.
.
.
|
O Fokker D.XXI foi um caça projetado em 1935 pela Fokker para a Aviação do Exercito Real das Índias Orientais Holandesas, atual território da Indonésia, (Militaire Luchtvaart van het Koninklijk Nederlands-Indisch Leger, ML-KNIL).
Foi concebido como uma aeronave de baixo custo, pequena, mas robusta, mas que ainda assim apresentava um desempenho respeitável para a época tendo entrado em operações de combate ao serviço do Grupo de Aviação do Exército Holandês e da Força Aérea da Finlândia nos primeiros anos da Segunda Guerra Mundial.
Apesar de produzida em pequenas quantidades e não ter tido grande visibilidade em combate ficaria no entanto conhecido, até certo ponto, como um símbolo da participação da aviação holandesa na Segunda Guerra Mundial.
| |||||
.
.
|
Ano
|
1936
| ||||
Pais de Origem
|
Holanda
| |||||
Função
|
Caça
| |||||
Variante
|
D.XXI-3
| |||||
Tripulação
|
1
| |||||
Motor
| ||||||
Peso (Kg)
|
Vazio
|
1594
| ||||
Máximo
|
1970
| |||||
Dimensões (m)
|
Comprimento
|
8,20
| ||||
Envergadura
|
11,00
| |||||
Altura
|
2,92
| |||||
Performance (Km)
|
Velocidade Máxima
|
460
| ||||
Teto Máximo
|
11350
| |||||
Raio de ação
|
930
| |||||
Armamento
| 4 × metralhadoras Vickers de 7.7 mm | |||||
Países operadores
|
Holanda, Dinamarca, Finlândia
| |||||
Fontes
|
.
GALERIA
| ||
.
HISTÓRIA
|
.
Fokker D.XXI, prótotipo |
O Desenvolvimento do Fokker D.XXI teve inicio no verão de
1935 em resposta a um requerimento técnico da Aviação do Exercito Real
das Índias Orientais Holandesas, para um caça de baixo custo com
características peculiares, que lhe permitissem operar na colonia Holandesa em
missões também elas com características especiais. O caça destinava-se a
realizar a cobertura aérea de um vasto território coberto por uma densa
vegetação, em que a possibilidade de confronto com o inimigo era escassa. O
foco no projeto foi dado a necessidade de operar em aeródromos improvisados,
mal equipados e com fraca capacidade de dar manutenção às aeronaves. A aeronave
teria por isso que ter além do baixo custo, grande robustez, elevada fiabilidade,
e fácil manutenção.
A equipa de engenheiros da Fokker liderada por E. Shatsky
optou por um projeto de construção mista, uma combinação de tubos de aço, ligas
leves, madeira, compensada e de lona, numa abordagem de construção um simples,
barata e confiável, porque a maioria das soluções tecnológicas e de engenharia já
tinham anteriormente sido testadas com sucesso.
Fokker D.XXI-3 da FA Finlandesa |
A aeronave teria obviamente um desempenho inferior ao caças
modernos contemporâneos como o Polikarpov I-16, o Messerschmitt Bf 109 ou
o Hawker Hurricane, no entanto E. Shatsky optou por um design moderno, um
monoplano de asa baixa cantilever com forma trapezoidal e pontas das asas arredondadas (mas com uma
pequena carga na asa 126,5 kg / m²), uma cabina completamente fechada aquecida com ar quente, e uma hélice de passo
variável (que acabaria por não ser implementada). Em oposição a estas
características modernas, para o trem de aterragem optou-se por uma solução
fixa com as rodas cobertas por carenagem em forma de gota, uma vez que o trem
retrátil não teria um efeito significativo sobre o desempenho mas aumentaria
consideravelmente o peso a complexidade de construção e o preço da aeronave.
O D.XXI seria compatível com o uso de praticamente qualquer
motor radial pode de 600 a 1100 litros,
como o Rolls-Royce Kestrel IV, Bristol Mercury VI-S de 645cv, o Bristol Perseus
X, o Wright R-1820 Ciclone, o Pratt & Whitney Wasp Junior Twin, entre
outros. Qualquer destes motores era capacitado para mover uma hélice de três
pás de passo ajustavel.
Fokker D.XXI-2, 4LeLv 24,FA Finlandesa, 1939 |
De forma semelhante a aeronave poderia receber uma ampla
gama de armamentos. A versão “Colonial” seria equipada com três metralhadoras FN-Browning M-Sv de 7,92 mm, uma na fuselagem
(com 500 tiros) e duas nas asas as (com 300 tiros cada), mas podia ser adaptado
para diferentes combinações de duas a quatro armas de 7,92mm a 12,7mm ou mesmo
o canhão de 20mm "Madsen" ou
"Oerlikon".Estava também prevista a instalação de equipamento de rádio. Com estas possibilidades associadas as restantes
características, a Fokker pretendia capacitar o projeto para exportação
respondendo as exigências e necessidades de pequenos países com poucos
recursos.
O primeiro protótipo D.XXI identificado por FD-322, com
especificações destinadas às exigências da Aviação do Exercito Real das Índias
Orientais Holandesas foi concluído em fevereiro de 1936, com motor Bristol Mercury VI-S de
645cv e uma hélice de metal de duas pás e realizou o primeiro voo a em 27 de
março, no aeroporto de Eindhoven Velshap.
O caça mostrou-se bastante manobrável, estável, agradável de
voar com dados de voo a ultrapassarem todas as exigências inicialmente
colocadas. No entanto, o principal cliente de repente mudou seus
planos. O Ministério das Colónias mudou a estratégia de defesa
considerando que em vez de uma rede de caças espalhados pelas colonias, seria
mais eficaz para defesa possuir um grupo de bombardeiros capazes de realizar
ataques preventivos. Suspendeu por isso a compra dos caças em favor da aquisição
de bombardeiros médios de construção americana Martin B-10.
Fokker D.XXI-2, FA Holendesa |
O Fokker XXI foi então oferecido para equipar os esquadrões
de caça estacionados na Holanda. Após alguma oposição inicial, a 24 de novembro, 1936, o Ministério da Defesa Holandês
concordou por à prova o único protótipo existente em testes que decorreram
entre novembro de 1936 e janeiro de 1937.
Como resultado, a empresa recebeu uma lista de requisitos
para D.XXI cujo principal foi o aumento da velocidade para pelo menos 450 km/h
entre outros, todos considerados de fácil solução. Satisfeitas a exigências a força aérea holandesa (Luchtvaartafdeeling)
concordou adotar o Fokker D.XXI, e no verão de 1937 encomendou 36 Fokker D.XXI-2
com motor radial Bristol Mercury VII ou VIII .
No mesmo ano, sete Fokker D.XXI-3 com motor Mercury VIII
foram encomendados pela Força Aérea Finlandesa, e foi concluído um acordo de
produção sob licença na Finlândia para 93 aeronaves que seriam construídas
entre 1938 e 1944. Destes, os primeiros 38 com motor Mercury foram concluídas
em 1938, mais 50 (D.XXI-4) foram construídos até 1941 com motor Pratt & Whitney Twin Wasp Júnior SB4-C,
adquiridos no ano anterior. Um lote final de cinco Fokker D.XXI-5 com
motor Bristol Pegasus foram construídos
em 1944. Os Fokker D.XXI finlandeses tinham todos quatro metralhadoras montadas
nas asas, em vez de duas na fuselagem e duas nas asas.
A Fokker vendeu 10 D.XXI-1 á Dinamarca e mais 10 foram
construídos na Fabrica de Aviões do Exército Real, em Copenhague. Ester
dispunham de um motor Bristol Mercury
VI-S e eram armados com um canhão de 20 milímetros Madsen numa carenagem por baixo de cada asa.
Fokker XXI-3, FA Finlandesa, |
Também a Espanha Republicana adquiriu uma licença para a construção
na Fábrica de Carmoli do Fokker D.XXI,
porém a fabrica terá sido tomada pelas forças nacionalistas antes que qualquer
aeronave tenha sido concluida.
Enquanto isso, na Holanda o primeiro Fokker D.XXI-2 fora
entregue a força aérea e voado pela primeira vez em 20 de Julho de 1938, e a última das 36
aeronaves de produção fora entregue em 08 de setembro de 1939. No momento da invasão dos Países Baixos pela Alemanha em 10
de maio 1940 a Força Aérea Holandesa tinha 36 Fokker D.XXI-2 , porém apenas 28
se encontravam operacionais, divididos em três grupos localizados, em De Kooy perto de Den Helder, em Schiphol,
perto de Amesterdão e em Ypenburg
Airpark, perto de Roterdão.
A capacidade de manobra dos caças holandeses permitiu-lhes
oporem-se com relativo sucesso à Luftwaffe nos primeiros cinco dias de
combates, porém acabariam esmagados pela superioridade numérica alemã. A sua
maior vitória ocorreria a 10 de maio, quando os Fokker D.XXI holandeses
destruíram 37 de uma formação de 55 Junkers Ju 5 /3m, que avançavam sobre o
espaço aéreo holandês.
Fokker XXI-3, 3LeLv 24, FA Finlandesa, com ski tipo snowshoe |
No inicio da Guerrade Inverno, a Finlândia tinha 33 caças Fokker XXI-3 operacionais, que
operavam juntamente com outras aeronaves como os biplanos Bristol Bulldog. Durante
a guerra foram adquiridas novos caças mas, o Fokker suportou a principal
responsabilidade pelo controlo do espaço aéreo finlandês contra as incursões
russas. Os seus principais alvos eram os bombardeiros Tupolev SB-2 e Ilyushin DB-3, muitos
deles abatidos ou capturados, mas tinham frequentemente que defrontar os caças
russos mais modernos Polikarpov I-15 e Polikarpov
I-16. Os Fokker reclamaram ter abatido 127 aeronaves tendo perdido
apenas nove e cinco pilotos. Uma façanha ficou para a história dos recordes
quando a seis de janeiro de 1940 o Capitão JormaSarvanto abateu com o seu Fokker em apenas quatro minutos seis bombardeiros
russos Ilyushin DB-3.
Quando foi assinado o tratado de paz deMoscovo, em 12 de março de 1940, (final da Guerra do Inverno), 29 Fokker
D.XXI, estavam ainda operacionais. Construíram posteriormente mais 50
aeronaves, que já estavam operacionais quando a URSS recomeçou as hostilidades
em junho de 1941 (Guerra da Continuação). Por esta altura a Força Aérea
Finlandesa dispunha já de caças mais modernos pelo que os Fokker D.XXI foram
utilizados principalmente em missões de reconhecimento, mas mesmo assim
abateram cerca de 60 aeronaves inimigas durante toda a guerra. No final da
guerra alguns dos D.XXI estavam ainda operacionais e assim se mantiveram por
alguns anos, até que finalmente foram retirados de serviço em 1948.
Fokker D.XXI, restaurado com as cores da FA Holandesa |
A maior parte dos Fokker D.XXI finlandeses operavam durante
o inverno com um trem de aterragem tipo "snowshoe" que lhes permitiam
aterrar e decolar em campos gelados.
Os 10 Fokker D.XXI Dinamarqueses, que na primavera de 1940,
estavam baseados na base aérea de Faerloze, perto de Copenhaga, foram todos
destruídos no solo durante os primeiros minutos do ataque alemão em 09 de
abril (OperaçãoWeserübung ).
Hoje em dia, há apenas um Fokker D.XXI sobrevive
encontrando-se em exposição estática na Holanda no Luchtvaart Museum Militaire na base aérea de
Soesterberg. Ele é um avião de construção finlandesa, pintado com as cores
da Força Aérea Holandesa.
DESENHOS
|
PERFIL
|
FONTES
|
VER TAMBÉM
|
.