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| O Focke-Wulf Fw 189 foi um avião alemão de reconhecimento, apoio e caça noturno durante a Segunda Guerra Mundial. Fabricado pela Focke-Wulf, atendia uma requisição da Luftwaffe, para um aparelho que pudesse substituir os antigos biplanos de reconhecimento. O modelo era dotado de uma célula central quase toda envidraçada, que possibilitava uma visão total dos ocupantes, facilitando as missões de reconhecimento. Recebeu da Luftwaffe o apelido de "Uhu" (Coruja), mas por causa de sua célula central envidraçada, a imprensa alemã apelidou-o de "Fliegende auge" (Olho voador). Foram fabricados no total 864 aviões em várias versões, que operaram durante toda guerra. | |||||
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Ano
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1938
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Pais de Origem
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Alemanha
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Função
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Reconhecimento
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Variante
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Fw 189 A-1
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Tripulação
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3
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Motor
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2 x Argus As 410, 342 kW
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Peso (Kg)
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Vazio
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2680
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Máximo
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3950
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Dimensões (m)
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Comprimento
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12
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Envergadura
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18,4
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Altura
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3,7
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Performance (Km)
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Velocidade Máxima
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357
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Teto Máximo
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8400
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Raio de ação
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670
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Armamento
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Países operadores
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Alemanha, Bulgaria, Hungria, Noruega, Roménia, Eslováquia
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Fontes
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GALERIA
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HISTÓRIA
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Fw 189A-1 |
Em meados dos anos 30, enquanto a tecnologia da aviação fazia rápidos progressos, a aeronave padrão de reconhecimento da recém criada Luftwaffe era o Heinkel He 46, um biplano com revestimento de tecido que muito lembrava os aviões da I Guerra Mundial. Seu substituto, que fez o primeiro vôo no outono de 1936, foi o Henschel Hs 126, um monoplano de fuselagem de metal entrelaçado. Mas mesmo o Hs126 poderia ser visto como uma solução temporária, embora ele tenha prestado bons serviços nos primeiros anos da II Guerra Mundial.
Em fevereiro de 1937, o Ministério da Aeronáutica lançou as especificações para uma aeronave mais moderna, com capacidade para três tripulantes, visibilidade completa e alta performance. Em resposta surgiram uma proposta convencional, o Arado Ar198, outra mais revolucionária, o Focke-Wulf Fw 189 que possuía uma célula central quase que completamente envidraçada, dois motores e duas caudas geminadas, e um terceiro projeto mais radical, de autoria da Hambuger Flugzeugbau, o Blohm & Voss Bv 141, que possuía o motor e fuselagem de um lado e de outro o cockpit em uma montagem completamente assimétrica.
Célula central |
Os oficiais conservadores deram preferência, a princípio, ao projeto mais convencional da Arado, acreditando que inovações fossem mais propensas à falhas e de difícil produção. Contudo, gradualmente, começaram a perceber as vantagens de um cockpit completamente envidraçado, que também possibilitava o aumento do campo de tiro para o armamento defensivo. Mais ainda, os projectistas da Focke-Wulf, liderados por Kurt Tank e por E. Kosel, ressaltaram a possibilidade de que, alterando-se a nacela central, o projeto poderia se prestar a outras funções. Sugeriram, por exemplo, uma versão de um único tripulante, para ataque ao solo, com um cockpit pequeno e fortemente blindado, além de versões de transporte leve para evacuação de feridos.
Cone da retaguarda (Modelos iniciais) |
O Bv 141 estava destinado a nunca entrar em produção, embora sua primeira versão tenha voado bem. Do mesmo modo, o Arado, inicialmente o favorito, viu-se preterido principalmente pelo fato de que seu protótipo ter sido um completo fracasso quanto à manobrabilidade e performance, em contraste, o Fw 189 que provou ser uma excelente aeronave em todos os aspetos. O V-1 (o primeiro protótipo) foi pilotado pelo próprio Kurt Tank em julho de 1938, que o apelidou de "Eule" (Coruja), embora a Luftwaffe, mais tarde, o denominasse "Uhu" (Coruja de Rapina) e a imprensa oficial lhe chamasse de "Fliegende Auge" (Olho Voador).
Se excluirmos a configuração da cauda geminada, o Fw189 era um avião bastante convencional. A estrutura completamente metálica era construída tiras tensionadas e rebitadas no exterior rebites de baixo relevo para reduzir o arrasto aerodinâmico. A asa compreendia uma estrutura central retangular e painéis destacáveis que se curvavam na parte traseira da asa e eram presas no bordo de ataque. A aeronave tinha revestimento metálico, excetuando os ailerons e os flaps compostos de três seções acionados eletricamente que eram cobertos com tecido, tal como a cauda.
Vista frontal |
Cada trem de pouso tinha uma estrutura em forma de "H" com dois amortecedores e hastes longas, como era típico das demais aeronaves da Focke-Wulf, era accionado hidráulicamente, ficando recolhido num compartimento sob a asa, fechado por um par de pequenas comportas. A boquilha também era recolhida, dobrando-se à esquerda para ser armazenada na parte traseira da cauda, entre os dois lemes. Nas aterragens (sempre abaixo de 160Km/h), o trem dianteiro era descido hidraulicamente, enquanto a boquilha descia por ação da gravidade.
A aeronave era movida por dois (embora o Fw189 pudesse voar com apenas um) motores Argus As410A-1 de doze cilindros montados em "V" invertido refrigerados a ar. Estes motores, suaves a 3.100 rpm, suportavam facilmente o inverno russo, demonstrando ser bastante confiáveis mesmo em condições climáticas extremas. Cada motor era alimentado a partir de um tanque de combustível de 110 litros situado atrás do compartimento do trem de pouso. O primeiro protótipo dispunha de hélices fixas mas, a partir do V3, todos os Fw 189 tinham hélices Argus de passo variável, sendo regulado automaticamente pelo cone com oito estrias situado à frente do "spinner".
Cone de cauda do Fw 189A-2 com a metralhadora MG81Z
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A célula central envidraçada pouco mudou desde o primeiro protótipo até o fim da produção.
Basicamente era uma estrutura com armação metálica, quase que completamente coberta com painéis de Plexiglas, planos, à exceção daqueles situados no teto e no cone da parte traseira do cockpit. O acesso à nacela situava-se entre a fuselagem e o motor, em cada lado. O piloto sentava bem à frente e à esquerda do cockpit, com os pedais de comando projetando-se do piso. Quase todos os controles essenciais ficavam à sua esquerda, enquanto o soquete para o cabo do radio transmissor ficava no centro do teto do cockpit, e os instrumentos de vôo ficavam em uma linha através da frente da cabina, pouco acima da linha dos olhos.
Suportes ETC50/VIIId |
Na parte traseira da fuselagem, na posição horizontal, ficava um acolchoado onde o artilheiro de ré ficava deitado. Curiosamente, esse terceiro tripulante era denominado mecânico de bordo, embora houvesse pouco que ele pudesse realmente fazer a não ser ficar de olhos abertos em caso de serem intercetados pela retaguarda. O manuseio do rádio, que o terceiro homem poderia realizar, era tarefa para o sobrecarregado piloto-navegador.
O protótipo V1 diferia do modelo “A” de produção apenas em alguns detalhes como a hélice (como já foi descrito) e o trem de MG17 nas raízes das asas, disparando para a frente e três MG15, situadas, respetivamente, no nariz, no dorso superior da cabina e cone traseiro. Além disso, ele possuía quatro suportes ETC50/VIIId para bombas de 50kg.
O V2, que voou apenas um mês mais tarde, era armado com duas metralhadoras
Após mais alguns protótipos, o modelo de pré-produção Fw189A-0 estava com sua configuração completamente definida no início de 1939 mas, por essa altura o Oberkommando der Luftwaffe (OLK), concluía não haver necessidade no imediato de substituir os Hs 126 que se mostravam satisfatórios na função de reconhecimento.
Fw 189C V-6 |
Por volta da mesma época, durante a Blitzkrieg da Wehrmacht em direção à França, Bélgica e Holanda, as deficiências do Henschel Hs126 tornaram-se evidentes, foi dado ordem à Focke-Wulf para prosseguir a produção da aeronave para além da primeira série depois do excelente desempenho na avaliação feita pelo Aufklarungstaffel (Staffel de Reconhecimento), com o agora chamado Fw 189A-1.
O Fw189A-1 diferia em apenas alguns detalhes do quarto protótipo, desses o principal foi a retirada da metralhadora MG17 do nariz do avião, mantendo-se o restante armamento. Em missões de reconhecimento eram utilizadas câmaras Rb 20/30 ou alternativamente, as Rb 15/18, Rb 21/18, Rb 50/30 além das HK-12.5 ou HK-19. Outros equipamentos incluíam o rádio FuG 25, o rádio teleguia G4 e cartuchos de sinalização.
Fw 189C V-6 (Vista Frontal) |
O Fw189A-3, produzido em pequenas quantidades, foi uma versão de treino com comandos duplos, foi feita a partir de alguns A-0 e A-1 convertidos para esse fim.
No final de 1942, um pequeno número de aeronaves foi configurada na versão A-4, destinada ao papel de ataque ao solo e reconhecimento, e equipada com blindagem extra e com a substituição das MG 17 das asas por canhões MG FF de 20mm.
Dois A-1 foram convertidos em transportes pessoais do Generalfeldmarschall Albert Kesselring e do General Hans Jeschonnek.
O Fw 189B-1 foi a versão de instrução de cinco lugares,da qual foram construídas 10 aeronaves.
Fw 189A caça noturno com radar FuG 212 e canhão MG 151 montado obliquamente |
Algumas aeronaves foram equipadas, para o teatro de operações do norte da África, com kits de sobrevivência e filtros de areia nas entradas de ar.
Cerca de 30 Fw 189A-1 foram convertidos para uma versão de caça noturno, servindo com o I/NJG 100 e com a NJG 5 ambos atuando na frente oriental. A conversão envolvia a remoção do equipamento de reconhecimento e a adição do radar de bordo FuG 212 Lichtenstein C-1, e a instalação da sua antena quadrupla na parte dianteira da fuselagem. Por fim, as MG81Z geminadas disparando à ré foram removidas, substituídas por MG151 (ou MG151/20) disparando obliquamente para cima, no arranjo conhecido como "Schräge Musik".
Embora alguns aviões fossem entregues ao 9H/LG2 ainda em 1940, o Fw 189 raramente foi visto em unidades da linha de frente até 1942.
Fw 189A-2 construido na SNCASO |
Com a fabrica da Focke-Wulf sobrecarregada, devido a produção do caça Fw 190, parte da produção do Fw 189 foi inicialmente transferida para a Aero, situada em Praga Vysocany, no então chamado protetorado da Boémia. Ao longo do ano de 1941, a fábrica checa entregou 151 Fw 189, a que se acresceram as 99 aeronaves feitas pela Focke-Wulf em Bremen.
Com a invasão da URSS, iniciada e, 22.06.1941, tornaram-se necessários um maior número de Fw 189 e, como boa parte da indústria aeronáutica francesa ficou sob controlo da Focke-Wulf, a produção desta aeronave foi transferido para a França.
Fw 189A-2, Estalingrado, 1943 |
A fábrica da Breguet, em Bayonne, produzia as partes exteriores da asa, enquanto a maioria das outras partes eram feitas pela SNCASO, incluindo a seção central e o cockpit. A montagem e testes de voo eram efetuados em Bordeaux-Mérignac.
As fábricas de Bremen e de Praga encerraram a produção em 1943, mas o complexo francês manteve a produção até janeiro de 1944. No total, até 1944 foram produzidas 864 aeronaves incluindo os protótipos.
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