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Morane-Saulnier Tipo N, I e V

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A Primeira Guerra Mundial iniciou-se a 28 de julho de 1914, e apesar do reconhecimento aéreo ter tido um papel importante logo no inicio da "guerra de manobras" de 1914, especialmente ao ajudar os aliados a interromper a invasão alemã da França, o primeiro combate aéreo com uma aeronave armada com uma arma fixa na fuselagem só ocorreria em 1 de abril de 1915, quando um piloto francês chamado Roland Garros abateu um avião alemão, com a metralhadora do seu Morane-Saulnier tipo N, montada para disparar através do arco da hélice em funcionamento.
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Ano
1914
Pais de Origem
França
Função
Caça
Variante
Tipo N
Tripulação
1
Motor
1 x motor radial rotativo Le Rhône 9C de 80cv
Peso (Kg)
Vazio
188
Máximo
444

Dimensões (m)
Comprimento
5,83
Envergadura
8,15
Altura
2,25

Performance (Km)
Velocidade Máxima
164
Teto Máximo
2000
Raio de ação

Armamento
1 x metralhadora Hotchkiss de 8mm, ou Lewis de 7.7mm ou Vickers de 7.7mm


Países operadores
França, Reino Unido, Russia
Fontes

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GALERIA
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Morane-Saulnier tipo N
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Morane-Saulnier tipo I
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MS N do 60º Sqn. RFC, 1916
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Morane-Saulnier tipo N
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MS N Escadrille 23, Somme-Vesle, 1915
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MS N de Roland Garros, 1915
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HISTÓRIA
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O Morane-Saulnier tipo N, era uma aeronave de aspeto revolucionário para a época, tinha tido a sua apresentação pública numa feira de aeronáutica realizada em Aspern, Viena, entre 21 e 28 de junho de 1914, onde voou com sucesso moderado às mãos do famoso piloto francês Roland Garros. Este avião representava uma tentativa de alcançar o mesmo desempenho do contemporâneo Deperdussin Monocoque (naquela época a aeronave mais avançada do mundo), mas com uma construção muito mais simples. 

Morane-Saulnier tipo N (Protótipo)
A aeronave era alimentada por um motor rotativo Le Rhône 9C de 80cv e tinha como característica bastante peculiar e distintiva o enorme cone (spinner) na hélice apelidado de “la casserole”. Originalmente o cone deixava apenas uma pequena abertura anular insuficiente para refrigerar o motor, por isso o cone foi posteriormente reduzido para resolver o problemas do arrefecimento do motor.

Como muitas outras aeronaves de sua época, não dispunha de áreas de controlo horizontais móveis (ailerons), sendo o controlo lateral realizado por recurso à torção das asas.

Era um monoplano com a estrutura das asas e fuselagem totalmente em madeira revestidos de tecido. A secção transversal da fuselagem era oval com a parte dianteira onde se encontrava o motor revestida em folha de alumínio. As asas de perfil fino eram formadas por duas longarinas, e suportadas por tirantes ligados a mastros na parte inferior e superior da fuselagem, com os quais era também realizado a torção das asas para controlo lateral da aeronave.

Morane-Saulnier tipo N de Eugène Gilbert, 1915
As superfícies de controlo da empenagem não eram perfiladas e os estabilizadores horizontais eram um conjunto flutuante sem partes móveis.

Como a maioria das aeronaves Morane-Saulnier, o trem de aterragem tinha uma estrutura em M quando visto de frente.

Era uma aeronave de aspeto limpo e racional, com uma forma que se assemelhava a uma lágrima, que lhe valeu o apelido de Bullet pelo qual ficou conhecido entre os britânicos do Royal Flying Corp (RFC).

Em documentos oficiais a aeronave era designado como MS.6C1, mas eram vulgarmente conhecida como Morane-Saulnier "Monocoque", embora a sua construção não o fosse (Monocoque, é atualmente o termo que designa um tipo de projeto estrutural no qual a cobertura, ou revestimento, é responsável pelo suporte estrutural do objeto).

Morane-Saulnier tipo N do Royal Flying Corp (RFC)
Com o advento da Guerra, o tipo N recebeu uma metralhadora Hotchkiss de 7,9 milímetros fixa na fuselagem com disparo frontal através do arco da hélice, mas não sincronizada. Raymond Saulnier sabia que com uma metralhadora na fuselagem de um avião disparando através do arco da hélice o tornaria numa excelente arma, porém existia um problema, havia uma boa probabilidade de a hélice ser atingida pelos próprios disparos e por isso, para a proteger adaptou pequenas cunhas de aço na parte de trás das pás da hélice (sistema concebido por Roland Garros), na esperança que estas desviassem os projeteis que a atingissem (só algum tempo depois surgiriam os mecanismos de sincronização das armas com a hélice resolvendo definitivamente este problema).

MS Tipo I de Ivan Smirnov, 19º regimento
de caças Russo, 1916
No inicio de abril de 1915, o primeiro tipo N apareceu na Frente pilotada por Eugène Gilbert. Embora tivesse uma aparência moderna, limpa e inovadora era difícil de pilotar devido a uma combinação de controlo lateral pesada e deficiente, causada pelo uso da torção da asa em vez de ailerons, e uma velocidade de aterragem demasiado elevada, que tornava a manobra bastante perigosa. Apesar de tudo isso o avião ganhou popularidade entre os pilotos. 

O maior utilizador deste tipo terá sido o Royal Flying Corps britânico, que recebeu 27 aeronaves em 1916, armadas com uma metralhadora de 7.7 mm Lewis. Os russos também receberam algumas aeronaves em 1916, uma das quais foi pilotada pelo ás russo Ivan Smirnov.

A produção total do tipo Morane-Saulnier tipo N não terá ultrapassado as 49 aeronaves.

Em 1916, surgiu uma versão com um motor Le Rhône 9J de 110 cv sob a designação de tipo I. Parece que deste tipo apenas terão usados operacionalmente pelos franceses um ou dois aviões, mas os britânicos receberam pelo menos quatro e os russos também receberam algumas aeronaves (em 1 de abril de 1917 são relatadas dezoito aeronaves deste tipo ao serviço do destacamento de caça XIX, russo em Lutsk, comando por A.Kazakov. Eles foram a última aeronave operacional deste tipo e alguns deles ainda sobreviveram à revolução de outubro. Armamento mais comum instalado nestas aeronaves era uma metralhadora Lewis ou Vickers sincronizada com engrenagem de sincronização Alkan ou Vickers-Challenger.
Instalação da metralhadora Hotchkiss no
Morane Saulnier tipo N

A última variante do projeto básico foi o tipo V, que apareceu também em 1916. Esta versão dispunha de uma capacidade de combustível muito maior, que exigiu uma grande reformulação da sua estrutura, mas que, permitiu aumentar a sua autonomia de voo de 1,5 para as 3,5 horas. É duvidoso se os aviões foram utilizados pelas tropas francesas ou russas, mas os britânicos encomendaram doze aeronaves a maioria das quais armadas com uma metralhadora de Vickers sincronizada.

Em 1917, os céus eram dominados pelos muito manobráveis biplanos, e o tipo N foi rapidamente ultrapassado tornando-se obsoleto.  

DESENHOS
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PERFIL
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FONTES
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Airwar.ru
Ram-home.com
Ctie.monash.edu.au
David C Cooke, The Planes They Flew in World War I, 1969

VER TAMBÉM
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