Blackburn B-25 Roc

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O Blackburn B-25 Roc foi um caça naval britânicos baseado no Blackburn Skua que pretendia materializar o conceito de caça com torre de artilharia numa aeronave para a Fleet Air Arm, contraparte do Boulton Paul Defiant construído para a RAF. 
O seu nome deriva da mítica ave do conto das Mil e Uma Noites, Roca (Roc em inglês), descrita como uma ave branca e gigantesca capaz de levantar um elefante.
O Roc no entanto era bastante inferior às aeronaves existentes incluindo o Skua e o Defiant, razão pelo que esteve apenas por um breve período ao serviço da FAA, durante os primeiros meses da Segunda Guerra Mundial.

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Ano
1938
Pais de Origem
Reino Unido
Função
Caça Naval
Variante
Mk I
Tripulação
2
Motor
1 x motor radial Bristol Perseus XII
Peso (Kg)
Vazio
2782
Máximo
3614

Dimensões (m)
Comprimento
10,85
Envergadura
14,02
Altura
3,68

Performance (Km)
Velocidade Máxima
359
Teto Máximo (m)
5500
Raio de ação
1300
Armamento
4 x metralhadoras Browning de 7,7mm com 600 tiros cada numa torre dorsal elétrica Boulton Paul
1 x Bomba de 227 kg sob a fuselagem (?), e
8 x Bombas de 9 kg sob as asas, ou
4 x Bombas de 20 kg
Países operadores
Reino Unido, Finlândia (?)
Fontes
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GALERIA
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Roc (L3059), antes de convertido
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Roc (L3084), 778º NAS, FAA, 1941
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Roc (L3158), Pendeford, 1939
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Roc (L3186)
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Roc, 805º NAS, FAA, 1940
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Roc em voo, 1940
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HISTÓRIA
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Em 31 de dezembro de 1935 o Ministério do Ar britânico emitiu a especificação O.30/35 para um caça naval armado com uma torre de artilharia Boulton Paul. 

A Blackburn propôs um derivado do Blackburn Skua em desenvolvimento, e do qual já haviam sido encomendados dois protótipos para a Fleet Air Arm, ao mesmo tempo que a Boulton Paul propôs o P.85, uma versão redesenhada do P.82 (Defiant), com um motor radial Hércules ou um motor em linha Merlin. Embora para o P.85 (Sea Defiant) se estimasse uma velocidade superior em cerca de 137 Km/h, o projeto da Blackburn foi selecionado, para ser desenvolvido em simultâneo com o Skua.

Roc (L3057) a primeira aeronave de produção, 1939
Em 28 de abril de 1937 logo após o voo do primeiro protótipo Skua, o Ministério da Aeronáutica fez uma encomenda de 136 Roc, cuja construção foi subcontratada à Boulton Paul em Pendeford, Wolverhampton, (facto que atrasou as entregas do Defiant), uma vez que a Blackburn tinha as suas linhas de produção ocupadas com as encomendas do Skua e do Botha.

O primeiro voo de um Roc foi em 23 de Dezembro 1938 (não foi construído nenhum prototipo pelo que o primeiro voo foi realizado pela primeira aeronave de produção a numero L3057), mas o desempenho demonstrado era fraco, e a velocidade máxima atingida foi de apenas 359 km/h muito abaixo dos caças contemporâneos e desde há muito considerada inadequada para um caça. Em outubro Alexander Ramsay, Chief of Naval Air Services sugere o abandono da aeronave, mas temendo perturbações na construção do Defiant que decorria em paralelo na Boulton Paul é decidido continuar a construção, dando no entanto início a adaptação do Roc a rebocador de alvos. O último Roc de produção foi entregue em agosto de 1940.

Tal como o Skua o Roc eram uma aeronave de dois lugares, monoplano de asa cantilever de construção totalmente metálica com sistema de dobragem para a retaguarda para armazenamento no convés dos porta-aviões, e trem de aterragem retrátil. Era alimentado por um motor radial Bristol Perseus XII de 815 cv, que movia uma hélice de três pás, mantendo toda a capacidade de carga de bombas do Skua, tal como os freios de mergulho das asas. 

Roc (L3059), protótipo do hidrovião
A grande diferença era o armamento que no Roc estava concentrado na torre Boulton Paul, instalada atrás da cabina do piloto, onde as quatro metralhadoras Browning de 7,7mm, com 600 tiros cada, eram operadas eletricamente pelo segundo tripulante.

Sendo uma aeronave de uso naval fora previsto a sua conversão em hidroavião usando um kit de conversão de flutuadores semelhantes aos usados no Blackburn Shark, no entanto o primeiro avião convertido (L3059) demonstrou ser bastante instável e em dezembro de 1939 caiu durante os testes no Marine Aircraft Experimental Establishment, que, juntamente com a falta de um desempenho aceitável conduziu ao abandono dos planos para formar um esquadrão de caça equipado com hidroaviões Roc.

A entrega das 136 aeronaves Roc foi iniciada em finais de 1939 distribuídas pelos esquadrões equipados com Skua, no entanto os Roc eram definidos pelos comandantes de esquadrão como um constante obstáculo, dada a sua absoluta ineficácia e falta de desempenho.

Durante a campanha da Noruega um pequeno contingente de Roc viajou com os 800º e 801º esquadrões navais a bordo do HMS Ark Royal mas mostraram ser completamente inadequados na interceção das aeronaves de reconhecimento alemãs.

Mais tarde no verão de 1940 os Skuas e Roc deram apoio aéreo, sobre o Canal da Mancha às operações Dynamo e Ariel, durante a retirada das forças aliadas de França. Terá acontecido nesta operação a única vitória creditada a um Roc do 806º esquadrão naval que em 28 de maio de 1940 quando em patrulha com dois e dois Skuas, terá intercetado e abatido um Junkers Ju 88 que atacava um comboio junto à costa belga.
Roc, 805º NAS, FAA, 1940

Os Roc seriam quase de imediato retirados da frente de combate, relegados para operações de busca e salvamento e reboque de alvos até 1941. O último Roc sobreviveu, ainda que sem voar, até 1944 na Royal Naval Air Station Lee-on-Solent (HMS Daedalus) onde a sua torre era usada para defesa antiaérea.

No inicio de 1940, o lote final de produção composto por 30 Blackburn Roc, terá sido preparado para ser entregue gratuitamente aos finlandeses que lutavam contra os russos na Guerra de Inverno.  Os finlandeses tinham a reputação de tirar o máximo proveito das aeronaves obsoletas que operavam. Porém em março 1940, a Guerra de Inverno terminou e as aeronaves nunca deixaram a Inglaterra, nunca chegando a ser utilizados pela "Ilmavoimat" (Força Aérea Finlandesa).

#05-11-2016# Retificação da informação relativa ao uso dos Roc pela Finlândia
DESENHOS
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PERFIL
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FONTES
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