Martin MB-1, MB-2/NBS-1

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O Martin MB-1 foi o primeiro bombardeiro bimotor projetado e construido nos Estados Unidos da America no final da década de 1910. Projetado e construído pela Glenn L. Martin Company para o United States Amy Air Service (USAAS), a partir de 1917, entraria demasiado tarde ao serviço para participar na Primeira Guerra Mundial. 
Apenas foram produzidas dez unidades do MB-1 que assumiram diferentes funções incluindo transporte de passageiros e correio aéreo, no entando na decada de 1920 dele emergiria uma versão melhorada inicialmente denominada de Martin MB-2, (posteriormente NBS-1) que seria o primeiro bombardeiro produzido em grandes quantidades nos EUA. Foram construidos 120 NBS-1, durante a decada de 1920, que permaneceram no ativo da USAAS até ao inicio da decada de 1930, quando foram substituidos pelos Keystone B.
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Ano
1920
Pais de Origem
EUA
Função
Bombardeiro
Variante
MB-2/NBS-1
Tripulação
4
Motor
2 x Liberty 12-A de 420cv
Peso (Kg)
Vazio
3280
Máximo
5460

Dimensões (m)
Comprimento
13,00
Envergadura
22,70
Altura
4,80

Performance (Km)
Velocidade Máxima
160
Teto Máximo (m)
2350
Raio de ação
650
Armamento
5 x metralhadoras Lewis de 7.62 mm
Até 907 kg de bombas (ou 820Kg se transportadas internamente)
Países operadores
EUA
Fontes
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GALERIA
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Martin MB-1
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GMC Glenn Martin Cannon
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GMP Glenn Martin  Passageiros
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TM-1, largando pára-quedistas
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MB-1, outubro 1918
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MB-2 (NBS-1)
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HISTÓRIA
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Em 1916 Glenn L. Martin retirou-se da sociedade Wright-Martin que tinha ajudado a fundar, e reestabeleceu em 1917 a sua anterior companhia de construção aeronáutica Glenn L. Martin Company em Cleveland, no Ohio. 

Um dos primeiros contratos da companhia foi a construção de um novo bombardeiro que se pretendia que viesse a superar o britânico Handley Page Type O / 400 (HP12), construído nos EUA sob licença no Standard Aircraft of Elizabeth, em New Jersey. 

Pormenor do GMC-Glenn Martin Cannon
A aeronave que emergiu, designada por MB-1, era um biplano com estrutura em madeira, coberta de tecido, alimentado por um par de motores de 400cv Liberty 12A de refrigeração líquida suspensos em baias entre as asas com os radiadores montados na frente dos motores, acima do eixo da hélice. A empenagem era constituída por um único estabilizador horizontal sobre o qual foram montador dois lemes gémeos e o trem de aterragem principal, era fixo e composto por quatro rodas equidistantes entre si montadas num único eixo. 

A tripulação era composta por um bombardeador posicionado à frente no nariz, um piloto ao centro e um artilheiro, logo atrás do piloto. O armamento consistia em cinco metralhadoras de 7,7 mm, duas à frente operadas pelo bombardeador, duas atrás operadas pelo artilheiro, que operava uma terceira que disparava para baixo através de um alçapão na fuselagem. 

MB-1,(SN AS 39059) modificado com um
terceiro motor Hispano-Suiza no nariz
A capacidade de carga eram cerca de 470 Kg de bombas. 

O MB-1 realizou o primeiro voo em agosto de 1918 e a primeira entrega ao USAAS (United States Army Air Service) ocorreu em outubro, de um total de dez aeronaves (a ultima foi entregue em fevereiro de 1920), sendo designadas por GMB-1. 

A encomenda original de seis aeronaves em Janeiro de 1918 foi estendida para cinquenta em outubro de 1918, e reduzido de novo para apenas dez em janeiro de 1919 após o Armistício e o final da Guerra. 

O GMB-1 chegou tardiamente para participar na Primeira Grande Guerra, no entanto as suas caraterísticas permitiram que fosse adaptado a outras funções necessárias após o conflito. Os primeiros quatro foram convertidos em aeronaves de reconhecimento, e o oitavo foi convertido em GMT (Glenn Martin Transcontinental) com um raio de ação aumentada para 1500 milhas e o nono foi modificado para GMC (Glenn Martin Cannon) com um canhão de 37 mm no nariz em substituição das metralhadoras. 

MB-1 sobre Washington, DC
O último exemplar foi concluído como GMP (Glenn Martin Passenger), com todo o equipamento militar removido e a instalação de uma cabina fechada com janelas de vidro para o transporte de 10 passageiros, mais tarde designado por T-1 (Transporte). 

Durante o período que o Governo Americano tomou conta do serviço postal por via aérea, seis dos GMB-1 foram modificados e entregues aos serviços postais para essa tarefa. 

A US Navy adquiriu também dez bombardeiros MB-1 a partir de 1920, dois sob a designação de MBT (Martin Torpedo Bomber), e oito sob designação de MT, posteriormente TM-1, que foram entregues ao US Marine Corps. Estes diferiam do modelo anterior por terem os motores instalados por cima da asa inferior em vez de entre as asas. Esta configuração seria posteriormente adotada no futuro MB-2. 

MB-2 (NBS-1)
Em junho de 1920 o USAAS solicitou uma versão melhorada de MB-1, que fosse capaz ce transportar uma carga bélica maior. 

É assim desenvolvido o MB-2, com maior envergadura e os motores instalados em nacelas apoiadas nas asas inferiores. O trem de aterragem foi simplificado, passando a ter apenas duas rodas e, para facilitar o armazenamento da aeronave em hangar, as asas forma munidas de um sistema articular que permitia que fossem dobradas para trás. A tripulação podia agora ser de quatro e o armamento consistia em 5 metralhadoras Lewis de 12,7 mm mantendo no entanto a posição.

O primeiro voo do MB-2 ocorreu em 3 de setembro de 1920. O MB-2 fora projetado especificamente como um bombardeiro noturno tendo-se sacrificado a velocidade e manobrabilidade do MB-1 em favor de uma maior carga bélica. 

MB-2 (NBS-1)
Os 10 primeiros MB-2 foram construídos pela empresa Glenn L. Martin em Cleveland, sendo designado por NBS-1 pelo USAAS, quando foi introduzido um novo esquema de designação do exército. 

Esses aviões ficariam na memória pela sua participação na demonstração de Billy Mitchell em 21 de julho de 1921 em que o antigo cruzador de batalha alemão Ostfreisland foi afundado por um bombardeamento aéreo com bombas de 907 Kg. 

A Martin propôs ao USAAS construir mais 50 bombardeiros NBS-1, porém no âmbito da política prevalecente do tempo, os direitos à conceção de NBS-1 eram detidos pelo USAAS e não pela empresa e consequentemente tinha o direito de contratar a construção a outros fabricantes. Por isso em 1921 a Curtiss foi contratada para a construção dos 50 NSB-1, a L.W.F. (Lowe, Willard e Fowler), foi contratada para a construção de 35 e a Aeromarine Plane and Motor Co para a construção de mais 25. 

Os últimos 20 bombardeiros NBS-1 construídos pela Curtiss foram equipados com um turbocompressor General Electric, tendo sido os primeiros aviões produzidos em serie com este equipamento que lhes permitia atingir um teto máximo de 7724 metros. No entanto a aplicação prática do turbocompressor só voltaria a ser usada no final da década de 1930. 

MB-2 (NBS-1) Reprodução do National Museum of the USAF
O NBS-1 (MB-2) tornou-se o bombardeiro multi-motor primário da força aérea americana (USAAS) até ser substituído pelos bombardeiros Keystone B no inicio da década de 1930. 

Hoje, não existe nenhum MB-2 original preservado, existe no entanto uma reprodução, construída a partir dos desenhos originais da Martin e concluída em 2002, em exposição no National Museum of the United States Air Force, na Base Aérea de Wright-Patterson perto de Dayton, no Ohio (EUA).


DESENHOS
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PERFIL
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FONTES
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