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O Westland Whirlwind foi um caça pesado britânico contemporâneo dos Hawker Hurricane e Supermarine Spitfire desenvolvido pela Westland Aircraft antes do início da Segunda Guerra Mundial. Foi o primeiro caça da Royal Air Force (RAF), armado com canhões de 20 mm e o primeiro em todo o mundo a possuir quatro. Na altura em que realizou o seu primeiro voo, em 1938, era o mais rápido e mais pesadamente armado avião de combate, em todo o mundo, mas apesar destas características, aliadas à um bom manuseio em voo, apenas 116 Westland Whirlwind viriam a ser construídos. Os motores Rolls-Royce Peregrine, em torno dos quais havia sido projetado, desde início se mostraram pouco confiáveis, mas o abandono prematuro do seu desenvolvimento e produção em meados de 1942 conduziria ao fim da produção do Westland Whirlwind. |
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GALERIA
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HISTÓRIA
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- Origem
Em meados da década de 1930, os projetistas de aeronaves em todo o mundo perceberam que o aumento da velocidade impunha tempos de disparo mais curtos aos pilotos de caças e consequentemente menos munições atingiam o alvo. A solução para este problema era aumentar o número de armas nos caças de forma que uma curta salva lançasse munições suficientes sobre o alvo para o destruir ou danificar.
Whirlwind, 1º Prótotipo #L6844 em testes de túnel de vento |
Porém os caças contemporâneos desta década eram, no geral, pequenos e leves para serem altamente manobráveis, características que impunham restrição ao seu armamento e capacidade de combustível que restringia a sua atividade a funções defensivas e de intercetação. As maiores aeronaves, eram geralmente bimotores com maior capacidade de carga e de combustível o que favorecia o seu uso em missões de caracter ofensivo e de longo alcance (bombardeiros).
Em meados da década de 1930, consequência da Grande Depressão que eclodiu no Ocidente no final da década anterior, a aviação de caça britânica (e não apenas ela) encontrava-se num estado deplorável, sendo maioritariamente composta por biplanos obsoletos, armados com metralhadoras de baixo calibre.
Em 1934, quando a ameaça da Alemanha Nazi se tornou evidente, o tempo para a criação de caças modernos verificou-se ser catastroficamente curto.
Consequentemente o Ministério do ar Britânico foi atingido por enormes mudanças que o levaram a adotar um programa que não só previa o rearmamento de toda a aviação militar, mas também exigia a expansão e modernização da indústria aeronáutica e o financiamento do desenvolvimento de um grande número de novas aeronaves.
Whirlwind, 2º protótipo,# L6845, durante os testes em julho de 1939 |
Esta atividade independente permitiu à Grã-Bretanha manter e mesmo desenvolver um poderoso potencial científico e industrial, que deu à sua indústria aeronáutica capacidade para responder rapidamente, quando em 1935, o Ministério do Ar, emitiu um total de 41 especificações (o maior número desde 1923, embora algumas delas se destinassem à produção em serie de aeronaves como os Hawker Fury e Demon e o Gloster Gladiatior).
Entre estas especificações, a F.35/35, definia um caça monoplano de alta velocidade, que acabaria por nunca ser construído, apesar de terem sido desenvolvidos vários projetos originais (Airspeed AS.31, General Aircraft GAL.28, Bristol Type 151, e uma variante do Hawker Hurricane).
Os Britânicos não tinham esquecido as incursões dos Zeppelin alemães no seu território durante a primeira Guerra, e temiam que o armamento dos seus caças mais modernos (tipicamente 4 a 8 metralhadoras de 7,7mm) fosse inadequado para fazer frente aos bombardeiros alemães, que alegadamente estavam em desenvolvimento.
Os estudos levados a cabo para melhorar esse armamento, conduziriam à criação dos caças Bolton-Paul Defiant e Blackburn Roc, armados com uma torre rotativa, com quatro metralhadoras de grande calibre, movida hidraulicamente.
Whirlwind, # L6844, 1º protótipo |
Em resposta a esta especificação, foram submetidos oito projetos, de cinco empresas de construção aeronáutica, a Boulton Paul, a Bristol, a Hawker, a Supermarine e a Westland, que propôs o P.9, um bimotor com dois Rolls-Royce Kestrel K.26 e uma cauda com estabilizadores verticais gémeos.
Embora os projetos da Supermarine e da Hawker (versões modificada para alta velocidade do Spitfire e do Hurricane respetivamente) tenham sido valorizadas, a realidade é que a carga de trabalho nestas empresas não lhes permitiam dar uma resposta atempada a novos projetos, e por isso a opção recaiu sobre o projeto da P.9 da Westland, com o Ministério do Ar encomendado em finais de 1937 a construção de dois protótipos, que se esperava, voassem pela primeira vez em meados do ano seguinte.
Whirlwind Mk I |
A fuselagem monocoque de liga de magnésio seria um pequeno tubo com uma cauda em T no final, embora, como originalmente concebido, o design apresentava uma cauda dupla que foi descartada quando foram adicionados Flaps Fowler que causavam grandes áreas de turbulência sobre a empenagem. O estabilizador horizontal foi, então deslocado para cima, para ficar fora do caminho do fluxo turbulento gerado quando os flaps eram baixados.
A estrutura da fuselagem seria totalmente construída em duralumínio com revestimento em alumínio tensionado, e o cockpit elevado coberto por uma canópia de bolha completa (uma das primeiras utilizadas pela indústria aeronáutica militar), daria ao piloto uma excelente visibilidade em todas as direções (excepto por baixo do nariz). À frente do cockpit, o nariz acomodaria o poderoso armamento, constituído por quatro canhões Hispano de 20 mm, com 60 tiros por arma e uma cadência de 600 tiros por minuto. Este armamento faria do P9 o avião de combate mais fortemente armado da sua época e seu agrupamento no nariz eliminaria os problemas de convergência que ocorreriam com armas montadas nas asas.
As esperanças no projeto eram tão elevadas que ele se manteve "altamente secreto" durante grande parte do seu desenvolvimento, embora já tivesse sido mencionado na imprensa francesa.
- O Westland Whirlwind
Whirlwind Mk I, #P6984, do 263º esquadrão |
Os testes decorreram em Farnborough e em Martlesham Heath, e o Westland Whirlwind demonstrou um excelente manuseamento a todas as velocidades, com exceção do controlo direcional inadequado durante a descolagem, que exigiu um aumento da área do leme acima do plano traseiro implementado no segundo protótipo.
Para um bimotor, o Westland Whirlwind era bastante compacto, apenas ligeiramente maior do que o Hawker Hurricane em geral, mas menor que ele em termos de área frontal. O trem de aterragem era retráctil e toda a aeronave era aerodinamicamente limpa com poucas aberturas ou protuberâncias. Os radiadores estavam no interior da asa interna com as entradas de ar no seu bordo ataque e não abaixo dos motores como era frequente nas aeronaves suas contemporâneas. Com esta aerodinâmica melhorada os dois Rolls-Royce Peregrine de 885 cv conseguiam impulsionar o Westland Whirlwind a mais de 580 km/h, a mesma velocidade que os mais recentes caças monomotor eram capazes de atingir.
A sua reduzida dimensão tornava o espaço disponível para combustível reduzido e, consequentemente o Westland Whirlwind tinha um raio de combate limitado a 300 milhas (pouco mais de 482 quilómetros).
Whirlwind Mk I, sendo rearmado |
A resolução dos problemas detetados nos protótipos foi lenta atrasando o inicio da produção, mas pior que isso foi o atraso na entrega dos motores. O primeiro lote de motores Rolls-Royce Peregrine, só seriam entregues à Westland em janeiro de 1940.
Pouco depois, em meados de 1940 o Supermarine Spitfire foi escalado para receber um armamento adicional de dois canhões de 20 mm, enquanto o requisitos da RAF para os caças bimotor eram alterados, consistindo agora num elevado raio de combate e na capacidade para transportar os primeiros pesados radares aerotransportados, para além do armamento pesado. Estes requisitos não estavam ao alcance do Whirlwind, e por isso os olhares da RAF eram agora dirigidos para o Bristol Beaufighter, e futuro De Havilland DH 98 Mosquito que se mostravam promissores sem os constrangimentos do Whirlwind.
As espectativas iniciais que previam a construção de cerca de 600 aeronaves, estavam reduzidas em inícios de 1940 para apenas 200 e a sugestão inicial para que parte da produção fosse feita na fábrica de Castle Bromwich tinha também caído quando a fabrica fora alocada à produção do Supermarine Spitfire.
Whirlwind Mk I, sendo rearmado |
Discutiu-se ainda a continuação da produção, adaptando o motor Rolls-Royce Merlin ao Whirlwind, mas isso teria exigido uma profunda alteração estrutural pois o Merlin era fisicamente maior e cerca de um terço mais pesado do que o Rolls-Royce Peregrine e o Whirlwind era demasiado compacto para suportar tal peso e volumetria adicional. No final, decidiu-se colocar o foco no desenvolvimento do Spitfire e de outros caças monomotores.
- Operacionalidade do Westland Whirlwind
Whirlwind Mk I, manutenção dos canhões |
A primeira vitória aérea creditada a um Whirlwind aconteceu em 8 de fevereiro de 1941 quando uma aeronave do esquadrão 263º abateu um Arado Ar 196. A partir daí os Whirlwind do esquadrão 263º, conseguiram consideráveis vitórias contra incursões inimigas perpetradas por aeronaves Junkers Ju 88, Dornier Do 217, Messerschmitt Bf 109 e Focke-Wulf Fw 190.
Ocasionalmente as aeronaves do 263º levavam a cabo missões de escolta de bombardeiros de baixo nível na costa ocupada da europa continental mas o seu limitado raio de combate impedia os Whirlwind de acompanhar os bombardeiros até ao alvo, deixando-os vulneráveis na fase final da operação. Um exemplo foi quando fizeram parte da escolta de 54 Blenheim numa incursão de baixo nível contra centrais elétricas perto de Colónia em 12 de agosto de 1941. Devido ao alcance relativamente curto dos caças de escolta, obrigados a abandonar os bombardeiros perto de Antuérpia, perderam-se dez Blenheim.
Whirlwind Mk I, #P6997, com duas bombas de 250 lb (Whirlibomber) |
Em setembro de 1941 o esquadrão 137º estava também equipado com o Whirlwind, tendo-se especializado no ataque a alvos ferroviários.
No verão de 1942, os Whirlwind de ambos os esquadrões estavam equipados com suportes para transportar duas bombas de 250 lb ou 500 lb, que utilizavam em frequentes inclusões e ataques de baixo nível no canal da Macha e costa francesa, atacando locomotivas, pontes, navios de transporte e outros alvos.
As piores perdas do 137º ocorreram em 12 de fevereiro de 1942, durante a Operação Cerberus, quando foram enviados para escoltar cinco contratorpedeiros britânicos, desconhecendo que os navios de guerra alemães Scharnhorst e Gneisenau estavam em movimento seguidos por uma forte escolta aérea. Dos oito Whirlwind que participaram na operação quatro foram abatidos no primeiro embate com a pesada escolta alemã depois de avistarem os dois navios de guerra alemães através das nuvens a cerca de 30 km da costa Belga.
O último voo de combate de um Whirlwind foi em junho de 1943, durante um ataque a um campo de aviação alemão em Poix, no nordeste da França. Pouco tempo depois o 137º esquadrão foi reequipado com Hawker Hurricane Mk II e o 263º com Hawker Typhoon.
Whirlwind Mk I, #P7110, uma das ultimas aeronaves de produção |
O último Whirlwind em condições de voar, foi mantido pela Westland como transporte executivo para o pessoal da empresa, mas foi desmantelado em 1947 e nenhum exemplar existe hoje.
Após a Segunda Guerra Mundial, a Westland começou a concentrar-se no desenvolvimento e produção de helicópteros, e em 1950, começou a construir sob licença, uma cópia do Sikorsky S-55 americano, um helicóptero, confusamente, denominado Westland Whirlwind pela RAF e Royal Navy Service.
FICHA DA AERONAVE
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- ANO DO PRIMEIRO VOO: 1938
- PAÍS DE ORIGEM: Reino Unido
- PRODUÇÃO: 114
- PAÍSES OPERADORES: Reino Unido
- VARIANTE: Westland Whirlwind Mk I
- FUNÇÃO: Caça de ataque
- TRIPULAÇÃO: 1
- MOTOR: 2 x Rolls-Royce Peregrine de 885cv
- PESO VAZIO: 3769 (kg)
- PESO MÁXIMO NA DESCOLAGEM: 5191 (kg)
- COMPRIMENTO: 9,83 (m)
- ENVERGADURA: 13,72 (m)
- ALTURA: 3,35 (m)
- VELOCIDADE MÁXIMA: 580 (km/h)
- RAIO DE COMBATE: 240 (km)
- TETO MÁXIMO: 9200 (m)
- FIXO:
- CARGA BÉLICA:
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DESENHOS
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FONTES
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REVISÕES E RECURSOS ADICIONAIS
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- Publicação e Revisões
# Publicado em 2021-08-03 #
- Recursos Adicionais
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