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O IAe Pulqui II, foi o primero caça a jato desenvolvido e construído na América do Sul, pela Fábrica Militar de Aviones (FMA) da Argentina.
Após a Segunda Guerra Mundial, Kurt Tank foi um dos especialistas alemães mais disputados, tendo recebido propostas para trabalhar na Inglaterra, China e União Soviética, porém acabou por escolher a Argentina.
O engenheiro alemão, que tinha no currículo participações em projetos como o do caça Fw 190 e o avião de passageiros Fw 200 Condor, chamou a atenção dos argentinos (e as outras nações que o disputavam) por já ter uma “carta na manga”: o projeto do caça Focke-Wulf Ta-183, que previa motorização a jato.
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Ano
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1950
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Pais de Origem
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Argentina
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Função
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Caça
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Variante
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3º e 4º protótipo
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Tripulação
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1
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Motor
| 1 × Rolls-Royce Nene II | |||||
Peso (Kg)
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Vazio
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3736
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Máximo
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6875
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Dimensões (m)
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Comprimento
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11,68
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Envergadura
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10,60
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Altura
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3,50
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Performance (Km)
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Velocidade Máxima
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1080
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Teto Máximo
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15000
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Raio de ação
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3090
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Armamento
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Países operadores
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Argentina
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Fontes
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GALERIA
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HISTÓRIA
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Entre as décadas de 1930 e 1950, a Argentina viveu um
período de alto desenvolvimento na área aeronáutica, com projetos originais e
algumas ideias que países vizinhos na América do Sul ainda nem sonhavam ser
possíveis com o que dispunham. Um desses conceitos era o avião com motor a
jato, tecnologia que os argentinos dominaram já nos anos 1940.
Ao contrário do Brasil, que enviou um corpo expedicionário
para a Europa durante a Segunda Guerra Mundial, a Argentina ficou de fora do conflito
e, apesar de ter declarado guerra à Alemanha na parte final da Guerra,
conseguiu recrutar alguns dos engenheiros aeronáuticos mais brilhantes que
tinham participado no esforço de guerra de ambos os lados.
O primeiro especialista que chegou a Argentina foi o
engenheiro francês Émile Dewoitine, conhecido pelo projeto do Dewoitine D.520,
considerado o melhor caça francês da Segunda Guerra Mundial. Após a Alemanha
invadir a França, em 1940, Dewoitine fugira para Espanha, onde ficaria exilado
até o final de 1945, até receber um convite do governo de Juan Domingo Perón,
então presidente da Argentina, para trabalhar no país.
Émile
Dewoitine, dirigiu então um grupo de engenheiros argentinos na Fábrica
Militar de Aviones (FMA) no programa de caça experimental, que teve por base o
seu desenho preliminar para o (D.700). O
protótipo da aeronave designado por FMA I.Ae. 27 Pulqui I (“flecha” em língua
indigna Mapuche),
seria o primeiro avião a jato projetado e construído na América Latina e faria
o voo inaugural em agosto de 1947, num período em que na Europa e nos EUA os
Gloster Meteor e o Lockheed P-80 davam os primeiros passos.
Equipado com um motor turbojato Rolls-Royce Derwent 5, o
avião argentino podia voar a velocidade máxima de 720 km/h e alcançar até 15500
metros de altitude. Tratava-se de um avião com uma fuselagem, construída em
torno do motor, e asas retas em posição baixa. A configuração da aeronave e a
fraca potência do motor limitavam o seu desempenho, considerado medíocre.
Porém o Instituto Aerotécnico sob a liderança do
Engenheiro Norberto Luis Morchio, perseverou nos esforços para construir um caça
a jato indígena bem-sucedida. Num primeiro momento,
tentou modificar, a aeronave, porem quando se tornou evidente que tal não seria
viável deu inicio a um novo projeto, em
torno de um motor Rolls-Royce Nene II mais potente, que seria designado por FMA
IAe 33 Pulqui II.
Tal como o Pulqui I, o segundo jato argentino, o Pulqui II,
foi desenvolvido com a ajuda de outro engenheiro estrangeiro, desta vez o
alemão Kurt Tank. Após a Segunda Guerra Mundial, Tank foi um dos especialistas
mais disputados: recebeu propostas para trabalhar na Inglaterra, China e União
Soviética, mas acabou escolhendo a Argentina.
O engenheiro alemão, que tinha no currículo participações em
projetos como o do caça Fw 190 e o avião de passageiros Fw 200 Condor,
chamou a atenção dos argentinos (e as outras nações que o disputavam) por já
ter uma “carta na manga”: o projeto do caça Focke-Wulf Ta-183, que previa
motorização a jato. Só faltava construí-lo.
Mesmo não sendo considerado criminoso de guerra, Tank
viajara para a Argentina, em 1947, com documentos falsos emitidos pelo próprio
governo da Casa Rosada,
chegando ao país com o nome falso “Pedro Matthies” e trazendo consigo outros 62
compatriotas.
O projeto do Pulqui II também foi realizado nas instalações
da FMA, em Córdoba, mas este era bem mais complexo. Tank redesenhou a ideia do
Ta-183, uma caça intercetor de emergência, e sugeriu uma aeronave de
superioridade aérea de longo alcance.
Após quase três anos de desenvolvimento, o primeiro voo do
Pulqui II, aconteceu em 27 de junho de 1950, pilotado pelo próprio Kurt Tank,
que também era piloto de testes. O novo jato argentino tinha um potente motor turbojato Rolls-Royce Nene II e uma inovação
ainda mais importante, as asas enflechadas já anteriormente idealizadas por
Tank para o seu projeto Ta-183. Com isto o Pulkqui II conseguia voar a uma velocidade
máxima de 1.080 km/h e alcançar 15000 metros de altitude, com um raio de ação
de 3000 km, inexcedível para a época na sua categoria.
Porém uma tentativa de demonstrar o alcance surpreendente do
Pulqui II acabou num acidente, quando em 1956, num voo proposto pela FMA entre
Córdoba e Buenos com regresso sem reabastecimento. Na última parte do trajeto,
o sistema de geração de oxigênio da aeronave falhou e o piloto semiconsciente
foi obrigado a realizar uma aterragem de emergência deixando o protótipo
irrecuperável.
No total foram construídos cinco protótipos tendo dois sido perdidos
em acidentes fatais. Embora não haja informação detalhada, crê-se que um dos protótipos
do Pulqui II foi utilizado em combate real contra manifestantes durante
a Revolucion Libertadora, que destituiu o presidente Perón em 1955 e iniciou
a longa ditadura militar Argentina.
A crise económica e política que se seguiu à queda de Peron,
originou cortes orçamentais, demissões e fugas de especialistas da FMA e
culminou com a conversão de parte das suas instalações em fábrica de
automóveis, camiões e motocicletas, de onde resultou o abandono do projeto
Pulqui II em 1960. Apesar de várias tentativas para que o projeto entrasse em
produção, para fornecer a Força Aérea Argentina a aeronave acabaria por ser
preterida a favor de aviões estrangeiros nomeadamente o North American F-86
Sabre.
Depois de décadas em exposição no exterior o único Pulquini
II sobrevente, (Prototipo Nº 5) encontra-se preservado e exposto no Museo
Nacional de Aeronáutica de Argentina na base aérea de Morón,
nas suas cores originais ao lado do IAe 27 Pulqui I, ambos símbolos do “sonho
perdido” argentino.
Com o fim das “flechas” argentinas, só 20 anos depois, em
1980 um novo e avião a jato seria desenvolvido na América do Sul, o AMX
desenvolvido e construído no Brasil pela Embraer.
DESENHOS
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FONTES
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