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. O Westland Welkin foi um caça britânico, projetado pela WestlandAircraft Company com base no design do Westland Whirlwind, para operar a elevadas altitudes. A necessidade de uma aeronave com a suas características, surgiu no rescaldo da Batalha de Inglaterra, para responder às incursões feitas pelos Junkers Ju 86P, que voavam acima do teto operacional dos caças de que dispunha a RAF no momento, e que suscitavam o receio do reatar dos bombardeamentos da Luftwaffe, mas agora a uma altitude fora do alcance dos caças britânico. Apesar de baseado no projeto do Whirlwind, a sua função ditou um design muito mais extremo, marcado por asas de grande envergadura semelhantes às dos planadores recortadas por grandes nacelas para os motores. Embora os testes tivessem demonstrado a sua viabilidade para intercetar bombardeiros que operassem a altitudes extremas quando a sua construção em serie foi iniciada em 1942 a ameaça tinha desaparecido, consequentemente, apenas um pequeno número de aeronaves, foi construído, nenhuma das quais seria operacionalizada pela RAF. |
GALERIA
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HISTÓRIA
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- Origem
Antes da Segunda Guerra Mundial, poucas aeronaves eram
chamadas a operar acima dos 7500 metros, pois os voos a acima dessa altitude
sujeitavam as tripulações a frio extremo e falta de oxigênio, o que exigia
roupas de pressão aquecidas ou pressurização da cabine. O ar rarefeito
exigia que as aeronaves possuíssem asas de grande envergadura para conseguirem
fornecer a necessária sustentação e os motores de combustão interna só podiam
funcionar a essas altitudes, com eficiência, se possuíssem um compressor que
comprimisse o ar antes de o injetar para dentro das câmaras de combustão.
Westland Welkin |
Não era por isso de estranhar que em meados de 1940 a RAF (à
semelhanças das restantes forças em conflito) não possuísse qualquer caça capaz
de operar acima dos 7500 metros.
Tudo isso mudou em 1940, quando a Luftwaffe começou a
implantar o Junkers Ju-86P, um redesenho radical do obsoleto bombardeiro
médio Ju-86 com asas de maior envergadura, cabina pressurizada e motores
Junkers Jumo 207 com turbocompressor. O Ju-86P poderia operar em altitudes
superiores a 12000 metros, fora do alcance de qualquer caça de produção da época
(como o Lockheed U-2 da década de 1950, o Ju-86P podia conduzir missões de
reconhecimento estratégico sobre o território inimigo com impunidade total, graças
simplesmente ao seu desempenho em altitude).
Perante a potencial ameaça o Ministério do Ar Britânico emitiu
a Especificação F.4/40 (posteriormente revista pela F.7/41) a solicitar
com caracter de emergência um caça capaz de operar a altitudes elevadas.
A resposta da Westland materializou-se no P.14, um derivado
do Whirlwind, mas com características muito diferenciadoras ditadas pelos
requisitos e função a que se destinava, sendo a mais visivel a escala acrescida
da envergadura e fuselagem. Os compactos, mas problemáticos motores Rolls-Royce
Peregrine do Whirlwind dariam lugar a dois potentes Rolls Royce Merlin 76/77 de 1233 cv equipados
com um supercompressor de dois estágios e duas velocidades, e carburador
Bendix-Stromberg. Estes mesmos motores que seriam mais tarde utilizados nas
versões de alta altitude dos Supermarine Spitfire e De Havilland Mosquito.
Vickers 432 |
Em janeiro de 1941 o Ministério do Ar ordenou a construção
de dois protótipos do F.14, para serem submetidos a testes, em competição com o
Vickers
Tipo 432 que seria equipado com motores Merlin 61.
- Protótipos e produção
O primeiro dos protótipos F.14, entretanto denominado Welkin, realizou o primeiro teste de voo em novembro de 1942, mas ficou clara a existência de inúmeros problemas que careciam de resolução, o mais grave dos quais com o sistema hidráulico das hélices de passo variável de quatro pás De Havilland. Os problemas eram no entanto menores que os apresentados pelo concorrente Vickers Tipo 432, que após os primeiros testes de voo em dezembro de 1942 seria cancelado, tendo concluído apenas 28 voos.
Westland Welkin |
O Welkin era enorme para um caça monolugar, com um
comprimento de 12,65 metros e uma envergadura colossal de 21,34 metros. Em
contraste, o Whirlwind tinha 9,83 metros de comprimento, e uma envergadura de
apenas 13,72 metros.
As asas de grande envergadura eram cortadas por nacelas de
grandes dimensões que se projetavam bem à frente do nariz mas também para trás
do bordo de fuga, e acomodavam quatro tanques de combustível com capacidade
total de 1.820 litros, mas apesar disso eram construídas em torno de uma única
longarina. As nacelas dos motores acomodavam as rodas e engrenagens do trem de
aterragem principal totalmente retrátil de configuração tradicional com roda de
cauda, também retrátil.
A cabina pressurizada posicionada bem na frente da fuselagem
com o para brisas blindado alinhado com o bordo de ataque das asas, era coberta
por uma canópia selada constituída por três partes (duas fixas à fuselagem e a
central deslizante para a retaguarda) que permitia manter a pressurização
necessária ao voo em altitude, embora a um nível que exigia ainda que o piloto
usasse mascara de oxigénio.
O armamento era idêntico, quatro canhões Hispano
de 20 mm, mas enquanto os do Whirlwind se posicionavam numa bateria no nariz,
os do Welkin posicionavam-se numa bandeja recuada na parte inferior por baixo
da cabina com as caixas de munições (138 para cada um dos canhões internos e
145 para cada um dos externos) localizadas logo atrás do assento do piloto. Esta
localização do armamento tonava-o mais facilmente acessível em terra para
manutenção e municiação do que o do Whirlwind, que exigia a retirado do cone do
nariz para essas operações e o espaço disponível limitava o número de munições
a apenas 60 por arma.
Westland Welkin |
Nos 10 meses seguintes, os protótipos Westland Welkin
prosseguiram, os testes durante os quais ocorreram nada menos que cinco
aterragens de emergência todas devido a problemas com as hélices, mas em abril
de 1943, os voos já aconteciam a uma altitude de 13420 metros e a velocidade
que chegava a 595 km/h (menos do que o calculado muito devido à insuficiente eficiência
das hélices e ao arrasto excessivo provocado pela grande envergadura das asas.
Não menos importante era o facto do seu envelope de voo ser muito pequeno (faixa de
velocidade exigida para manter o voo sem perda de sustentabilidade) nas
altitudes elevadas em que normalmente operava, devido às suas asas longas e
grossas, que o tornavam também suscetível à perda de compressibilidade num
mergulho de alta velocidade.
Apesar dos incidentes durante os testes, e dos problemas
identificados ainda por resolver, o relatório preliminar de Bascombe Down foi favorável e por isso foi
colocada uma encomenda para 200 Westland Welkin.
Westland Welkin com PTBs de 757 litros |
Também, por esta altura, os Ju-86P e os Ju-86R (bombardeiros)
já se haviam retirado e com eles a ameaça que representaram.
A guerra não esperara que o Welkin se desenvolvesse
totalmente. Em 24 de agosto de 1942, a Luftwaffe iniciara ataques de
bombardeamento a altitudes muito elevadas com o Junkers Ju-86R, capaz de
atingir a então fenomenal altitude de 13700 metros, que o tornava virtualmente
invulnerável a qualquer tentativa de interceção embora apenas pudesse
transportar uma bomba de 225 kg.
No entanto a Grã-Bretanha não colocara todas as cartas no Welkin, desenvolvendo, em paralelo, esforços para melhorar as performances dos seus caças em especial o Supermarine Spitfire. Como resultado a 12 setembro de 1942 um Spitfire Mk IX foi capaz de atacar um Ju-86R a 13500 metros de altitude, o primeiro combate aéreo registado a essa altitude. Embora o Spitfire não tenha conseguido abater o Junkers, a sorte jogou a favor da RAF pois o alto comando da Luftwaffe percebendo que os Spitfire eram capazes de intercetar o seu bombardeiro, supostamente invulnerável, descontinuou o programa de desenvolvimento dos bombardeiros de elevada altitude.
Sem ameaça latente, no início de 1944, a opinião dos
avaliadores sobre a aeronave mudou para pior. Aos problemas do grupo
motopropulsor juntavam-se, problemas de controlabilidade (dificuldades de
equilíbrio, oscilação da alavanca de controle, dificuldade em sair de um
mergulho a grandes altitudes, etc.), e manobrabilidade insatisfatória para um
caça. A conclusão obvia do comando de caças foi de que o Westland Welkin teria
pouca utilidade como caça, mas como a aeronave estava em produção procuraram-se
para ela usos alternativos.
Westland Welkin NF Mk II |
O final da Guerra ditou o fim de qualquer tentativa de dar
uso aos 75 Westland Welkin que foram construídos, que acabariam convertidos em
sucata em finais da década de 1940, sem nunca terem sido operacionalizados pela
RAF.
Apesar disso o Westland Welkin, passou para a história como o primeiro caça Britânico com cabina pressurizada e o seu desenvolvimento permitiu a indústria britânica adquirir importantes conhecimentos técnicos e experiência futuramente aplicada na transição para as aeronaves a jato.
FICHA DA AERONAVE
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- ANO DO PRIMEIRO VOO: 1942
- PAÍS DE ORIGEM: Reino Unido
- PRODUÇÃO: 77
- PAÍSES OPERADORES: Reino Unido
- VARIANTE: Mk I
- FUNÇÃO: Caça intercetor de altitude
- TRIPULAÇÃO: 1
- MOTOR: 2 x Rolls-Royce Merlin 76/77, de 1,233cv
- PESO VAZIO: 3769 (kg)
- PESO MÁXIMO NA DESCOLAGEM: 4697 (kg)
- COMPRIMENTO: 12,65 (m)
- ENVERGADURA: 21,34 (m)
- ALTURA: 4,80 (m)
- VELOCIDADE MÁXIMA: 620 (km/h)
- RAIO DE COMBATE: 1190 (km)
- TETO MÁXIMO: 13000 (m)
- FIXO:
- CARGA BÉLICA:
PERFIL
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DESENHOS
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FONTES
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REVISÕES E RECURSOS ADICIONAIS
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- Publicação e Revisões
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