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GALERIA
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HISTÓRIA
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Numa reviravolta irónica o excelente desempenho do N1K1, apesar do seu flutuador volumoso e pesado, foi reconhecido pela marinha japonesa, que solicitou uma versão terrestre da aeronave.
A avaliação dos protótipos pela marinha, demonstraram que a aeronave era superior ao Mitsubishi A6M Zero e ao Mitsubishi J2M Raiden, em velocidade em alcance de combate. Como resultado foi ordenada a produção da aeronave identificada como N1K1-J (o J indicava tratar-se de uma modificação de um hidroavião, para uma aeronave baseada em terra).
Kawanishi N1K1 Kyofu |
Ao contrario do A6M Zero, o Shiden foi capaz de combater de igual para igual com os melhores caças americanos do final da Guerra como o F6F Hellcat, o F4U Corsair e o P-51 Mustang. Porém apesar das suas excelentes capacidades, esta aeronave ao entrar em reduzido número e tardiamente em combate e não foi capaz de afetar significativamente o rumo da Guerra.
O primeiro protótipo do N1K1 equipado com um par de hélices contra-rotativas fez o seu vôo inaugural em 6 de maio de 1942. Os elevados problemas das hélices contra-rotativas, fez com que a solução fosse abandonada no segundo protótipo, que teria uma única hélice impulsionada pelo motor Mitsubishi Kasei, mais poderoso. Como esperado o poderoso motor produzia um elevado torque na água, tornando a aeronave difícil controlar nas descolagens e aterragens. Em contrapartida o comportamento do N1K em voo era bastante bom, pelo que foi ordenada a produção como hidroavião de caça para a marinha, designado por N1K1 Kyofu.
A produção foi iniciada na primavera de 1943, mas por esta altura os japoneses estavam já na defensiva, pelo que a necessidade de uma aeronave como o N1K1 deixara de existir. Somente 97 aeronaves seriam construídas até março de 1944. O N1K2 a equipar com o motor mais poderoso Mitsubishi Kasei MK4R 23 de 1900cv nunca foi construído.
O N1K1 apenas foi usado em combate no Bornéu, onde estava baseado em Balikpapan, e durante a defesa do Japão, onde serviu no Otsu Kokutai juntamente com os Nakajima A6M2-N a partir de uma base no Lago Biwa.
N1K1 Kyofu Desmantelados numa base naval
Japonesa após a Guerra
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A primeira versão terrestre voou em 27 de dezembro de 1942, equipado com um motor radial Nakajima NK9A Homare 21 pais poderoso que o Mitsubishi MK4C Kasei 13 do N1K1. A aeronave mantinha a asa em posição média e a grande hélice características dos hidroaviões, o que exigiu um trem de aterragem particularmente longo.
Uma das suas características únicas e inovadoras foi a adopção de “flaps de combate” automáticos que se ajustavam automaticamente em função da aceleração e da viragem, libertando o piloto de ter que efetuar estes ajustes manualmente. Porém, o avião nas mão de pilotos pouco experientes poderia ser traiçoeiro, pois uma exigência excessiva da capacidade de manobra da aeronave poderia faze-la entrar num parafuso irrecuperável. Por outo lado o motor Nakajima Homare, tinha entrado em produção antes estar suficientemente desenvolvido, tornando-se problemático. Outro problema foi que, a fraca resistência térmica das rodas, conduzia com frequência à falha total do trem de aterragem. Apesar destes problemas o programa de testes de vôo mostrou que a aeronave era promissora.
N1K2 J Shiden Kai |
O N1K1-J Shiden Model 11 foi o primeiro modelo de produção, era equipado com um motor Homare 21 de 1990cv e armado com duas metralhadoras frontais de 7.7 mm Type 97 e dois canhões de 20 mm Type 99 nas asas.
O N1K1-Ja Shiden Model 11A estava armado apenas com quarto canhões de 20 mm Type nas asas, sendo os N1K1-Jb e N1K1-Jc as versões caça bombardeiros que podiam transportar bombas de 250Kg (a versão “b” podia transportar duas e a “c” quatro).
O N1K1-J foi usado muito eficazmente sobre a Formosa, Filipinas e mais tarde em Okinawa.
Apenas seriam produzidos 1007 aeronaves antes que a produção fosse transferida para o melhor N1K2-J.
Pormenor dos instrumentos do N1K2-J |
Apenas quatro dias após o primeiro teste de voo do Shiden, foi iniciada uma completa revisão ao projeto, de que resultaria o N1K2-J. A revisão incidiu fundamentalmente na eliminação das deficiências do N1K1-J, principalmente ao nível da asa e trem de pouso. As asas foram movidas para uma posição baixa, que permitiu o uso do trem de pouso convencional, mais curto, a fuselagem foi alongada, e a cauda redesenhada. A aeronave resultante mantinha pouco mais de um terço das partes do N1K1-J, mas a sua produção foi simplificada, como forma de aumentar a velocidade de produção e possibilitar o uso de materiais não-críticos. O N1K2-J era também mais leve em cerca de 250 Kg, mais rápido e mais confiável do que a versão anterior do N1K1. O motor Homare foi mantido, por falta de alternativas, apesar de seus problemas de confiabilidade não terem sido totalmente corrigidos.
O protótipo voou pela primeira vez em 1 de janeiro de 1944 e, depois de completar os testes de ensaios da marinha, foi ordenada a produção do N1K2-J designado de "Shiden-Kai" (Kai de modificação permanente).
A aeronave desenvolvia uma elevada velocidade, e tinha uma excelente agilidade, característica dos caças japoneses. Estava armado com quatro canhões de 20 mm nas asas que demonstraram ser bastante eficazes.
O N1K2-J Shiden KAI Model 21 foi a versão caça, de produção baseado no N1K1-Jb, com motor Nakajima Homare 21.
N1K4 J Shiden Kai (Presumivelmente) |
O N1K2-Ja Shiden KAI Model 21A foi a versão caça bombardeiro, com capacidade para transportar quarto bombas de 250Kg.
Alguns N1K-J foram convertidos numa versão de instrução de dois lugares designado por N1K2-K Shiden Kai Rensen.
Outra variantes foram desenvolvidas algumas das quais com protótipos, mas nenhuma chegou a fase de produção.
O N1K2-J entrou ao serviço no inicio de 1944 e provou ser altamente eficaz contra os caças americanos contemporâneos tornando-se um dos poucos caças japoneses capazes de enfrentar os melhores caças americanos, incluindo F6F Hellcat e F4U Corsair. Como um intercetor de bombardeiros, o N1K2-J foi menos bem sucedido, prejudicado por uma baixa taxa de subida e um menor desempenho do motor em altitude.
N1K2 J Shiden Kai do às Naoshi Kanno, no aerodromo de Omura, maio de 1945 |
Porém dificuldades de produção motivadas pela organização inadequada e os danos causados por ataques de B-29 Superfortress às fábricas japonesas reduziram a produção do N1K2-J a apenas 406 unidades. Por conseguinte, as poucas unidades de N1K2-J foram distribuídas por unidades de elite como o 301º esquadrão de caças do 343º Grupo Aéro Naval (343º Kokutai), baseado no aeródromo de Matsuyama, e composto pelos mais experientes pilotos japoneses sobreviventes.
Nos inúmeros confrontos com as aeronaves americanas do final da Guerra o Shiden, especialmente a versão Kai, provou ser um caça capaz, com uma grande combinação de poder de fogo, agilidade e uma estrutura robusta. O 343º Kokutai equipado com o Shiden Kai, manteve-se operacional até que as perdas esmagadoras na unidade levaram a sua extinção em 14 de agosto de 1945, quando o Imperador ordenou a rendição.
N1K2 J Shiden Kai restaurado no National Museum of the USAF |
Atualmente existem pelo menos três N1K2-J Shiden Kai em museus americanos, um no National Museum of Naval Aviation em Pensacola,Florida, um segundo N1K2-Ja versão caça-bombardeiro no National Museum of the USAF, na base aérea de Wright-Patterson em Dayton, Ohio e o terceiro, amplamente restaurado com partes de três outras aeronaves, em exposição no National Air and Space Museum's Steven F. Udvar-Hazy Center.
Um autêntico Shiden-Kai do 343º Kokutai está em exibição num museu local em Shikoku, no Japão. A aeronave danificada foi recuperada do fundo do mar, na década de 1970, sendo identificada como pertencente ao 343º Kokutai, desaparecida a 24 de julho de 1945 após ter sido danificada em combate, e o seu piloto (nunca encontrado), te conseguido fazer uma amaragem nas águas do canal de Bungo.
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