Ling-Temco-Vought A-7 Corsair II

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A-7 Corsair II é um avião de ataque mono reator, asa alta, com capacidade para operar a partir de porta-aviões ou bases terrestres, desenvolvido e fabricado pela Ling-Temco-Vought a partir da década de 1960. A sua conceção foi baseada no caça de superioridade aérea da US Navy Vought F-8 Crusader operado desde a década de 1950, e a sua produção, entre 1955 e 1984 atingiria as 1355 unidades. 
Teria uma vida operacional longa de cerca de 49 anos, ao serviço da US Navy e USAF entre 1966 e 1991, da Força Aérea Portuguesa de 1980 a 1999 e da Força Aérea Grega ente 1975 e 2014. Ao serviço das forças Norte Americanas os A-7 tiveram um amplo uso operacional na Guerra do Vietname e posteriormente participaram em várias operações militares Norte Americanas, durante a década de 1980, em Granada, Líbano (1983), Líbia (1986) e no Iraque em 1990 nas operações Desert Shield e Desert Storm.
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GALERIA

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A-7A, no USS Saratoga, 1972
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A-7B
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A-7D
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A.7C
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A-7E
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TA-7H









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HISTÓRIA
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Na década de 1960, a US Navy lançou um concurso para uma aeronave de ataque destinada a substituir o Douglas A-4 (A4D) Skyhawk, que oferecesse maior capacidade de carga bélica e um maior raio de combate. Os estudos iniciais focaram-se num avião supersónico, mas gradualmente percebeu-se que o desempenho supersónico era problemático para uma aeronave de ataque de baixa altitude com carga bélica em suportes externos, e por isso em 1963 o requisito foi alterado passando a especificar uma aeronave subsónica, monolugar, alimentada por um turbojato Pratt & Whitney TF30, armada com um canhão de 20mm, uma capacidade de carga bélica máxima de 5.535 quilogramas e um raio de combate de 1.110 km, e capacidade para operar em todos os climas (ainda que com algumas limitações).

Três construtores, a Grumman, a North American, e a Vought (mais precisamente Ling-Temco-Vought ou LTV após várias fusões ocorridas em 1961), apresentaram projetos a concurso. A Grumman apresentou um conceito baseado no seu A-6 Intruder, e a North American apresentou um projeto derivado do seu FJ-4 Fury (ele próprio um derivado do F-86 Sabre). No entanto a proposta da Ling-Temco-Vought (LTV) seria declarada pela US Navy, vencedora do concurso em março de 1964, e contratada para a construção de três protótipos do caça de ataque A-7.

O projeto apresentado pela LTV (V-463), tinha começado como um derivado do seu caça supersónico F-8 Crusander, mas as exigências à nova função tinham-no tornado no projeto de uma aeronave virtualmente nova embora permanecessem algumas semelhanças com o F-8. 

  • A-7A e A-7B
O primeiro dos três protótipos A-7A (por vezes incorretamente referidos por YA-7A) realizou o seu voo inaugural em setembro de 1965, quatro semanas antes do previsto, e as primeiras entregas à US Navy de aeronaves de produção começaram em outubro de 1966, tendo formalmente atingido o estatuto de operacional em fevereiro de 1967 no esquadrão VA-147.

A-7A, na catapulta do USS Ranger
No final do ano as primeira unidades do A-7A entravam em combate no Vietname, tendo oficialmente sido designado por Corsair II, em honra do famoso caça da segunda guerra mundial, Vought F4U Corsair (na realidade deveria ser Corsair III, pois antes do F4U, no período pré Guerra existiu outro, o Vought O2U Corsair, um biplano produzindo da década de 1920). Na realidade em campo o nome oficial era pouco usado pois o A-7 era frequentemente conhecido por SLUF "Short Little Ugly Fella".

O A-7A era muito semelhante a um F-8 Crusader com a fuselagem encurtada, dispondo (pelo menos inicialmente) do mesmo armamento fixo, composto por dois canhões Colt Mk 12 de 20 milímetros com 250 cartuchos cada, um de cada lado da grande tomada de ar para o motor por baixo do nariz. A semelhança era no entanto superficial pois enquanto que o F-8 tinha asas com ângulo de incidência variável, e um motor tubojato com pós-combustão Pratt & Whitney J57, o A-7 tinha maior envergadura, asas fixas mais grossas para se obter maior capacidade de combustível e um bordo de ataque com "dogtooth", a partir do qual as pontas se dobravam hidraulicamente para cima, e um motor turbojato sem pós-combustor Pratt & Whitney TF30-P-6 que produzia um empuxo de 50.47 kN.

A sua construção era convencional, mas dispunha de blindagem em torno da cabine e sistemas vitais da aeronave para melhorar capacidade de sobrevivência, inicialmente composta por placas de aço e alumínio, e nas versões posteriores por placas de carboneto de boro, mais leves. Dispunha também de sistemas hidráulicos redundantes para garantir que a aeronave conseguia manter-se operacional mesmo depois de sofrer danos, e o revestimento tinha cerca de 50% da área composta por painéis de acesso aos sistemas internos para facilitar a manutenção.

A-7B a bordo do CV-14 USS Ticonderoga em 1968
O A-7A tinha um trem de aterragem triciclo, com duas rodas e engrenagem capaz de absorver fortes choques no nariz que retraia para a frente, e uma roda em cada um dos trens principais sob a fuselagem que recolhiam para dentro desta. Sob a fuselagem da retaguarda dispunha de um gancho para aterragem em porta-aviões. 

A carga bélica, que podia atingir os 6800 quilos, era transportada em três suportes externos sob as asas todos eles capazes de transportar tanques de combustível suplementares, os mais frequentemente usados com capacidade para 1135 litros. Em ambos os lados da fuselagem atrás da cabina e por baixo das asas um outro suporte era usado para transportar usualmente um AIM-9 Sidewinder para auto defesa em combate aéreo. Na prática raramente era usada a capacidade máxima de carga do A-7, sendo mais frequentemente usada uma configuração de transporte de 12 bombas Mk 82 de 225 quilos ou duas de 720 quilos, muito longe da sua capacidade máxima.

O piloto sentava-se num assento ejetor McDonnell Douglas ESCAPAC 1C2 por baixo de uma canópia com abertura tipo concha para a retaguarda, reforçado para resistir a impactos de aves e projeteis. Do lado direito do cockpit situava-se uma sonda de reabastecimento que rodava para o exterior e o acesso do piloto à cabina era feito pelo lado esquerdo usando uma escada retrátil e estribos. 

A-7A, VA-93, no USS Midway, 1970
O conjunto de aviónicos incluía um radar de terreno (TRF -Terrain-Following Radar) Texas Instruments AN/APQ-116 , instalado no nariz por cima da entrada de ar para o motor, integrado ao sistema de navegação digital ILAAS (Integrated Light Attack Aircraft System), que fornecia informação ao computador de tiro digital que possibilitou a largada precisa de bombas a uma maior distância, melhorando consideravelmente a capacidade de sobrevivência em comparação com plataformas mais rápidas, como o McDonnell Douglas F-4 Phantom II . Foi a primeira aeronave dos EUA a dispor de um ter uma HUD (Head-Up Display) moderno, concretamente produzido pela Marconi - Elliott, um instrumento padrão que exibia informações como direção, ângulo de ataque, velocidade, altitude da aeronave, projetados num mapa que mostrava com precisão a posição da aeronave em duas escalas diferentes.

O grande problema identificado na aeronave foi a potência insuficiente do motor Pratt & Whitney TF30-P-6 que equipava o A-7A e por isso após terem sido construídas 199 células, a produção transitou para o padrão A-7B idêntico ao seu antecessor mas com um motor TF30-P-8, que produzia 54,3 kN, posteriormente atualizado para o padrão TF30-P-408 através de um kit de atualização que permitiu aumentar a potência para 59.6 kN.

Foram construídos 196 A-7B, ao mesmo tempo que era projetada uma versão de dois lugares A-7C que no entanto não chegaria a ser produzida embora o conceito fosse mais tarde retomado.

  • A-7D , A-7C e A-7E
A USAF não tinha inicialmente participado na aquisição dos A-7, no entanto três dos seus pilotos tinham sido colocados na implantação inicial dos A-7A a bordo do USS Ranger em dezembro de 1967.

Um dos YA-7D
Baseando-se nessa experiência a USAF pretendeu adquirir o A-7, mas equipado com motores mais potentes sugerindo o Allison TF41 (Rolls-Royce Spey construído sob licença nos EUA). Consequentemente a primeira versão da USAF, o A-7D, seria equipada com um Allison TF41-A-1 com 64,5 kN de empuxo, e realizaria o voo inicial em setembro de 1978. O TF41 era, para além de mais potente, segundo algumas fontes mais confiável do que o TF30.

Para além disso a USAF acrescentou à aeronave outros requisitos como, um soquete para reabastecimento atrás do cockpit, substituindo a sonda de reabastecimento das variantes da Marinha; um único canhão General Electric M61A1 Vulcan de seis canos em substituição dos dois canhões Colt Mark 12; um melhorado conjunto de aviónicos composto por um radar de terreno multimodo AN/APQ-126, um novo HUD (Head-Up Display) e computador digital e um sistema de bombardeamento de precisão NWDS (Navigation & Weapons Delivery System); um melhorado assento ejetor, travões antiderrapantes e um sistema pirotécnico de auto iniciação do motor (as versões da Marinha exigiam equipamento externo de ar comprimido para iniciarem) foram também incluídos.

A-7D
A USAF contratou a construção de dois protótipos YA-7D que foram concluidos com motores  TF30-P-6, tendo o primero realizado o voo inaugural em abril de 1968. O primeiro A-7D com motor Allison TF41 (Spey) voaria em setembro desse mesmo ano. 

Um total de 459 A-7D foram construídos a partir de 1972, tendo inicialmente sido colocados na Tailândia a partir de onde realizavam operações sobre o Vietname, substituindo os Douglas A-1 Skyraider no apoio aéreo próximo às forças americanas e participando nas operações de bombardeamento Linebacker e Linebacker II sobre o Vietname do Norte.

A US Navy apreciou as características do A-7 da USAF nomeadamente o novo motor, o canhão e a aviónica melhorada e por isso pretendeu adquirir um equivalente para seu uso, que designaria por A-7E. Este teria as características do A-7D, mas manteria a sonda de abastecimento das versões da marinha, os aviónicos de ataque teriam pequenas adaptações às suas necessidades específicas e o motor seria o TF41-A-2 motor com 66,7 kN de empuxo.

Porém o fornecimento dos motores sofreu atrasos e as primeiras 67 células da encomenda foram equipadas com motor TF30-PW-408 e para evitar confusão estas aeronaves foram designadas por A-7C (nomenclatura não usada até aí). Estas aeronaves entraram ao serviço em finais de 1969. 

A produção transitou para o A-7E assim que os motores TF41 ficaram disponíveis, tendo sido construídas 535 aeronaves (a versão mais numerosa do A-7) que começaram a entrar ao serviço operacional em maio de 1970.
  • TA-7C e YA-7F
TA-7C, VA-174, Dallas, 1988
A ideia de um A-7 de dois lugares para instrução renasceu na US Navy após o fim da Guerra do Vietname, muito tempo após a LTV ter realizado a conversão do primeiro A-7E ainda em 1972. A fuselagem fora esticada cerca de 82 centímetros para acomodar um segundo lugar colocado numa posição mais elevada para dar o instrutor de voo uma visão melhor, ficando ambos sob uma canópia também alongada com abertura articulada para a direita. O primeiro voo da aeronave modificada foi realizado em agosto de 1972 e nos anos seguintes foi usada para voos de demonstração até a LTV conseguir um contrato para modificar 24 A-7B e 36 A-7C (A-7E com motor TF30-P-408) para aquelas especificações, que passariam a ser designados por TA - 7C.

O primeiro TA-7C realizou seu voo inaugural em dezembro de 1976, tendo as entregas à US Navy começado em janeiro de 1977. 

A partir de 1982, oito TA-7C foram modificados para atuar como agressor eletrônico, sendo para o efeito equipados com sistemas capazes de simular plataformas de ataque eletrônico soviético. Estas aeronaves receberam a designação de EA-7L, sendo o primeiro entregue à US Navy em 1983. 

A USAF também gostou da ideia de um A-7 de dos lugares e em 1979 contratou a LTV para transformarem um A-7D para aquela configuração, ao que se segui a aquisição de 30 aeronaves de construção nova, inicialmente designados por TA-7D mas logo designados por A-7K. A entrega destas aeronaves, que mantinham a total capacidade de combate do A-7D, foram entregues entre 1981 e 1984 à Guarda Nacional (ANG). 

YA-7F em voo
Em 1985 em resposta a um pedido da USAF para uma aeronave de Apoio Aéreo Próximo (CAS) e Interdição Aérea (BAI), como potencial substituto do A-10, a LTV apresentou um projeto formal para um A-7 supersónico e melhorado. Em resposta a USAF contratou em 1987 a modificação de dois A-7D para as novas especificações. 

Inicialmente designados por A-7 Plus e posteriormente como YA-7F, as duas aeronaves foram esticadas em 1,2 metros para poderem ser equipadas com um motor P&W F100-PW-200 com pós combustor, capaz de produzir um empuxo de 71.2 kN, receberam uma empenagem de maiores dimensões 

As máquinas modificadas também foram equipadas com um conjunto de cauda maior, e uma extensão da raiz das asas, sendo previsto que as aeronaves de serie fossem equipadas com um avançado conjunto de aviónicos e sistemas de controlo.

O primeiro YA-7F realizou o voo inaugural de novembro de 1989, e o segundo na primavera de 1990 e com o plano de testes realizado com sucesso a US Navy e a USAF consideraram proceder à atualização dos seus A-7 da para esta nova especificação, porém as mudanças resultantes do fim da guerra fria acabaram por ditar o fim do programa.

  • Versões de exportação A-7H e A-7P
Durante as décadas de 1970 e 1980, o A-7 foi exportado ainda que de forma modesta para a Grécia e para Portugal, e foi oferecido a outros países como a Suíça e o Paquistão mas nestes casos sem sucesso.

TA-7H Grego  em Fairford (UK), 2005 
Os gregos foram os primeiros utilizadores estrangeiros e os únicos que adquiriram aeronaves novas. A versão A-7H construída para a Força Aérea Helénica era muito ao A-7D e o primeiro de 60 aeronaves voou pela primeira vez em maio de 1975. Além destas foram igualmente adquiridas pela Grécia mais cinco TA-7H de dois. Os A-7 Gregos tinham como função primária o ataque mas desempenhavam também o papel de defesa aérea com misseis AAM Sidewinder. Na década de 1990 a Grécia adquiriu dos excedentes da US Navy mais 36 A-7E e TA-7C, tendo mantido a sua frota em operação até 2014. 

Na década de 1980 Portugal adquiriu 44 A-7P e 6 TA-7P, destinados a funções de defesa marítima e defesa aérea. Estas aeronaves eram células A-7A excedentárias da US Navy, modernizadas segundo as especificações da FAP (Força Aérea Portuguesa) com motor TF30-P-408 e um novo conjunto de aviónicos semelhantes ao A-7E., mas mantendo os canhões gémeos de 20 milímetros originais. 

A-7P da FAP, na BA5 em Monte Real
O A-7P serviu em Portugal durante longo tempo na função de defesa usando para o efeito misseis AAM Sidewinder, e no papel de ataque carregavam bombas, e misseis ASM Maverick, e para auto defesa dispunham de contramedidas defensivas RWR e dispensadores de chaff-flare além de casulos AN/ALQ-131

O outro utilizador externo do A-7 foi a Marinha Real da Tailândia que em 1995 adquiriu 20 A-7E e TA-7C.

A produção de A-7 ascendeu a 1352 unidades excluindo os três protótipos (196 A-7A, 459 A-7D, 535 A-7E, 67 A-7C, 60 TA-7C, 30 TA-7K, 60 A-7H e 5 TA-7H)

  • História operational
O A-7A entrou em combate pela primeira vez em de dezembro de 1967, a partir do porta-aviões USS RANGER para realizar um ataque ao Vietname do Norte. A partir daí os A-7A mantiveram-se em acão na zona, realizando inúmeras operações de combate, onde se destacam as operações de apoio próximo à forças terrestres durante a batalha de Khe Sanh no inicio de 1968. O A-7B juntou-se a-7A em combate no início de 1969. 

A-7D, lançando bombas  Mk82 Snake Eye
Quando em maio de 1970 o A-7E entrou em operação no Vietname as tripulações ficaram particularmente satisfeitas com a precisão dos seus sistemas de ataque avançado, e por isso o A-7E rapidamente substituiu os A-4 Skyhawk e as aeronaves A-7 da primeira geração. Para além disso a precisão dos seus sistemas de armas conduziu a que a sua utilização se estendesse a missões de supressão de defesa aérea utilizando para o efeito misseis anti-radiação Standard ARM AGM-78A ou AGM-45 Shrike. Os A-7E entraram ao serviço a tempo de participarem em numerosos ataques das operações Linebacker e Linebacker II sobre o Vietname do Norte.

Após a Guerra do Vietname, em 1977 a USAF introduziu melhorias nos seus A-7D, nomeadamente Flaps de Manobra Automáticos (AMF), e melhorias no radar AN/APQ-126, ao mesmo tempo que potenciou o uso do Pod Pave Penny, inicialmente utilizado no Fairchild A-10 Warthog, e que possibilitou ao A-7 o uso de armas guiadas por laser (LGB), ou outras como misseis AGM-65 Maverick.

Pelo início dos anos 1980, o A - 7D tinha sido larga e progressivamente retirado do serviço de primeira linha da USAF de primeira linha a favor do A-10, sendo transferidos para unidades da Guarda Nacional (ANG) . 

A-7E da US Navy
As unidades A-7E da US Navy foram também modernizadas incorporando no sistema de controlo de voo Flaps de Manobra Automáticos (AMF), e equipado 200 células com novos aviónicos para melhorar os sistemas de combate nomeadamente, incorporando o sistema FLIR (Forward Looking Infrared) AN/AAR-45, integrado no HUD e com o radar de terreno AN/APQ-126, parte do sistema de ataque noturno a baixa altitude LANA (Low Altitude Night Attack). Com as alterações introduzidas o A-7E ficou apto para usar novas armas como, bombas de 900kg AGM-62 Walleye II guiadas por TV, bombas LGB, misseis anti-radiação AGM-45 Shrike e AGM-88 HARM.

Os A-7 Norte Americanos apenas voltariam a entrar em combate em 1983 quando participaram na invasão da ilha de Granada nas Caraíbas, operação designada por Operação Fúria Urgente, e levada a cabo quando na sequência de um golpe de estado o presidente Ronald Reagan ordenou a ocupação do país. Os A-7E realizaram cerca de 300 saídas em apoio às forças americanas no terreno, usando bombas de fragmentação e o canhão Vulcan contra as forças adversárias. 

Voltaram a ser usados em dezembro de 1983 em ataques aéreos contra as posições de Hizbollah no Libano em retaliação a um ataque contra forças de manutenção de paz da ONU, que correram mal para as forças americanas que perderam um A-7E e dois Grumman A-6E Intruder.

A-7E, VA-72, USS America, Líbia, abril de 1986
Alguns anos depois, em 1986 as forces Norte Americanas sediadas no Mediterraneo levaram a cabo um conjunto de ataques aereos contra o regime Libio do Coronel Mohamar Qaddafi, tido pelo presidente Reagan como uma ameaça para a região. Nos confrontos participaram diversos A-7E que atacaram navios e estações de radar Líbios durante os dias 24 e 25 de março de 1986, usando pela primeira vez em combate real misseis AGM-88 HARM, que provaram ser bastante eficazes.

Mais tarde em abril os A-7E voltaram a ser utilizados na operação El Dorado Canyon, que consistiu num conjunto de ataques aéreos às cidades Líbias de Tripoli e Benghazi como retaliação ao alegado apoio do regime Líbio ao terrorismo concretamente ao ataque terrorista a uma discoteca em Berlin onde morreram 3 pessoas e cerca de 230 ficaram feridas (dois mortos e 79 feridos eram cidadãos Norte Americanos).

Quando em abril de 1988 a fragata Norte Americana “USS Samuel B.Roberts” embateu numa mina iraniana os A-7E participaram num conjunto de ataques de retaliação destruindo diversos navios iranianos incluindo uma fragata (Operação Praying Mantis) e plataformas petrolíferas.

A-7E, VA-72 em voo sobre a Arabia Saudita, 1990
Por esta altura já o A-7 estava a ser retirado de operação da US Navy sendo substituido pelos McDonnell Douglas F/A-18 Hornet, no entanto quando em 1991 teve inicio a primeira guerra do Golfo ainda existiam dois esquadrões de A-7E no ativo da US Navy. Esses esquadrões participaram no conflito desde o primeiro dia, em que armados com misseis antirradiação HARM atacaram os radares de defesa aérea iraquianos. Ao longo das semanas seguintes realizaram operações de ataque às forças terrestres iraquianas com bombas AGM-62 Walleye, misseis de cruzeiro AGM-84E SLAM e bombas de fragmentação. Nenhum A-7 foi perdido em combate, apenas um foi perdido num acidente durante o lançamento.

Após este conflito todos os A-7 da US Navy ainda em operação foram retirados de serviço mantendo-se alguns TA-7C em operação até final de 1994. Paralelamente os A-7 ao serviço da Guarda Nacional (ANG) foram até 1993 substituídos pela versão de ataque do General Dynamics F-16.

PORTUGAL
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A-7P da FAP em 1984
Após a saída de serviço dos F-86F Sabre, tornara-se imperativo adquirir equipamento para proceder à modernização da Força Aérea Portuguesa. A aquisição, no inicio da decada de 1980, de 50 aeronaves A-7P Corsair II, repartidos por dois contratos, (o primeiro de 20 aeronaves, assinado a 5 de Maio de 1980 e o segundo, das restantes aeronaves, assinado em Maio de 1983) veio proporcionar, à FAP, a modernização do seu efectivo a nível tecnológico assim como ao nível do desenvolvimento dos recursos humanos.

No âmbito desses contratos foram fornecidos um total de 44 A-7P e 6 TA7-P de dois lugares para instrução que entraram ao serviço em 1981. Esses aviões eram celulas excedentes A-7A da US Navy modificados e modernizados, dotados de motores TF30-P-408 e com aviónicos semelhantes ao A-7E.
O primeiro lote de 20 aeronaves chegou à Base Aérea 5 (BA 5) Monte Real, entre os dias 24 de Dezembro de 1981 e 29 de Setembro de 1982, formando a Esquadra 302 Falcões, com a missão primária de executar interdição aérea, combate aéreo ofensivo e defensivo.

Dos restantes 30 aviões (24 A-7P e 6 TA-7P versão bilugar) apenas 29 chegariam à BA 5 entre 8 de Outubro de 1984 e 30 de Abril de 1986, uma vez que uma das aeronaves seria perdida num acidente ainda nos EUA. Na BA 5 estas aeronaves formariam a esquadra Esquadra 304 Magníficos com a mesma missão da esquadra 302.

TA-7P  da FAP em Fairford (UK) 1991
Na realidade, o A-7P, não substituiu o F-86, uma vez que pelas suas características o A-7 era um avião de ataque e não um avião de caça, pensado para combater outras aeronaves. Isto, não obstante, ter sido equipado com misseis ar-ar que lhe poderiam permitir agir contra outros aviões. Não obstante as características, radar e restantes aviónicos da aeronave, que faziam dele uma aeronave de ataque por excelência, a suas características tornavam-no especialmente adequado à dispersão territorial portuguesa, pois com efeito, o A-7P podia descolar de uma base em Portugal continental com 3.000 Kg de armamento, atacar um alvo na área dos Açores e regressar. Para além disso o A-7P, representou um salto tecnológico na Força Aérea, forçada desde o início dos anos 60 a utilizar equipamentos muito mais limitados, como os Fiat G-91.

A história do A-7P em Portugal está, infelizmente, semeada de acidentes, sobre os quais se derramou muita tinta e alguns juízos sumários e errados sobre a aeronave.

A 10 de Julho de 1999, após aproximadamente 64000 horas de voo ao serviço da FAP, o A-7P Corsair 15521 fez as despedidas da frota, tendo encerrado o último capítulo da história da aeronave em Portugal sendo substituídos pelos General Dynamics F-16 Fighting Falcon.

FICHA DA AERONAVE
GERAL:
  • ANO DO PRIMEIRO VOO: 1965
  • PAÍS DE ORIGEM:  EUA
  • PRODUÇÃO:  1352
  • PAÍSES OPERADORES: EUA, Grécia , Portugal e Tailândia
ESPECIFICAÇÕES DE VARIANTE 
  • VARIANTE: A-7E
  • FUNÇÃO: Caça de ataque naval 
  • TRIPULAÇÃO:  1
  • MOTOR:  1 x Allison TF41-A-2
  • PESO VAZIO: 8,676 (kg)
  • PESO MÁXIMO NA DESCOLAGEM:  19050 (kg)
  • COMPRIMENTO: 14,60 (m)
  • ENVERGADURA: 11,80 (m)
  • ALTURA: 4,90 (m)
PERFORMANCE
  • VELOCIDADE MÁXIMA:  1111 (km/h)
  • RAIO DE COMBATE: 1980 (km) (com combustível interno)
  • TETO MÁXIMO:  13000  (m)
ARMAMENTO
  • FIXO: 
1 x canhão M61A1 Vulcan de 20 mm com 1030 tiros;

  • CARGA BÉLICA:
Em dois suportes na fuselagem:
   2 x misseis AIM-9 Sidewinder ou AAM;

Em seis suportes sob as asas com capacidade para 6803Kg de armamento combinando:
  4 x casulos LAU-10 de foguetes de 127mm;
  2× AIM-9 Sidewinder (ar-ar);
  2× AGM-45 Shrike (anti radiação);
  2× AGM-62 Walleye; (bombas de queda guiadas por TV)
  2× AGM-65 Maverick (ar-solo);
  2× AGM-88 HARM (anti radiação)
  2× GBU-8 HOBOS (eletro-óticas)
  30 x bombas Mk 82,  Mk 80, Paveway (LGB);
  4 x bombas nucleares B28 , B43 , B57,  B61, ou B83
  4 tanques de combustível externos com capacidade até 1400 litros.

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PERFIL
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DESENHOS
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FONTES
REVISÕES E RECURSOS ADICIONAIS
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  • Publicação e Revisões
# Revisto em 2017-06-25 #
# Publicado em 2015-05-07 #
  • Recursos Adicionais
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