido usado para avaliar vários motores de pistão, os primeiros motores a jato Whittle e, já no pós-guerra, o turboélice Rolls-Royce Dart.

Wellington C Mk XVI, Brooklands Surrey
Os últimos Wellington de instrução foram retirados de serviço em 1953. 

O Wellington nunca adquiriu a reputação do Avro Lancaster, e pelos registros que deixou, não pode ser considerado excelente, foi simplesmente uma aeronave robusta, eficaz e direta, utilizada numa ampla variedade de funções.

Para além de ser o mais numeroso de todos os bombardeiros britânicos da Segunda Guerra, foi também o único dos bombardeiros bimotores da RAF em produção em 1939, que foi fabricado durante todo o conflito (o Bristol Blenheim, Handley-Page Hampden e Armstrong-Whitworth Whitley, tornaram-se rapidamente obsoletos e foram retirados de produção e do combate das linhas da frente logo nos primeiros anos do conflito).
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PORTUGAL
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Tanto quanto se sabe, aterraram de emergência em Portugal 10 Vickers-Armstrong Wellington (8 B Mk Ic, 1 B Mk X e 1 GR Mk XII), mas o que lhes aconteceu é um assunto pouco claro. 

Quase todos estes aviões terão ficado destruídos ou em péssimo estado, ou devido às aterragens de emergência ou por terem sido incendiados pelos próprios tripulantes.

Wellington B Mk X
Uma mensagem do Governo Britânico para a sua Embaixada em Lisboa datada de 30 de Julho de 1943, pede informações sobre diversos aviões da RAF que tinham feito aterragens forçadas em Portugal, entre eles os Wellington com as matrículas HD967, HZ255 e Z9026. Esta mensagem sugeria que teria sido canibalizado o Z9026 para manter os outros dois Wellington em condições de voo. 

Assim, aparentemente, dois Wellington B Mk Ic foram recuperados para condição de voo, e supostamente colocados na Base Aérea N° 2 (BA2), Ota, onde documentos confirmam que um Wellington com a matrícula 180 da Aeronáutica Militar (AM), e com as insígnias nacionais então em uso, terá realizado voos entre Outubro e Novembro de 1945. Apesar de não existirem duvidas quanto à matricula, não deixa de ser estranha a sua atribuição, uma vez que é a mesma que foi atribuída ao penúltimo Avro 626 construído nas Oficinas Gerais de Material Aeronáutico (OGMA).

Estes aviões terão permanecido pouco tempo na BA2, não se sabendo, ao certo, qual o seu destino, presumindo-se que tenham sido desmantelados e transformados em sucata, como era costume na época. Existe também a hipótese de, pelo menos um, ter sido devolvido à RAF.

Texto adaptado de: Adelino Cardoso, "Aeronaves Militares Portuguesas no Século XX"
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FICHA DA AERONAVE
GERAL:
  • ANO DO PRIMEIRO VOO: 1936
  • PAÍS DE ORIGEM:  Reino Unido
  • PRODUÇÃO:  11280
  • PAÍSES OPERADORES: Reino Unido, Austrália, Canadá, Checoslováquia, França, Grécia, Nova Zelândia, Polónia, Portugal, África do Sul
ESPECIFICAÇÕES
  • VARIANTE: B Mk 1C
  • FUNÇÃO: Bombardeiro
  • TRIPULAÇÃO:  6
  • MOTOR:  2 x Bristol Pegasus Mark XVIII
  • PESO VAZIO: 8435 (kg)
  • PESO MÁXIMO NA DESCOLAGEM:  12955 (kg)
  • COMPRIMENTO: 19,69 (m)
  • ENVERGADURA: 26,27 (m)
  • ALTURA: 5,31 (m)
PERFORMANCE
  • VELOCIDADE MÁXIMA:  378 (km/h)
  • RAIO DE COMBATE: 2000 (km)
  • TETO MÁXIMO:  5490  (m)
ARMAMENTO
  • DEFENSIVO: 
6 a 8 x metralhadoras Browning de 7.62mm (2 na torre do nariz, 2 na cintura e 2 ou 4 na torre da cauda)
  • CARGA BÉLICA:
2041 Kg de bombas

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PERFIL
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DESENHOS
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FONTES
REVISÕES E RECURSOS ADICIONAIS
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  • Publicação e Revisões
# Revisto em 2019-04-06 #
# Publicado em 2015-06-15 #
  • Recursos Adicionais
# Produção

Versões e variantes de produção do Vickers Wellington
Versão / Variante
Descrição breve
Qtd.Prod.
Wellington B Mk I
Primeira variante, equipada com motores Pegasus XVIII
181
Wellington B Mk IA
B Mk I com torres de armas Fraser-Nash substituindo as ineficazes Vickers
187
Wellington B Mk IC
Substituição da torre ventral por armas nos lados da fuselagem
2685
Wellington B Mk II
Variante com motores Merlin X
401
Wellington B Mk III
Variante com motores Hercules XI, e torre da retaguarda com 4 armas
1519
Wellington B Mk IV
Variante com motores Twin Wasp Pratt & Whitney R-1830-S3C4-G
220
Wellington Mk VII
Protótipo com motores Merlin XX
1
Wellington B Mk X
Bombardeiro com motores Hercules VI ou XVI
3803
Wellington B Mk V
Bombardeiro para alta altitude com motores Hercules VIII
3
Wellington B Mk VI
Bombardeiro para alta altitude com motores Merlin 60
64
Wellington GR Mk VIII
Variante de guerra antissubmarina com radar ASV II, baseada no B Mk.IC
394
Wellington GR Mk XI
Variante de guerra antissubmarina com radar ASV II, baseada no B Mk.X
180
Wellington GR Mk XII
Variante de guerra antissubmarina com radar ASV III, baseada no B Mk.X
58
Wellington GR Mk XIII
GR.XI com motores  Hercules XVII
844
Wellington GR Mk XIV
GR.XII com motores Hercules XVII
841
Wellington C Mk XV
Conversão de B Mk IA para transporte de tropas (até 18 homens)
-
Wellington C Mk XVI
Conversão de B Mk IC para transporte de tropas
-
Wellington T Mk XVII
Conversões para instrução de operadores de radar de interceção
-
Wellington T Mk XVIII
Conversões para instrução de operadores de radio e navegadores
80
Wellington T Mk XIX
Conversões para instrução de B.Mk X
-
Wellington T Mk 10
Conversões pós-guerra de B. Mk.X, em aviões de instrução
-


# Vickers Wellington em operação


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