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Caudron tipo G foi uma família de biplanos franceses, desenhados por René e Gaston Caudron, amplamente utilizados durante a primeira guerra mundial em funções de reconhecimento, bombardeamento e instrução.
No inicio da primeira guerra mundial, o monomotor Caudron G.3, uma adaptação para fins militares do Caudron G.2, foi amplamente usado como avião de reconhecimento, no entanto a rápida evolução da aviação levaria ao desenvolvimento de um bimotor (o primeiro bimotor da história da aviação a ser largamente produzido), o Caudron G.4, construído a partir de 1915, e inicialmente usado como um bombardeiro, e avião de reconhecimento capaz de chegar ao interior da Alemanha. Seria relegado para operações noturnas e instrução, assim que a Deutsche Luftstreitkräfte (precursora da Luftwaffe) se desenvolveu como uma eficaz força de combate tornando o G.4 um alvo fácil para os seus caças.
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Ano
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1913
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Pais de Origem
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França
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Função
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Reconhecimento
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Variante
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G.3
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Tripulação
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2
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Motor
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1 x motor radial Le Rhône 9C
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Peso (Kg)
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Vazio
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420
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Máximo
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710
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Dimensões (m)
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Comprimento
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6,40
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Envergadura
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13,40
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Altura
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2,50
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Performance (Km)
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Velocidade Máxima
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106
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Teto Máximo (m)
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4300
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Raio de ação
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200
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Armamento
| Geralmente nenhum, opcionalmente, uma metralhadora ligeira e bombas de mão | |||||
Países operadores
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Argentina, Austrália, Bélgica, Brasil, Colômbia, Dinamarca, El Salvador, Estados Unidos, Finlândia, França, Grécia, Italia, Japão, Peru, Polónia, Portugal, Reino Unido, Roménia, Rússia, Sérvia, Taiwan e Venezuela
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Fontes
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GALERIA
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HISTÓRIA
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Em 1912, os irmãos René e Gaston Caudron construíram um pequeno biplano, com um motor radial rotativo Gnome Monosoupape de 80cv que designaram por Caudron G.2.
Caudron G.2 |
Como consequência do interesse dos militares pelo G.2, os irmãos Caudron construíram uma aeronave aperfeiçoada que designaram por Caudron G.3 e que realizou o primeiro voo em maio de 1914. Embora semelhante ao seu antecessor o G.3 era mais robusto, possuía um motor Le Rhône 9C com 80cv (ou Clerget), fixo ao nariz de uma gondola central de maiores dimensões para poder alojar o segundo tripulante em tandem.
Caudron G.3 em 1914 |
Apesar do Caudron G.3 ser um eficiente e fiável avião de reconhecimento, era incapaz de transportar uma carga útil de bombas, e era ao mesmo tempo difícil de equipar com armamento defensivo devido ao espaço limitado da gondola central onde se colocava o piloto e o observador. Afim de ultrapassar essas limitações os irmão Caudron decidiram desenvolver um bimotor baseado no G.3.
Caudron G.4 com motores Clerget |
Simultaneamente a potência adicional facultada pelos dois motores permitia o transporte de cerca da 100Kg de bombas.
Caudron G.4, pormenor da gôndola central |
Em meados de 1916 os irmãos Caudron confiaram ao seu projetista-chefe Paul Deville, o desenvolvimento do G.4 baseando-se nas experiências até então adquiridas. O Caudron G.6, como foi designado, combinava as asa e motores do G.4 com uma fuselagem completa convencional em vez da gondola central e as vigas a ligar a empenagem às asas. O primeiro voo com sucesso ocorreu em junho de 1916, após o que foi iniciada a produção em série.
No total seriam construídos em França, 1358 Caudron G.4, mais 51 em Itália e 12 no Reino Unido, e 512 Caudron G.6.
Caudron G.4 em voo |
Caudron G.6 |
O G.6 foi adotada por unidades aéreas de observação e o reconhecimento aéreo do exército francês a partir de 1917 em missões de cooperação com as forças terrestres, informando sobre o deslocamento das forças inimigas e orientando a artilharia na frente ocidental, até ao ano, de 1918 .
EM PORTUGAL
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Durante o ano de 1916 Portugal adquiriu seis Caudron G.3 destinados à Aeronáutica Militar (AM), que os colocou na Escola de Aeronáutica Militar (EAM) em Vila Nova da Rainha.
PMA Caudron G.3 |
Em 1920 é extinta a EAM de Vila Nova da Rainha, substituída pela Escola Militar de Aviação (EMA), instalada na Granja do Marquês em Sintra, para onde os Caudron G.3 foram transferidos passando a ostentar uma faixa azul - a cor da EMA - pintada em diagonal na fuselagem, com o algarismo da matrícula sobreposto, ao mesmo tempo, foi adoptada a 'Cruz de Cristo' como insígnia militar - por iniciativa do Comandante do Grupo de Esquadrilhas de Aviação República, da Amadora (em substituição dos círculos verdes e vermelhos anteriores).
Em 1921, os seis Caudron G.3 originais foram destacados para Angola, reforçando o Grupo de Esquadrilhas de Aviação de Angola (GEAA). Foi num deles que o piloto Emílio de Carvalho, acompanhado do mecânico Américo Rodrigues, realizou um voo que ficou conhecido como o Circuito ao Norte de Angola, ligando pela primeira vez pelo ar Luanda, Ambriz, Ambrizete e Santo António do Zaire, com regresso pelo mesmo trajeto, feito realizado entre 13 e 28 de Setembro de 1924.
Beneficiando do ambiente na época, fértil em factos promissores para o desenvolvimento aeronáutico português, o Parque de Material Aeronáutico (PMA), situado em Alverca, (hoje, OGMA - Oficinas Gerais de Material Aeronáutico), criado em julho de 1918 ao abrigo da reorganização do Serviço Aeronáutico Militar, constrói entre 1922 e 1924, com a assistência de técnicos franceses 50 aviões Caudron G.3.
Os primeiros Caudron G.3 construídos em Portugal (por vezes referidos por PMA-Caudron G.3) usavam a torção das asas para controlo de voo, tal como as aeronaves originárias de França, porém, os últimos eram já equipados com ailerons.
Em 1925 a EMA utilizava 14 Caudron G.3 na instrução básica de pilotos, que, prova da sua excecional resistência e facilidade de pilotagem, foram utilizados com êxito, até 1933.
Um dos nove bimotores Caudron G-4, aquiridos por Sacadura Cabral em França nos finais de 1917 |
A escolha recaiu nos bimotores Caudron G.4, dos quais foram adquiridos nove que chegaram a Portugal em 1918 e depois de alguns vos de experiências na Escola de Aeronáutica Militar (EAM) em Vila Nova da Rainha, foram embarcados no navio «Quelimane», que largou de Lisboa no dia 1 de Setembro de 1918 rumo a Angola, onde chegaram a 18 de Setembro.
As aeronaves, embaladas em enormes caixotes, seriam transportadas através das picadas do sertão e das vertentes da Serra da Chela, até ao planalto de Huíla, local escolhido para a instalação da Esquadrilha Expedicionária de Angola (EEA), onde chegariam seis meses depois. No entanto a Guerra terminou antes de estar instalada a esquadrilha, e por isso a EEA perdeu o interesse operacional, que era a vigilância da fronteira sul de Angola.
Para além disso depois de devidamente instalada em Huíla, os primeiros tempos da EEA não foram auspiciosos, com um incêndio que destruiu parte do material de voo e das instalações, seguido do acidente com o primeiro voo de ensaio durante o qual uma avaria à descolagem obrigou a uma aterragem de emergência, provocando ligeiros ferimentos no piloto e graves danos materiais.
Em 1921, a EEA é extinta e é criado o Grupo de Esquadrilhas do Huambo, para onde foi transferido todo o pessoal e material, e no ano seguinte, os Caudron G.4 foram substituídos por Caudron G.3 e Breguet Br14 A2, sendo abatidos ao serviço em 1923.
Como facto histórico regista-se que os Caudron G.4 foram os primeiros bimotores a voar com as cores nacionais e, os primeiros aviões a voar em Angola, de igual modo, os PMA Caudron G.3, foram as primeiras aeronaves construídas em Portugal.
DESENHOS
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PERFIL
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FONTES
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VER TAMBÉM
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- Voo de um modelo de um Caudron G.4