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O Bristol Beaufort foi um bombardeiro-torpedeiro britânico projetado e desenvolvido pela Bristol Aeroplane Company a partir da experiência adquirida com o projeto e construção anterior do bombardeiro ligeiro Blenheim, em resposta a duas especificações do Ministério do Ar emitidos em 1935. A M.15/35 para um bombardeiro-torpedeiro e a G.24/35 para um bombardeiro apto a realizar operações de patrulha e reconhecimento. Os Beaufort entraram inicialmente ao serviço do Comando Costeiro da RAF e, em seguida, da Royal Navy no ano de 1940. Foram usados como torpedeiros, bombardeiros convencionais e lança minas até 1942, altura em que foram retirados de serviço operacional passando a ser usados para instrução até ser abatido ao serviço em 1945.
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Ano
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1938
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Pais de Origem
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Reino Unido
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Função
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Bombardeiro-torpedeiro
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Variante
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Mk I
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Tripulação
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4
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Motor
| 2 x Bristol Taurus II, III, VI, XII ou XVI | |||||
Peso (Kg)
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Vazio
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5945
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Máximo
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9629
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Dimensões (m)
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Comprimento
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13,46
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Envergadura
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17,63
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Altura
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4,34
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Performance (Km)
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Velocidade Máxima
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420
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Teto Máximo
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5030
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Raio de ação
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2600
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Armamento
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4 x metralhadoras Vickers GO de 7,7 mm (duas no nariz e duas na torre dorsal), algumas aeronaves dispunham de 3 metralhadora do mesmo calibre adicionais (1 num blister dentro da fuselagem e 2 numa nacele por baixo do nariz);
até 454 kg de bombas ou minas, ou1 torpedo Mk XII de 728 kg, ou 1 mina de 681 kg | |||||
Países operadores
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Reino Unido, Austrália
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Fontes
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GALERIA
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HISTÓRIA
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Foram produzidos um total de 1.013 Beaufort Mk I com motor Taurus, e 167 Beaufort Mk II com motor Pratt & Whitney.
Na impossibilidade de importar os motores Taurus os DAP Beaufort seriam equipados com motores Pratt & Whitney Twin Wasp, produzidos localmente em New South Wales pela General Motors-Holden Ltd, ou importados dos EUA.
#Revisto em 26-07-2016#
O Beaufort foi desenvolvido pela Bristol (designado internamente como Tipo 152) para atender às especificações do Ministério da Ar M.I5/35, para um torpedeiro bimotor baseado em terra e G.24/35 para um bombardeiro apto a realizar operações de patrulha e reconhecimento.
Beaufort 1º prototipo, RAF Northolt ,1939 |
Competindo diretamente com o Blackburn Botha, a Bristol, num passo sem precedentes do Ministério do Ar, recebeu em 1936 uma encomenda para 320 aeronaves oficialmente designadas por Beaufot, com o projeto ainda no papel (esta acção relacionava-se com compromissos anteriormente assumidos com o Bristl Blenheim).
O primeiro protótipo ficou concluido em Filton, em meados de 1938.
A aeronave era semelhante em muitos aspetos ao Blenheim, tinha no entanto maior envergadura e a fuselagem era também mais cumprida, com um nariz mais longo para acomodar um quarto tripulante. A baía de bombas era maior que a do Blenheim, projetada para abrigar um torpedo ou transportar uma maior carga de bombas. A estrutura básica, embora semelhante ao Blenheim, introduziu aperfeiçoamentos, principalmente ao nível da estrutura tendo resultado numa estrutura geral mais leve. Os motores Bristol Mercury foram considerados insuficientes e por isso foram substituído pelo mais poderoso, Bristol Perseus, que, no entanto se mostrou insuficiente sendo substituído pelo Bristol Taurus.
Beaufort Mk I, RAF, 51º Operational Training Unit |
De imediato nos primeiros testes ainda em terra os motores Taurus revelaram problemas de sobreaquecimento. A Bristol improvisou algumas soluções para o problema nomeadamente, alterações na caranagem dos motores que atrazaram o primeiro voo, que só aconteceria em 15 de outubro de 1938. Por outro lado as portas do trem de aterragem semelhantes as do Blenheim provocavam instabilidade nas aterragem e por isso foram modificadas deixando parte dos pneus expostos após a retracção do trem. Os problemas com o motor Taurus do Beaufort Mk I nunca chegariam a ser solucionados levando a que a aeronave fosse construida com sucessivas versões do motor, nenhuma delas satisfatória. Cnsequentemente o Beaufort Mk II seria equipado com o motor radial Pratt & Whitney R-1830 Twin-Wasp cujas dimensões eram semelhantes ao Taurus mas eram mais leves, e permitindo melhorar o desempenho da aeronave, ainda que marginalmente.
Beaufort Mk II |
O armamento defensivo do Beaufort, 4 metralhadoras Vickers ou Browning de 7,7 mm (2 no nariz e 2 na torre dorsal), foi considerado inadequado desde início e as aterações feitas nunca foram consideradas satisfatórias.
Foram produzidos um total de 1.013 Beaufort Mk I com motor Taurus, e 167 Beaufort Mk II com motor Pratt & Whitney.
O ultimo Beaufort de fabrico britânico que saiu da fábrica Bristol Banwell em 25 de novembro de 1944, era já destinado exclusivamente a instrução um T.Mk.II, uma vez que a aeronave por esta altura já fora substituida na generalidades dos teatros de operações.
Embora tivesse sido usado na Europa como torpedeiro nomeadamente no ataque aos navios de guerra Scharnhorst e Gneisenau, ancorados no porto de Brest, o Beaufort foi mais frequentemente usado no teatro europeu como bombardeiro e com muito pouco sucesso o que conduziria a sua rapida substituição e transferencia das unidades existentes para teatros de menor relevância e exigência, nomeadamente o Mediterrâneo. A operação final dos Beaufort antes de serem transferidos foi um ataque contra o cruzador pesado Prinz Eugen, que foi um total fracasso.
Os Beaufort no Mediterrâneo, tinham esquadrões baseados no Egito e em Malta onde operavam sobre as linhas de fornecimento alemãs contribuindo o corte dos fornecimentos alemães ao Afrikakorps de Rommel no norte da África, que em ultima análise conduziram a derrota alemã naquele teatro de guerra.
Beaufort Mk I, RAF, 217ºEsquadrão |
Quando o projeto do Beaufort começara a amadurecer, o Governo australiano ciente das necessidades de defesa da Austrália e Singapura escolheu o Beaufort para avião de reconhecimento geral, tendo solicitado em julho de 1939, 180 aeronaves que seriam produzidas localmente sob licença, tendo apenas sido importadas 6 células do Reino Unido. A variantes australianas do Beaufort Seriam construidas na fabrica da DAP (Department of Aircraft Production) em Melbourne, e mais tarde numa 2ª fabrica em New South Wales, ficariam conhecidas por DAP Beaufort.
Beaufort Mk VI, RAAF |
O primeiro Beaufort australiano voou em 05 de maio de 1941, saindo da linha de produção a partir de agosto. No total, seriam fabricados na Australia cerca de 700 Beauforts em seis séries, até agosto de 1944, quando a produção mudou para o Beaufighter.
Durante a Guerra do Pacífico, o Beaufort desempenhou um papel vital para a RAAF. Com os Estados Unidos incapaz de fornecer muitos aviões á Austrália, o DAP Beaufort tornou-se um dos pilares da RAAF durante 1941 a 1944. Equipou 19 esquadrões da RAAF e desempenhou um papel importante na zona oeste do Pacífico Sul, como patrulha marítima, aeronave de ataque e bombardeiro-torpedeiro.
Num balanço final o Beaufort voou mais horas em missões de instrução e treino do que em missões operacionais de combate e foram perdidos mais aeronaves devido a acidentes e falhas mecânicas do que devido ao fogo inimigo, no entanto, o Beaufort deixaria como herança o caça pesado de longo alcance com muito maior sucesso que ele próprio, o Bristol Beaufighter.
Num balanço final o Beaufort voou mais horas em missões de instrução e treino do que em missões operacionais de combate e foram perdidos mais aeronaves devido a acidentes e falhas mecânicas do que devido ao fogo inimigo, no entanto, o Beaufort deixaria como herança o caça pesado de longo alcance com muito maior sucesso que ele próprio, o Bristol Beaufighter.
#Revisto em 26-07-2016#
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Bristol Beaufort na Australia - 1941