English Electric Canberra

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O English Electric Canberra foi um bombardeiro médio a jato, britânico  de primeira geração, fabricado durante a década de 1950. Podia voar a uma altitude  maior do que qualquer outro bombardeiro seu contemporâneo tendo estabelecido o recorde mundial de altitude em 1957 ao atingir os 21430 metros, depois de em 1951 ter sido o primeiro avião a jato a realizar um voo transatlântico sem escalas. Devido à sua capacidade de iludir os primeiros intercetores a jato e por representar um avanço significativo no desempenho quando comparado com os contemporâneos o Canberra tornou-se um produto de exportação popular sendo adquirido por forças aéreas de vários países, incluindo a USAF, que operou por vários anos a versão construída nos EUA sob licença, o Martin B-57 Canberra.


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Ano
1949
Pais de Origem
Reino Unido
Função
Bombardeiro
Variante
B (I) Mk.6
Tripulação
3
Motor
2 × Rolls-Royce Avon R.A.7 Mk.109
Peso (Kg)
Vazio
9820
Máximo
24948

Dimensões (m)
Comprimento
19,96
Envergadura
19,51
Altura
4,77

Performance (Km)
Velocidade Máxima
933
Teto Máximo
15000
Raio de ação
1300 (alcance máximo 5400)
Armamento
4 x canhões de 20 mm Hispano Mk.V, na baia de bombas;
até 3628Kg de armas na baía interna e em dois suportes externos na asa para:
Misseis ar-superfície AS-30L;
Casulos de foguetes;
Bombas convencionais;
Bombas nucleares táticas Mark 7, B28, B57,  B43 ou Red Beard ou WE.177, transportadas internamente


Países operadores
Argentina, Austrália, Chile, Equador, Etiópia, França Índia, Nova Zelândia, Peru, Rodésia, África do Sul, Suécia, Venezuela, Alemanha, Zimbábue e EUA
Fontes
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GALERIA
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EE Canberra, Farnborough Air Show, 1949
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EE Canberra B Mk.2
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EE Canberra B (I) Mk.8
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EE Canberra PR.9
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EE Canberra T.11
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EE Canberra Mk.20, Australiano
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HISTÓRIA
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A empresa English Electric (EE) foi formalmente criada em 1918, inicialmente dirigida à produção de equipamentos eléctricos para caminhos-de-ferro e redes de eletricos, diversificaria mais tarde a atividade para uma série de outros produtos, incluindo armas e aeronaves, produzindo durante a Segunda Guerra Mundial, bombardeiros Handley Page Hampden e Halifax para a Real Força Aérea Britânica (RAF). Foi neste período, mais especificamente em 1944, que criou uma equipa própria de desenvolvimento de aeronaves, para lidar com modificações a implementar ao Handley Page Halifax. 

No período que antecedo o final da guerra na Europa a empresa, então segunda fonte de produção do caça de Havilland Vampire decide utilizar a experiência adquirida e lançar-se no desenvolvimento de aeronaves, contratando William Edward Willoughby "Teddy" Petter, que tinha sido diretor técnico da Westland, onde havia conduzido o projeto de aeronaves, incluindo o Lysander, Whirlwind e Welkin, para chefiar a sua equipa de projetos. 

Primeiro Protótipo do EE Canberra
Quando no inicio de 1945 o Ministério da Aeronáutica Britanico, emitiu a especificação B.3/45 para um bombardeiro médio de dois lugares de alta velocidade equpado com um sistema de bombardeio por radar, "Teddy" Petter, lança-se ao trabalho. A especificação afasta-se um pouco de anteriores especificações para bombardeiros médios como a que originara o Mosquito, focando-se agora o bombardeio em altitude que exigia motores mais potentes, significando isso que o único motor disponível era o Rolls-Royce Axial Jet 65 (AJ.65), que mais tarde viria a ser designado por “Avon” e que seria o motor de muitos jatos britânicos da década de 1950. No que respeita as asas, depois de ponderar o uso de asas enflechadas Petter decide-se pelo uso de uma confuguração mais tradicional, de asas retas em posição média. O resultado foi uma configuração em linhas gerais semelhante a um Gloster Meteor, o primeiro caça a jato da Grã-Bretanha, de dimensões ampliadas. 

O projeto preliminar foi apresentado em setembro de 1945 e em janeiro de 1946 a English Electric recebeu um contrato para a produção de quatro protótipos. 

EE Canberra B Mk.2 (protótipo)
O protótipo inicial designado por A.1 (com o numero VN799) equipado com motores Avon RA.2 e pintado em azul-turquesa ficou concluído em abril de 1949 realizado o voo inaugural a 13 de maio. 

Os testes de voo que se seguiram correram bem ao ponto de a aeronave ser apresentada publicamente no mês de setembro seguinte como “Canberra” no Farnborough Air Show, onde demonstrou as excelentes capacidades de manobra a baixo nível. 

O segundo protótipo teria motores de fluxo centrífugo Nene e voaria em final de 1949 pela primeira vez, mas como os motores Avon tinham sido bem-sucedidos, após um periodo em que se manteve como aeronave de teste, seria desmantelado em 1959. O terceiro protótipo com a fuselagem mais longa teria un destino semelhante. Finalmente o quarto protótipo cujo voo inaugural aconteceria em dezembro de 1949, semelhante ao primeiro mas com mudanças internas significativas seria o primeiro a testar o uso de tanques na ponta das asas mas seria também o primeiro Canberra a sofrer um acidente que colminou com a destruição da aeronave e a morte do piloto em 1951. 

EE Canberra PR.7
O Canberra parecia tão promissor que o Ministério da Aeronáutica Britanico, em 1 de Março de 1949, estabeleceu com English Electric um contrato para a construção de um lote inicial de Canberra, em três versões "Bombardeiro Mark 2 (B.2)", "Reconhecimento fotografico Mark 3 (PR. 3) ", e "instrução Mark 4 (T.4) ". O primeiro de dois protótipos B.2 incluídos no contrato realizou o voo inaugural a 23 de Abril de 1950, com as primeiras entregas a um esquadrão RAF operacional em Maio de 1951, seguindo-se os PR.3 e T.4. 

No dia 25 de maio 1951, o esquadrão 101 no RAF em Binbrook tornou-se o primeiro esquadrão de bombardeiros da RAF (e do Mundo) a ser equipado com aviões a jato, concretamente o English Electric Canberra. 

O Canberra era uma aeronave de desenho simples que se assemelhava a um caça Gloster Meteor mas de maior dimensão. A construção era totalmente metálica, com exceção da frente do estabilizador vertical que era em madeira, com uma fuselagem semimonocoque com uma secção transversal circular, afilada nos extremos. As asas em posição média, eram retas com uma linha quebrada pela nacela tubular do motor, superfícies de controlo convencionais com ailerons , flaps de quatro secções e freios aerodinâmicos nas superfícies superior e inferior. O Canberra tinha uma tripulação de dois homens num compartimento pressurizado sob uma carlinga ao estilo dos caças da época e devido a atrasos no desenvolvimento do radar de mira foi adicionada uma posição de mira para o bombardeador no nariz transparente. Cada membro da tripulação sentava-se num assento ejetável Martin-Baker (na versão posterior B (I) 8 e versões de exportação em que o navegador dispunha de uma saída de emergência). O empuxo era fornecido por doi motores turbojato de fluxo axial Rolls-Royce Avon iniciados por um sistema de arranque Coffman. O Canberra podia transportar até 4500Kg de bombas (de 250lb, 500lb ou 1000lb) em duas baias no interior da fuselagem, e até 900Kg em suportes nas asas adaptáveis a uma variada gama de munições. 

EE Canberra B Mk.6
Durante os dez anos que durou a produção, foram produzidos 939 aeronaves no Reino Unido, 48 foram produzidas na Autralia e 403 foram produzidas nos EUA pela Martin Company em Baltimore com a designação de Martin B-57 Canberra, num total de quarenta variantes incluindo treze desenvolvidas pela Martin, destinadas não apenas à função de bombardeiro mas também a outras, instrução, reconhecimento, interdição aérea e apoio proximo. Entre todas estas versões destacamos algumas: 

O Canberra B Mk.2, foi a primeira versão de produção, equipada com motores Rolls-Royce Avon Mk.1/RA3 e tanques de combustível na ponta das asas. As 418 aeronaves desta versão foram construídas pela Avro, Handley Page e Short Brothers & Harland, no Reino Unido. 

A versão para reconhecimento fotográfico, Canberra PR Mk.3 entrou ao serviço em 1953, e derivou diretamente do B Mk.2. ao qual foi adaptada à fuselagem uma secção extra para abrigar a baia com as camaras, a carga interna de combustível foi aumentada e foi removida o cone transparente do nariz. 

O Canberra T Mk.4 foi a primeira versão de instrução, para três tripulantes e controlos duplos. 

A segunda geração de produção foi a versão Canberra B Mk.6, equipado com motores Rolls-Royce Avon Mk.109/RA7 (esta versão derivava diretamente do unico Canberra B Mk.5 construido que em 1952 atravessou o Atlântico e regressou em 10 horas e 23 minutos, estabelecendo um novo record). Esta versão equipada com radar que lhe possibilitava empreender bombardeamento a baixa altitude tinha apenas dois tripulantes, e podia também transportar internamente uma arma nuclear tactica. Foram construídas 106 aeronaves desta versão que entraram ao serviço a partir de 1955, com algumas destinadas a exportação. 

EE Canberra B (I) Mk.8
Paralelamente ao B Mk.6, foi construída uma versão melhorada para reconhecimento fotográfico, p Camberra PR Mk.7, que dispunha do mesmo equipamento que o PR Mk.3, mas com os motores Royce Avon Mk.109/RA7 e maior capacidades de combustível (construídos 82 aeronaves). 

Embora a Canberra tinha sido explicitamente concebido como um bombardeiro de alta altitude, a RAF necessitava de uma aeronave uma capacidade de ataque de baixo nível. O excelente comportamento a baixo nível do Canberra tornava-o adequado para a função. Como resultado, o B Mk 6 foi modificado para essa função de interdição como como B (I) Mk.6. A modificação incluía a instalação na baia de bombas de um kit Boulton-Paul de quatro canhões de 20mm Hispano com 525 tiros por arma. O kit reduzia ocupava a metrade traseira da baia, mas o espaço restante continuava apto para o transporte de bombas (o kit podia ser removido devolvento a aeronave a capacidade total para transporte de bombas). Em cada asa foi instalado um suporte com capacidade para uma bomba de 450Kg ou foguetes SNEB de 37mm. A mira foi instalada na cabina do piloto. Desta versão apenas se produziram 22 aeronaves uma vez que foi considerada uma versão interina para a função de interdição. 

EE Canberra PR.9
A variante definitica de interdição foi o Canberra B (I) Mk.8, cujo protótipo voou pela primeira vez em julho de 1954. Embora derivado do B Mk.6 era já uma terceira geração do Canberra. A alteração mais visível era a fuselagem dianteira com uma carlinga de bolha descaída lateralmente a bombordo que cobria o cockpit com o piloto e o navegador sentandos em tandem, o piloto num assento ejetavel Martin-Baker Mk 2, e o navegador sem assento ejetável dispunha de uma escotinha de emergência. O armamento não sofreu alterações retativamente ao B (I) Mk.6. Desta versão foram construídas 164 aeronaves incluindo algumas subvariantes para exportação. 

A ultima versão construída no Reino Unido foi a versão de foto reconhecimento PR Mk.9, que fez o voo inaugural em julho de 1958. Era uma versão baseada no B (I) Mk.8 com a fuselagem alongada até aos 27,72 metros, maior envergadura, motores Avon RA.24R Mk.206 e um cockpit modificado para permitir a montagem de um assento ejetável para o navegador. Os 23 PR.9 foram os últimos Canberra de construção nova produzidos no Reino Unido, de um total de 939 aeronaves, incluindo protótipos. 

EE Canberra B(I) Mk.8
O Canberra B Mk.2 entrou ao serviço da RAF em janeiro de 1951 e em finais de 1952 equipava cinco esquadrões, substituindo os Mosquito, Lincoln e Washington, nas linhas da frente demonstrando ser imune aos intercetores da sua época, pelo menos até a chegada dos Hawker Hunter. Os Canberra PR.3 substituiram igualmente a partir de 1952 as antiquadas versões de Mosquito de reconhecimento. 

A partir de 1954, o Canberra B Mk.6, melhorado e com um raio de acção maior relativamente as versões anteriores permitiu a RAF substituir esquadrões de bombardeiros localizados na Alemanha e em Chipre por esquadrões de Canberra B Mk.6 sediado no Reino Unido. 

Os Canberra PR7, a partir de 1953 foram capazes de realizer voos de reconhecimento sobre a União Soviética (o governo inglês nunca reconheceu a exitência destes voos mas em 1994 a BBC, documentou a sua existencia entrevistando inclusive pilotos de MiG-15 que tentaram interceta-los). 

Quando em 1956 entrou ao serviço da RAF o Vickers Valiant com muito maior capacidade de carga e alcance o Canberra deixou o papel de bombardeiro estratégico em altitude e possou a desempenhar a função de bombardeiro de baixo nível. Os Canberra B(I) Mk.6 e os Mk.8 posteriores que desempenharam essas funções tinham ainda assim capacidade nuclear que lhe era conferida pelo Low Altitude Bombing System (LABS), possibilitando o uso de bombas nucleares Mark 7 ou Red Beard. Em setembro de 1961, quando o comando de bombardeiros da RAF retiou os Canberra de serviço, permaneceu com de sete esquadrões de B(I) Mk.6 e B(I) Mk.8, na Alemanha, três em Chipre e um em Singapura, com capacidade nuclear. A partir de 1969 esta força começou a ser retirada começando por Chipre, Singapura e finalmente Alemanha de onde os últimos três esquadrões de Canberra foram retirados em 1972. 

EE Canberra PR.9
A partir de 1972 a RAF contunuou a usar Canberra apenas para funções de reconhecimento, operando aeronaves das versões PR.7 e PR.9 que operavam a partir do Reino Unido e Malta. Estas aeronaves voaram em missões de reconhecimento durante toda a década de 1990, nomeadamente em conflitos regionais como a Guerra da Bósnia, e a Guerra do Kosovo na Europa e em Africa a partir do Uganda durante a Primeira Guerra do Congo

Aeronaves da variante PR.9, permaneceram ao serviço até 2006, tendo realizado missões de reconhecimento sobre o Afeganistão e em 2003 durante a Invasão do Iraque. A última missão do PR.9 ao serviço da RAF aconteceu em 28 de Julho de 2006. 

Para além da RAF e da USAF (ver Martin B-57 Canberra) o Canberra foi operado por forças aéreas de outros países incluído, Argentina, Australia (operou 58 Canberras produzidos localmente sob licença), Chile, Equador, Etiopia, França Índia, Nova Zelândia, Peru, Rodésia, África do Sul, Suécia, Venezuela, Alemanha e Zimbábue. 

DESENHOS
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PERFIL
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FONTES
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